«A conversa com o César Boaventura durou 2 minutos. No fim só lhe disse ‘saia do carro’» – Entrevista BnR com Cássio

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    Cássio foi um dos guarda-redes mais importantes da Primeira Liga no século XXI. Apesar de não ter chegado a Benfica, Sporting ou FC Porto, alcançou o terceiro lugar com o Paços de Ferreira, num feito enaltecido por muitos no futebol português. Está na história de Arouca e Rio Ave, além de ter vivido uma aventura na Arábia Saudita. Contudo, a sua carreira ficou também marcada por um processo controverso que envolveu César Boaventura. Com uma carreira de sucesso e a tentar lançar-se para uma outra, na área do treino, Cássio concedeu uma entrevista ao Bola na Rede, para falar de todos os temas, com total abertura e sem preconceitos.

    Bola na Rede: Olá, Cássio, em primeiro lugar agradecer a tua presença e a tua disponibilidade!

    Cássio: Boas. Eu é que agradeço, é uma honra poder estar aqui a falar contigo.

    Bola na Rede: Sempre quiseste ser guarda-redes ou na formação ocupavas outros espaços no terreno?

    Cássio: Eu fui guarda-redes porque o meu pai também foi guarda-redes. Ele esteve apenas no futebol amador. Na verdade, a minha mãe colocou-me no futebol para me tirar da rua e comecei assim. Até experimentei ser trinco lá no Brasil, onde chamam de “volante“. Fiz alguns treinos e tudo. Passei, inclusivamente, nos testes. Mas é assim, eu era guarda-redes num clube e trinco em outro (risos). Quando descobriram isso foi uma confusão danada e eu optei por ficar na posição e guarda-redes que era a que mais me dava gozo.

    Bola na Rede: Acabaste por ficar no clube em que eras guarda-redes, ou passaste de trinco para a baliza no outro?

    Cássio: Na verdade eu fiquei pouco nesse clube. Era o Bangu e era muito próximo da minha casa. Eu entrei nas escolinhas, a minha mãe me colocou lá, para me tirar da rua e comecei a crescer ali nas escolinhas. Viram que eu tinha algum talento, depois ocorreu essa situação que eu relatei. Fui treinar como trinco no América, outro clube do Rio de Janeiro, mas passado pouco tempo fui para o Botafogo, um clube grande. Aí, enterrei a história de ser trinco, de vez.

    Bola na Rede: Quais é que eram as tuas principais caraterísticas como guarda-redes?

    Cássio: Graças a Deus tive uma carreira muito boa, foi muito além daquilo que eu sonhava. Ao início era uma brincadeira, eu estudava e jogava, mas depois ficou bem mais sério. Assinei o meu primeiro contrato profissional com 16 anos, joguei a minha primeira partida com 18 anos. Aos 21 estava com o meu clube do coração, no Maracanã. Eu tenho 1,86m, no futebol atual eu porventura seria um guarda-redes baixo. Porém, naquela altura, nos anos 2000, trabalhávamos muito a agilidade no Brasil e eu era muito rápido, muito ágil. Isso valia-me muito. Tinha uma tomada de decisão muito rápida também e isso ajudou-me bastante. Isso era a minha principal qualidade. Os meus maiores defeitos estão relacionados com a minha formação, até eu chegar a Portugal. Era um guarda-redes que me dispersava com alguma frequência. Isso foi crucial para eu sair do Brasil. Eu estava a jogar no meu clube do coração. Eu era um “torcedor” [adepto] dentro de campo. O meu lado profissional apenas foi aflorado quando cheguei a Portugal. Eu digo que aprendo a jogar futebol aqui. A minha passagem no Brasil, onde eu amava jogar futebol, mas eu pensava muito pouco no jogo. Aqui, eu aprendi a pensar.

    BnR: Antes de vires para Portugal estiveste no teu clube do coração, o Vasco da Gama. Como foi representares essa equipa com tanto significado?

