Belenenses 0-2 Benfica: Jonas guia um Benfica desorientado para o Clássico

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Estádio do Restelo, seis da tarde, tempo ameno com direito a sol. Os nossos dois repórteres assistem de pé àquele que é o último dérbi lisboeta deste campeonato. Pena que a qualidade de jogo suplique por duas cadeiras. O Bola na Rede presente em mais uma partida e em mais um palco do nosso futebol. 

Primeira parte – Tiago Martins 

«Agora que já passaram uns bons minutos desde o final, aquilo que me vem imediatamente à cabeça sobre o jogo…é a eficácia». As palavras são de Jorge Simão, actual treinador do Belenenses, referindo-se à justiça do encontro. E o que teve o jogo de justo? Pouco ou nada. Principalmente na medida em que nenhuma das equipas foi capaz de fazer justiça ao seu futebol, à sua camisola e ao imenso público que quis ir passar o final de tarde ao Restelo – estavam já decorridos uns dez minutos de jogo e ainda havia fila de gente para entrar!

O Benfica entrou a espaços e a espaços se foi encontrando. O Belenenses tentava segurar bola, mas ia-se perdendo em manobras ofensivas demasiado ingénuas ou mal ensaiadas. Numa amálgama de mau espectáculo, era o meio campo que sofria, com tanta pancada a ser por ali distribuída. O meio campo e as bancadas, que se começavam já a preparar para mais uma difícil jornada benfiquista fora de portas. Até que aparece Jonas. Mais uma vez.

Já são 16 golos do brasileiro. Jackson está a um de distância Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Já são 16 golos do brasileiro. Jackson está a um de distância
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

Depois de um presente de Ventura, guarda-redes da casa, o avançado brasileiro deu nem dois passos e um pontapé para introduzir a bola na baliza azul e fazer aquele que havia de ser o primeiro da tarde. Nem seis minutos o placard contava. Eficácia. E não só. Só, esteve Jonas a dar e vender magia. Só ele conseguiu fazer alguma coisa por este jogo. Só, levou o Benfica ao colo. E que colo. Colinho. Com amor e carinho. Porque Jonas trata tão bem a bola que nela se retrata. Se às vezes a vontade é de esquecer o jogo para lembrar e relembrar Jonas, hoje, então, o preço do bilhete só valeu pela presença do avançado em campo.

Do outro lado, era Carlos Martins que parecia ser o único homem capaz de enfrentar os pupilos do mister Jesus. Corria, caía, fazia cair, rematava, passava, alongava jogo, suprimia espaços. Tudo. E quem dá tudo a mais não é obrigado. E “obrigado!” esteve para lhe dizer João Afonso que aos 16 minutos ia conseguindo marcar o seu primeiro golo este ano ao serviço do Belenenses, depois de um livre perigoso convertido por esse mesmo Carlos Martins junto ao vértice esquerdo da área do Benfica. Nem um minuto depois, novo susto: Sturgeon a rematar por cima. Nem cinco minutos depois, Carlos Martins – que surpresa – a protagonizar o momento de maior perigo, na primeira parte, por parte da equipa da casa junto à baliza de Júlio César: livre traiçoeiro, com a bola a bater malandrinha à frente do internacional brasileiro, que ainda lhe toca. Por pouco não entrou.

Por pouco a paciência não se esgotou. Não fosse Jonas e o Benfica teria pago bem caro pelos problemas que teve e insistiu em ter no centro do terreno. Samaris entrou, jogo e saiu apático e bem aquém daquilo que tem vindo a mostrar nos últimos jogos e Pizzi surgiu abaixo da sua forma…e do seu lugar em campo. Jorge Jesus recuou substancialmente o português e isso alterou – propositadamente – o alinhamento da equipa, que passou a apostar mais em Gaitán – mau jogo, o que é raro – e nas suas diagonais (para os) interiores. O Benfica parecia ter ficado por casa.

Antes fosse. Porque é em casa que o Glorioso faz os seus melhores jogos. E isso é tão claro que, quando questionado (pelo Bola na Rede) sobre quais os verdadeiros problemas do Benfica aquando das deslocações a outros redutos, Jorge Jesus preferiu salientar que o “seu” clube é, independentemente de tudo, o clube com mais vitórias, golos e pontos fora. Pena que o 34º já tenha sido adiado, por duas vezes, em Paços de Ferreira e Vila do Conde.

Carlos Martins não esquece o Benfica, mas continua osso duro de roer Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Carlos Martins não esquece o Benfica, mas continua osso duro de roer
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

Segunda parte – Tiago Caeiro

Veio a segunda parte mas o futebol demasiado previsível e pouco fluído, praticado pelo Benfica, manteve-se. Faltou criatividade no ataque e quando Gaitán não está a 100% nota-se bem a diferença. Jorge Jesus admitiu-o na conferência de imprensa: “Não conseguimos impor o nosso futebol do ponto de vista ofensivo”. Dita numa fase precoce da temporada, esta frase até poderia assustar mas quando faltam apenas cinco jogos para o fim, acaba por perder importância. Agora, só interessa ganhar, ser pragmático: “Fomos pragmáticos e objetivos. No fundo, o objetivo era vencer”. O Belenenses continuou a apostar na velocidade de Dálcio e Camará para lançar alguns contra-ataques, que raramente se transformavam em lances de perigo. Além disso, apenas causaram arrepios aos adeptos encarnados que estiveram no Restelo (cerca de 10 mil) as bolas paradas de Carlos Martins. Se o Benfica não fez muito para garantir os três pontos, também a equipa da casa não os merecia.

Merece destaque, mas pela negativa, a exibição de André Almeida. Já se sabia que era um jogador de recurso, para utilizar quando Maxi não pudesse jogar, e que raramente se envolvia no processo ofensivo. Para além de esta tarde não o ter feito, também devido ao facto de ter Ola John à sua frente em vez de Salvio, exibiu-se a nível angustiantemente baixo nas tarefas defensivas. O lance mais evidente para ilustrar isto terá sido já na parte final da partida, quando não foi capaz de acompanhar a desmarcação nas suas costas de Filipe Ferreira, jogador que iria criar aquela que foi a oportunidade mais flagrante do Belenenses em todo o jogo.

Talisca entrou mas nada trouxe ao jogo, tal qual Lima, com a agravante de que este jogou os 90 minutos. Mas tudo isto é passado para segundo plano quando temos o prazer de assistir ao festival Jonas. Ele segura bolas de costas para a baliza, distribui jogo a partir de trás, finta, faz passes de rutura, marca golos. A melhor contratação do Benfica para esta época, se alguém ainda tinha dúvidas. O seu segundo golo poderia ser retirado de um qualquer manual futebolístico: a desmarcação perfeita, a receção com o peito e o remate cruzado para o poste mais distante, onde o guarda-redes dificilmente chegará. O resultado foi melhor (muito melhor) do que a exibição. Não importa. “O campeonato é para ganhar”, diziam os adeptos. Para a semana há clássico. A pressão aumenta, vem de todos os lados e só os campeões a conseguem dominar.

A Figura:

Jonas – Sublime. Mágico. Mortífero. Já leva 26 golos em 29 jogos realizados pelo Benfica. Chegou a meio da época mas já é o melhor marcador da equipa e promete destronar Jackson do topo dos melhores artilheiros da Liga.

O Fora-de-Jogo:

André Almeida – Agora, para além de não subir para apoiar o extremo, parece que regrediu a defender. Fez um mau jogo e neste momento só é a escolha do treinador para o lugar de Maxi Pereira porque não há mais nenhum candidato a ocupar aquela posição.

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