Euro Sub-21’2015 – Portugal 5-0 Alemanha: Só mais um!

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O cântico do momento bem podia ser o título deste texto: depois de vencer a Alemanha por conclusivas cinco bolas a zero, Portugal está na final do Campeonato da Europa de Sub-21 e fica a faltar um jogo para atingir o sonho de levantar o troféu da categoria. A Seleção Nacional voltou a fazer um jogo extremamente consistente e, mesmo sem grandes momentos de brilhantismo, manteve o registo 100% vitorioso sobre os germânicos em fases finais de Europeus.

Rui Jorge manteve o 4-4-2 losango que tem sido a matriz da equipa das quinas. Face à indisponibilidade de Tiago Ilori, avançou Tobias Figueiredo para o eixo da defesa, sendo essa a única alteração no onze em relação àquele que iniciou o jogo com a Suécia. A Alemanha optou por se acautelar defensivamente, montando uma linha de médios mais batalhadores à frente da defesa: Johannes Geis, Emre Can e Kimmich, relegando o criativo Max Meyer para o banco de suplentes.

Os primeiros dez minutos mostraram um grande equilíbrio, com ambas as equipas a encaixarem perfeitamente uma na outra. No entanto, o primeiro lance de perigo do jogo seria o prenúncio de uma exibição histórica das “esperanças” lusas: William Carvalho executou um passe em profundidade para Ricardo Pereira, que “sentou” um defesa da Alemanha e serviu na perfeição Sérgio Oliveira. O capitão português, à entrada da área, rematou ao poste da baliza defendida por Ter Stegen.

A partir daí, a pressão sobre a defensiva alemã intensificou-se e o primeiro golo acabou por surgir à passagem do minuto 25. Depois de uma boa jogada de entendimento, Ivan Cavaleiro assistiu Bernardo Silva (quem mais?), que, descaído para a esquerda, fuzilou autenticamente Ter Stegen. Pouco tempo depois, foi Ricardo Pereira a fazer o gosto ao pé, curiosamente, num lance de bola parada. Pontapé de canto cobrado por Bernardo, desvio de cabeça de Paulo Oliveira e o jogador do FC Porto a empurrar para dentro da baliza. 2-0, no espaço de oito minutos.

Bernardo Silva voltou a fazer uma excelente exibição, coroada com um golo Fonte: Página do Facebook do ‘UEFA Under-21 Championship’
Bernardo Silva voltou a fazer uma excelente exibição, coroada com um golo
Fonte: Página do Facebook do ‘UEFA Under-21 Championship’

Antes do intervalo, José Sá ainda teve tempo para brilhar, com duas excelentes defesas, a colocar travão às raras iniciativas alemãs. O guarda-redes do Marítimo mostrou o porquê de ser um dos atletas mais em foco na competição. Na compensação, Portugal alargou a vantagem, numa excelente jogada do ataque português, concluída por Ivan Cavaleiro. João Mário recebeu um cruzamento de Ricardo Pereira e ofereceu a bola ao avançado, que a colocou no canto superior da baliza à guarda de Ter Stegen, com um remate potentíssimo.

À saída para os balneários, a supremacia portuguesa era bem clara. Os comandados de Rui Jorge demonstraram uma maturidade acima da média e foram eficazes no momento de finalizar. Muito critério na posse de bola e na pressão sobre a saída para o ataque dos alemães. A ‘mannschaft’ esteve sempre muito distante do seu ADN, com os jogadores perdidos no sistema tático que Horst Hrubesch desenhou para a partida. O meio-campo português carburou na perfeição, e Ricardo Pereira foi muito ativo na frente de ataque, sem dar descanso aos defesas germânicos.

A etapa complementar não podia ter começado de melhor forma para Portugal: a Alemanha perde a bola a meio-campo e Bernardo Silva leva-a até à grande área, deixando para Ricardo Pereira, que assiste João Mário para um remate desviado por Heintz para lá de Ter Stegen e da linha de golo.

Ter Stegen protagonizou uma tarde de pesadelo, ao sofrer cinco golos Fonte: Página do Facebook ‘DFB–Junioren’
Ter Stegen protagonizou uma tarde de pesadelo, ao sofrer cinco golos
Fonte: Página do Facebook ‘DFB–Junioren’

Com um resultado tão avolumado e a presença na final garantida, a Seleção passou a gerir a posse de bola e a condição física dos jogadores. Ricardo Horta já havia entrado para o lugar de Ivan Cavaleiro (debilitado após um toque ainda na primeira parte), e pouco depois chegou a vez de Rafa e João Cancelo (em estreia) substituírem Bernardo Silva e Raphaël Guerreiro. E foi precisamente por intermédio de dois recém-entrados que Portugal chegou ao quinto e último tento da partida: Cancelo cruzou com conta, peso e medida para a cabeça de Ricardo Horta, que, surgindo de rompante entre a defesa alemã e Ter Stegen, marcou o primeiro golo da conta pessoal.

Até ao final, assistiu-se a muita tranquilidade portuguesa e alguma desorientação alemã. Bittencourt foi expulso por agredir João Cancelo, e o apito final surgiu com um clarividente 5-0 no marcador. Um jogo de proporções históricas para os Sub-21 lusos. A maior derrota de sempre para a Alemanha no escalão, e Portugal a carimbar a passagem à final do Europeu pela segunda vez na História (a primeira foi em 1994). A qualidade da turma de Rui Jorge não engana e é superior à de todas as outras seleções presentes na prova. Mesmo sabendo que falta um obstáculo para chegar ao título (Suécia ou Dinamarca), parece consensual que a “obrigação” de ganhar está bem presente no grupo. De vitórias morais já estamos todos fartos. Chegou a hora, rapazes!

A Figura:
Equipa portuguesa – Numa exibição a roçar o sublime, marcada pela maturidade e competência dos jovens das quinas, seria injusto destacar um jogador apenas. Portugal foi uma equipa na verdadeira acepção da palavra. De José Sá a Ricardo Pereira, passando pelos nervos de aço de Paulo Oliveira, serenidade de William e João Mário e magia de Bernardo Silva, esta é uma nova geração dourada. O título europeu está ao nosso alcance, e quem vulgariza esta Alemanha pode assumir-se como favorito natural. A lógica diz que será nosso.

O Fora-de-jogo:
Horst Hrubesch – Ao mudar o sistema tático para este jogo, acabou por condicionar todo o processo de jogo da seleção da Alemanha. Os jogadores pareceram confusos desde o início e só mudou as peças quando o jogo já estava perdido. A equipa nunca se encontrou, e o selecionador não foi capaz de inverter o rumo das coisas. A culpa não é exclusivamente sua, mas grande parte da mesma pertence-lhe.

Foto de capa: Página do Facebook do ‘UEFA Under-21 Championship’

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"Acordou" para o desporto-rei quando viu o FC Porto golear a Lazio, no dilúvio das Antas. Análises táticas e desportivismo são com ele, mas o amor pelo azul e branco minimiza tudo o resto.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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