    Cássio: Foi mágico. Eu estava num clube menor e esse clube tinha uma parceria com o Vasco e eu ia treinar lá muitas vezes. Uma vez, o nosso autocarro falhou e o autocarro do Vasco foi-nos buscar. Aquilo foi um sonho. Passado algum tempo, o Vasco da Gama achou que eu tinha qualidade e fiquei por lá. Assinei contrato e ia para a equipa B e dar suporte à A. Fiquei nessa situação durante meio ano, com o contrato para a que dá esse suporte. No Brasil a equipa B não compete. Eu apenas tinha contrato para treinar. Para mim já era um sonho. Depois fui promovido à equipa A e, coincidentemente, o meu primeiro jogo foi no Maracanã, frente ao Botafogo, a equipa que me lançou. Ficou 2-2. Lembro-me da minha mãe quando eu cheguei a casa. Ela estava a chorar. Foi ali que eu vi que esta era a minha carreira, o meu trabalho. Num primeiro momento foi complicado, separar o torcedor do atleta. Tinha muitos problemas a nível de claque. Eu era fanático, era da claque, da torcida organizada. Para mim, num primeiro momento foi difícil. Mas depois acertámo-nos. Tive quase cinco anos por lá e foi uma grande fase, foi muito divertido.

    Bola na Rede: De facto, somaste muitos jogos em 2006 e 2007, mas, em 2008, antes de vires para Portugal, ainda jogaste no Macaé. Porquê esse passo atrás na carreira?

    Cássio: O contexto é: eu terminei o meu contrato no Vasco da Gama. É uma história muito engraçada. Eu caso nesse ano e o campeonato brasileiro é anual, termina em dezembro. A última jornada era a 2 de dezembro e eu caso no dia 16. Na altura, não tinha empresário, eu é que resolvia os problemas. O vice-presidente chamou-me antes do jogo e disse para eu assinar o contrato antes de viajar, ir lá à sala dele. Era mais um ano a ganhar o que ganhava antes. Eu estava com pressa, o meu contrato finalizava a 3 de janeiro. Disse que assinava quando voltasse de férias. Dava a minha palavra que assinaria dia 2 de janeiro. Fui para casa, resolver as coisas do casamento… quando eu volto, o Vasco da Gama tinha contratado três guarda-redes, tinha mudado o treinador. Eu não renovei o meu contrato, era apenas algo verbal. Quando eu volto para o Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro, sou chamado à sede e dizem que não podem continuar comigo, já que o plano mudou, porque o treinador queria cortar um pouco das raízes e eu já estava no clube há cinco anos. Eu era o único guarda-redes que estava em final de contrato. No entanto, não era a vontade da direção mandar-me embora, mas os outros guarda-redes tinham contrato. Fui mandado embora assim. Eu renovei, mas não renovei… Isto aconteceu porque eu não perdi uma hora para ir à sala do responsável. A verdade é que eu já tinha alguns convites e tinha dito que eu ia renovar e já tinha renovado e esses clubes foram contratar outros. Quando chego no mercado, as portas estavam todas fechadas. Eu vou para o Macaé, porque eles tinham um treinador que já tinha passado no Vasco e ele insistiu muito, a dizer para ir para lá e ajudá-lo. Eram duas horas de carro, como do Porto a Leiria. Eu vou falar com o presidente, entro no campo e estava tudo tratado. Quando estava a voltar para o carro, um empresário ligou-me a dizer que me tinha de apresentar no Botafogo, que tinha conseguido um acordo com um clube. Eu tive que dizer que não dava, que já estava no Macaé. Ele disse para eu me ir embora, que ia acabar com a minha carreira ali. Eu disse que não podia. Era uma questão de respeito com a pessoa. Ele ainda foi falar com o presidente, mas ele disse que não e desligou o telefone na cara do empresário. Por isto, eu fui para o Macaé.

