
Luís Gonçalves está na Tribuna VIP do Bola na Rede. É treinador de futebol e trabalhou na formação do Sporting onde foi coordenador, treinador e treinador-adjunto. Entre outros projetos trabalhou na Arábia Saudita e foi adjunto do Tondela, Belenenses e Atlético. Treinou os sub-15 do FC Porto em 2014/2015 e foi adjunto de Abel Xavier na seleção de Moçambique. Treinou ainda a seleção da China de sub-16 e foi selecionador principal de Moçambique. O seu último trabalho foi no Interclube de Angola.
Num jogo muito difícil, em que Portugal se apresentou num 4-3-3 híbrido com o mesmo onze do jogo com a Turquia, Cristiano Ronaldo foi um jogador inconformado e esforçado, que lutou muito e tentou de todas as formas alcançar o golo, mas nem sempre com as melhores decisões.
A jogar como ponta-de-lança, com Bruno Fernandes como médio mais próximo, Bernardo Silva à direita, fez várias combinações com Rafael Leão (à esquerda) e tentou vários cabeceamentos para golo, respondendo a cruzamentos bem medidos, com destaque para Cancelo, mas sem sucesso. Marcou todos os livres, de várias formas, alguns passaram bem perto, outro foi bem defendido por Oblak.
Com uma Eslovénia a fazer o jogo que se esperava, a defender num 4-4-2, com um bloco baixo, preenchendo muito bem o corredor central e sendo muito rápida e agressiva quando conseguia sair, Portugal e Cristiano apesar de sempre pressionantes e rematadores, passaram por algumas dificuldades, principalmente com a saída de Vitinha.
Desde cedo percebeu-se que Cristiano dava muita importância a cada insucesso. Como perfeccionista que é, procurou sempre o golo, mas a cada adversidade demonstrava insatisfação e alguma ansiedade.

Essa ansiedade aumentou quando Cristiano Ronaldo, que ainda não tinha falhado nenhuma grande penalidade esta temporada, não conseguiu marcar a Oblak na melhor ocasião do jogo (penalty falhado), que coincidiu com o final da primeira parte do prolongamento. O “capitão foi-se abaixo”, como se costuma dizer, acusando demasiado a responsabilidade do insucesso, coisa pouco habitual. Valeu-nos a grande solidariedade de todos os jogadores desta seleção que também é equipa, a trazer de volta ao jogo, o nosso líder.
Apesar do jogo menos conseguido de Ronaldo e não só, foi o capitão a assumir a marcação da primeira grande penalidade, na decisão final. É verdade que tinha a almofada psicológica que Diogo Costa lhe deu ao defender o primeiro da Eslovénia, mas Cristiano Ronaldo, muito concentrado, executou excecionalmente e não falhou.
Foi um jogo em que um turbilhão de emoções passou pelo melhor jogador de sempre de Portugal. Ronaldo não é de ferro e não tem de jogar os 120 minutos.