O Sporting CP recebeu e venceu o FC Famalicão, em pleno Estádio José Alvalade, sob o olhar atento de Roberto Martínez, que viu Paulinho fazer o único golo da partida, no dia em que atingiu a brilhante marca de 100 jogos com a camisola dos leões.
O jogo não foi propriamente brilhante por parte da turma de Rúben Amorim, que sofreu muito para chegar até ao golo, e depois para segurar a vantagem no marcador, frente a uma equipa muito sólida a nível defensivo, mas que pecou no capítulo atacante, criando muito poucos lances de real perigo para a baliza do espanhol Adán.
Mas o meu destaque neste jogo vai claramente para dois dos reforços do Sporting nesta janela de transferências, que estão a assumir aos poucos a titularidade com relativa facilidade: Morten Hjulmand e Viktor Gyokeres.
Começando pelo médio dinamarquês, é fácil perceber o porquê de Rúben Amorim querer tanto este jogador na sua equipa, até pelas palavras do próprio treinador na conferência de imprensa, referindo que o jovem médio é um líder, que se tornou capitão de equipa em Itália aos 24 anos, fator que o treinador leonino realçou, e muito bem na minha opinião, porque não é de facto normal.
Mas o que dá mais Hjulmand à equipa? Dá equilíbrio, qualidade de jogo na transição defensiva, lê de forma quase perfeita os espaços onde tem de estar para dar esses tais equilíbrios, sabe temporizar e esperar pela melhor solução e participa muito e bem no processo de criação ofensiva. Tudo isto faltava à equipa do Sporting, que estava órfã de um jogador com esta capacidade que, num meio-campo a dois, consegue agora dar muito mais liberdade a Morita para que este esteja mais perto da área contrária, a pressionar alto e a não deixar o adversário construir, e é claro que a sua equipa sai muito beneficiada.
No caso de Gyokeres, o papel do avançado sueco é claro, ser uma espécie de segundo avançado que faz “o trabalho sujo”, para que Paulinho, por exemplo, possa brilhar, estratégia esta que está a resultar na perfeição, com o avançado português a superar a sua marca de golos no campeonato em comparação com a época passada, em apenas três jogos.
Custou 20 milhões de euros, é certo, mas a qualidade, intensidade, capacidade física e raça que Gyokeres oferece ao jogo, tornam-no num verdadeiro jogador de equipa, que muitas vezes se sacrifica para ajudar os seus companheiros, e não se importa de sair dos holofotes para que os outros brilhem.
Acredito que estas duas adições vão permitir que jogadores como Morita, Paulinho, Daniel Bragança e até o próprio Pote, saiam beneficiados, porque têm a consciência que estão ao seu lado dois jogadores de enormíssima qualidade, grandes investimentos de futuro, e que são a prova viva que o Sporting deixou de ir ao mercado comprar jogadores por “atacado”, e compra agora qualidade, projeção futura, jogadores que possam chegar e acrescentar de facto qualidade, e não se importam de pagar bem por esses jogadores, em detrimento de trazerem um “camião” de jogadores que depois não acrescentam nada à equipa, numa altura em que Iván Fresneda está, também ele, perto de jogar de leão ao peito.
Parabéns ao Sporting pela vitória e por esta nova abordagem sobre a política de contratações, incisivas e apenas quando necessárias!