    «Eles trouxeram-me a Paços de Ferreira. Poucas pessoas sabem disto. A última semana desse campeonato, que o Paços até desce, mas fica por causa do Boavista, eu estava por cá. Vi os treinos, vi tudo. Eu vim para o lugar do Peçanha e falei com ele. Ele ia para fora e estava a fazer um excelente campeonato».

    Bola na Rede: Como é que se dá o contacto para vires para Portugal?

    Cássio: Eu vou muito bem no Macaé. A meio do Carioca surgiu a possibilidade de eu vir para Portugal, para um outro clube que não era o Paços de Ferreira, era a Académica de Coimbra, mas não deu certo. Porém, ficou mais ou menos subentendido que eu viria para Portugal no final do campeonato. Ali, no final de 2007. Quando acaba o Carioca, passado mais um tempo, esse mesmo empresário que me queria levar para o Botafogo, ele trouxe-me esta situação. Passado 10 dias ele ligou-me a avisar que a Académica não era hipótese, tinha entrado outro investidor. No entanto, havia um outro clube que ele tinha o contacto, de uma cidade mais pequena. Ele disse que eu ia gostar desse clube, porque era algo calmo, uma vila. Eu disse “já estou na chuva mesmo, vamos embora”. Eles trouxeram-me a Paços de Ferreira. Poucas pessoas sabem disto. A última semana desse campeonato, em que o Paços até desce, mas fica por causa do Boavista, eu estava por cá. Vi os treinos, vi tudo. Eu vim para o lugar do Peçanha e falei com ele. Ele ia para fora e estava a fazer um excelente campeonato. Nós falámos muito, havia um jogador que tinha jogado comigo no Vasco, o Ricardinho. Porém, foi um choque de realidade tremendo. Saí do Rio de Janeiro para ir para Paços de Ferreira. Há 17 anos não havia nada, o clube não tem nada a ver do que é agora. O presidente, o senhor Fernando Cerqueira, que hoje é um dos meus grandes amigos, disse-me que sabia que eu estava habituado a uma outra realidade, mas que ali eram certinhos, que cumpriam o que era falado. Pediu para eu dar uma chance para o Paços de Ferreira e que nunca mais iria embora. A verdade é que continuo aqui, estive sempre a viver aqui em Paços de Ferreira (risos).

    Bola na Rede: Passaste cinco anos no Paços de Ferreira, a jogar. Cruzaste-te com o Paulo Sérgio, com o Rui Vitória e com o Paulo Fonseca. Quais são as tuas melhores memórias do clube?

    Cássio: Uma das minhas boas memórias foi o facto de chegar aqui num começo de treino e estava habituado a uma série de situações, algo mais relaxado. Aqui estou com o Paulo Sérgio, ele vinha do Santa Clara, e levava cada dura dele. Ele falava “você vê, mas não enxerga”. O Paços de Ferreira tinha uma identidade, eles diziam que eu ia aprender a jogar à Paços. Isso marcou-me muito. Era uma forma de colocar no futebol. Era algo sério, ríspido. Tinha muita brincadeira, mas começava a trabalhar acabava a brincadeira e ficava tudo sério. Às vezes até sério demais. Isso marcou-me bastante. É evidente que depois houve mais momentos, finais das taças, a primeira vez que o Paços consegue passar uma eliminatória da Liga Europa, o terceiro lugar com o Paulo Fonseca. Para o grande público isso marcou muito mais. Para quem estava lá dentro marcava muito mais alguns treinos, algumas conversas, algumas coisas que aconteciam no balneário, pelo menos para mim. Era muito bom e a meu ver foi-se perdendo com o passar do tempo.

    Bola na Rede: Como é que lidaste com a temporada 2012/13, quando conseguem ao cesso à Champions League? Foi fácil lidar com essa pressão que existia?

