Portugal entrou a vencer, por 2-1, frente à Chéquia, com sofrimento à mistura, na primeira jornada do grupo F do Euro 2024.

À entrada para este duelo, o onze lançado por Roberto Martinez surpreendeu, principalmente a escolha de Nuno Mendes para defesa central esquerdo num esquema com três centrais. Tendo jogadores habituados a jogar na posição, como o Gonçalo Inácio, não se percebe a adaptação do jogador do Paris Saint Germain. No entanto, fez uma exibição consistente e tem participação direta no primeiro golo da seleção das quinas.

A primeira parte foi importante para avaliar a reação à perda da bola. Além deste fator, a seleção nacional praticou um futebol muito passivo, sem objetividade e previsível, por mérito da Chéquia, obviamente. Portugal girava com facilidade o centro do jogo- Vitinha preponderante neste requisito- mas quando era necessário o rasgo individual, não existiu.

Quando havia espaço para o desequilíbrio, não era aproveitado e a opção, maioritariamente, foi jogar de pé para pé e com inclinação para a esquerda (Nuno Mendes a construir, Leão a desequilibrar).

Automaticamente os cruzamentos foram a alternativa e a definição não foi boa. Cristiano Ronaldo sempre atrasado e desacompanhado não teve impacto. Não houve movimentos de trás para a frente para surpreender e a Chéquia esteve sempre confortável. 

Vários foram os contratempos ao longo dos 90 minutos que levantam diversas dúvidas sobre Roberto Martinez.

Na segunda parte, aos 62 minutos surge a vantagem da Chéquia, contra a corrente do jogo, e dificultou a missão de entrar a vencer na prova. Mais um momento, onde a seleção portuguesa demonstra muitas limitações no processo defensivo. Com muito pouco, Portugal sofre golos.

A precisar de um golo, logo após o autogolo de Robin Hranac, o treinador da seleção lusa demonstrou que tem uma “veia” de Roger Schmidt. Tanta qualidade no banco, mas isso acaba por ser indiferente a partir do momento em que o selecionador tem “medo” de tirar determinados jogadores devido ao estatuto. Francisco Conceição, principalmente, tinha que entrar mais cedo e João Félix, que entrelinhas é dos melhores do mundo, também podia ter sido opção.

Como notas positivas ficam as recuperações de posse em zonas subidas, o domínio completo do jogo que nunca esteve em questão, e as exibições do Vitinha, Cristiano Ronaldo e o golo de Francisco Conceição. Dificilmente, Roberto Martinez irá repetir este onze e alguns erros evidentes.

A sorte sorriu, mas as dúvidas pairam na seleção nacional.

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Miguel Costa
Miguel Costa
Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.

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