A menos de uma semana do jogo de apresentação do FC Porto com o Al Nassr, parece-me importante refletir sobre o plantel que irá abordar a época que se aproxima, em particular os jogadores que, a meu ver, irão sair do nosso clube.
Numa realidade à qual qualquer adepto do FC Porto já está habituado, o clube está forçado a um exercício de ginástica financeira, caso queira reforçar a sua equipa nesta janela de transferências. Para isto ser possível, será absolutamente imperativo que hajam saídas no nosso plantel.
Embora tenha algumas dúvidas acerca do destino de alguns dos nossos jogadores, existem dois, cujas saídas me parecem mais do que claras. Estou-me a referir a Diogo Costa e a Francisco Conceição.
No caso de Diogo Costa, os seus desempenhos no Europeu deste ano serviram para solidificar ainda mais o seu estatuto como um dos melhores Guarda-Redes do mundo, e, nesta fase, parece-me impossível que o FC Porto consiga segurar um jogador deste calibre por mais um ano.
Falando de Francisco Conceição, acredito que as suas motivações para sair sejam um pouco mais complexas. É verdade que fez uma ótima época ao serviço do FC Porto, bem como teve momentos de destaque individual no Europeu de 2024. Por outro lado, parece-me irreal que este jogador queira continuar a sua carreira no FC Porto, ao serviço de Vítor Bruno, especialmente depois de toda a controvérsia que se gerou entre o seu pai, Sérgio Conceição, e o seu antigo adjunto.
Entrando agora num patamar com um pouco mais de incerteza, pelo menos em comparação com os últimos jogadores, destaco mais dois jogadores que estou convencido de que vão acabar por sair do clube esta época: Stephen Eustáquio e David Carmo. Embora de posições diferentes, creio que, de momento, têm mais em comum do que pode parecer.
David Carmo vem de uma temporada onde esteve emprestado a jogar na Grécia, depois de um período altamente insatisfatório no FC Porto. Ao longo da época foi colecionando boas exibições, acabando por fazer parte do plantel do Olympiakos que venceu a Liga Conferência.
Já Stephen Eustáquio completou mais uma época ao serviço dos dragões, sendo que esta foi, sem dúvida, uma das temporadas mais tímidas que já realizou ao longo dos anos em que está com o FC Porto. Foi uma época desafiante tanto a nível profissional, porque nunca conseguiu ser uma opção com tempo de jogo titular constante, mas, acima de tudo, foi um ano dificílimo a nível pessoal, pelas circunstâncias que já todos conhecemos.
Tendo tudo isto em conta, julgo estarmos perante dois jogadores que pretendem embarcar em projetos onde sejam uma primeira opção, algo que eu não creio que vá ser o caso neste FC Porto.
David Carmo tem a competição de Otávio, que, em pouco tempo, já mostrou uma boa maturidade para a sua idade, aparentando ser uma parte fixa da nossa linha defensiva para a campanha que se avizinha.
Da parte de Eustáquio, o próprio selecionar canadiano, Jesse Marsch, já confessou ter falado com o jogador, relativamente à necessidade de integrar um clube onde consiga jogar bastantes minutos e onde seja considerado um dos “titularíssimos”.
Caso Carmo e Eustáquio não aceitem fazer parte da equipa do FC Porto como jogadores que, realisticamente, vão começar a maior parte dos jogos no banco de suplentes, receio que vão ser mais dois nomes que se aproximarão da porta de saída.
Para terminar, resta falar sobre dois dos jogadores que mais interesse internacional têm gerado. Estou a falar de Pepê e de Galeno.
Pepê completou mais uma boa época ao serviço do FC Porto, com algumas exibições de destaque, o que lhe valeu, até agora, uma (suposta) proposta da Juventus, com valores que rondam os 45 milhões.
Já Galeno, foi, mais uma vez, uma peça fundamental do FC Porto de Sérgio Conceição, com as suas melhores exibições a surgirem, a meu ver, na competição da Liga dos Campeões. Recentemente tem sido noticiado o interesse de alguns clubes italianos, nomeadamente da Juventus.
A minha opinião relativamente a estes dois jogadores é bastante simples. Eu não considero que vão sair os dois. Com isto quero dizer que, caso Pepê saia, Galeno ficará, e vice-versa. Ambos desempenharam um papel demasiado importante nas últimas épocas para, agora, saírem os dois na mesma janela de transferências.
De modo a evitar um maior desfalque na equipa, acredito que o maior foco da nova direção portista, estará virado para a venda de Pepê, que pode render mais ao clube em termos financeiros. Por outro lado, a reintegração de Iván Jaime, que partilha muitas características com Pepê, pode facilitar a vida aos dragões que, desta forma, não teriam de procurar no mercado por uma alternativa a este jogador.
No final de contas ainda falta mais de um mês para o fecho do mercado e muita coisa pode acontecer. Algo que posso dizer nesta fase, e como adepto do FC Porto, é que é imperativo entrarem reforços.
Tanto o Benfica, como o Sporting, apresentam até agora, plantéis bastante mais equilibrados e competitivos do que o nosso, e acredito que para realizarmos uma boa campanha, e podermos chegar ao final da época a festejar mais um campeonato, o nosso grupo de jogadores (contando com as futuras saídas que estou convicto que acontecerão) não será suficiente para acompanhar os nossos maiores rivais.