    Cássio: Evidentemente que o Paulo Fonseca, o Nuno, o Pedro, a equipa técnica, faziam muito. Eram apenas quatro pessoas. Hoje é normal as equipas técnicas terem 10/12 pessoas, com analistas. Eles, na altura, faziam tudo. Eles fizeram muito. Porém, para as pessoas mais cuidadosas no olhar, aquela equipa que foi terceira classificada, 80%/90% dessa equipa era formada pelo Henrique Calisto no ano anterior. Quase que descemos de divisão. O Rui Vitória sai e vem o Luís Miguel e ele começa o campeonato e vamos muito mal, mas mesmo muito mal. Depois vem o Henrique Calisto no meio da época. Ele fez grandes mudanças no balneário, mas mesmo profundas, ao ponto de que em vários jogos da segunda volta nem tínhamos jogadores suficientes para completar a ficha de jogo. Essa equipa, com o espírito que existia nela, sem a qualidade técnica, de passe, que o Paulo Fonseca nos trouxe, tinha esse espírito, que levámos para a época em seguida. Posso dizer-te que dessa equipa que alcançou a manutenção estava o André Leão, o Luiz Carlos, o Vitinho, o Josué, o Tiago Valente, o Tony, o Nuno Santos, eu. O Caetano e o Cícero também lá estavam. Eu lembro-me que quando começa essa época do terceiro lugar, o Paços contratou muito poucos jogadores. Chegou o Antunes, o Paolo Hurtado, o Cohene, muito poucos. A grande base da equipa como o Filipe Anunciação, o Ricardo, estávamos todos no ano anterior.

    Bola na Rede: Estiveste cinco anos no Paços, eras um dos jogadores mais acarinhados, acabaste por ser um dos ídolos. Porque saíste nessa altura? Na altura até chegaste a assinar com o Braga…

    Cássio: Eu sou muito acarinhado aqui na cidade. As pessoas lembram de mim. Eu digo que eu e o Peçanha somos muito acarinhados. Porém, o mais engraçado é que eu vou na rua e chamam-me de Peçanha e ele vai na rua e chamam-lhe de Cássio (risos). Moramos aqui muito perto, ele agora está fora. Convivíamos muito é meu amigo. As pessoas falam muito de nós. Eu levo sem problemas que me chamem Peçanha. Naquele tempo o Paços de Ferreira, nós vivíamos mais os clubes do que acontece na atualidade. Não sei se nós dávamos mais, mas tínhamos uma identificação maior com o clube e com as dificuldades. Nós vimos de baixo, não estávamos confortáveis com a falta das coisas, mas lutávamos e os adeptos viam isso. Viam essa luta dos jogadores. Era a minha quinta época, eu estava em final de contrato e com o sucesso que estávamos fazendo ao nível coletivo evidentemente tentei amealhar um pouco mais do meu contrato. O clube alegou que comigo estava no limite do que poderiam pagar. Eu comuniquei que ia sair e prometi ajudar a encontrar um substituto para mim. Eles deram-me dois ou três nomes para eu avaliar, mas a contrataram outro que eu nem conhecia. Eu vou para o Braga só que acontece o que aconteceu e eu acabei desempregado nessa época. Eu nessa fase treinava dos juniores do Paços de Ferreira. Estava lá com o Diogo Jota e surgiu a possibilidade de voltar para o Paços, mas estava atrelado ao Braga e não dava para assinar. Tinha que resolver primeiro com o Braga, depois assinaria com um outro clube. A situação com o Paços fechou-se e na segunda jornada surgiu a possibilidade de ir para o Arouca e foi muito bom.

    Bola na Rede: Não pensaste nesse verão, com toda a situação, em sair para fora de Portugal?

    Cássio: Eu tinha propostas do estrangeiro, mas na altura havia um problema porque eu não tinha o passaporte comunitário. Todas as vezes que eu era abordado por um clube lá de fora, havia sempre essa barreira. E havia propostas com boas condições e de bons campeonatos. Eu ia como estrangeiro. De entre todas as propostas que me apareceram a do Braga foi a mais interessante e me chamou a atenção.

    Cássio Anjos
    Fonte: Cássio Anjos

    Bola na Rede: Passas uma temporada em Arouca, que até foi uma boa época. Foi muito diferente da experiência do Paços de Ferreira?

    Cássio: Foi reviver aquilo que eu tinha vivido cinco anos antes. Eu saio do Paços, a melhor equipa a seguir ao FC Porto e ao Benfica, a que joga mais, a que tem mais posse, que tem isso e aquilo. Chegou no Arouca e o mister foi sincero. Disse que era ‘bombo para a frente’, que íamos jogar em primeiras e segundas bolas. Tive de reviver tudo o que tinha acontecido. Foi a experiência mais fantástica a nível de grupo. Ali era tudo novo, antigamente nem tínhamos lugar para treinar. Eu lembro que o Arouca teve uma briga com a Câmara e fomos proibidos até de treinar no estádio, tínhamos de ir jogar em Aveiro. Foi uma loucura. Tivemos várias situações de brigas, de discussões, de chorar, de rir, de brincar, de estar junto. Foi fantástico e foi uma temporada a nível profissional maravilhosa. Eu precisava daquilo, depois de uma tristeza tão grande de não acertar no Braga. Foi uma bênção. Chegar no Arouca, ter o privilégio de partilhar balneário com jogadores como o Pintassilgo, David Simão, Bruno Amaro, Nuno Coelho, jogadores de outro nível.

    Bola na Rede: Foi a primeira vez em que te encontraste com o Pedro Emanuel, sendo que depois se cruzaram na Arábia Saudita. Qual é a tua opinião sobre ele como treinador? Nessa fase era uma jovem promessa entre os técnicos portugueses…

    Cássio: Eu cheguei lá e aconteceu algo muito bom. Eu estava em todo o imbróglio com o Braga e com o Paços. Também tinham surgido mais clubes em Portugal. Acabei por ir para o Arouca e a primeira coisa que o Pedro Emanuel fez foi chamar-me à sala dele e mostra o plano todo. Foi sincero: ‘eu sei que lá era assim, aqui é assado. É para jogar e este é o nosso plano. Queremos ter x pontos na primeira volta e x na segunda. Isto é um bebé, temos de tratar este clube como um bebé. Não podemos procurar o que já tivemos’. Ele esteve na Académica, foi jogador do FC Porto, sabia que no Paços de Ferreira tínhamos uma certa qualidade de treino. Ninguém fica em terceiro sem ter qualidade no treino. Ele assumiu que não íamos encontrar isso. Ele sabia que íamos contra aquilo que eu tinha feito no ano anterior. Não ia haver posse de bola, ia ser bola na frente, procurar os pontas de lança. Não podia sair a jogar, só se estivesse muito sozinho. O nosso jogo era muito primeiras e segundas bolas e estar com ela bem longe da baliza. Ele confiava em mim e em todos, mas éramos os patinhos feios e queriam derrubar-nos. Foi maravilhoso. Era uma pessoa que eu conhecia, à equipa técnica igualmente, mas apenas de jogar contra, não tinha contacto, mas revelaram ser pessoas maravilhosas, todos eles.

    «Saí do Arouca, tinha possibilidade de voltar ao Paços de Ferreira e o Paulo Fonseca também estava a voltar do FC Porto. Ele ligou-me a contar-me e queria que eu voltasse. Ele dia que estavam a precisar de pessoas com o ADN. Porém, eu já tinha dado a minha palavra para o Pedro Martins, que estava a sair do Marítimo para ir para o Rio Ave».

    BnR: Em seguida vais para o Rio Ave, onde também tens uma longa passagem. Como foi dividir a posição com o Ederson, inicialmente?

    Cássio: Saí do Arouca, tinha possibilidade de voltar ao Paços de Ferreira e o Paulo Fonseca também estava a voltar do FC Porto. Ele ligou-me a contar-me e queria que eu voltasse. Ele dia que estavam a precisar de pessoas com o ADN. Porém, eu já tinha dado a minha palavra para o Pedro Martins, que estava a sair do Marítimo para ir para o Rio Ave. Tive de dizer ao Paulo Fonseca que não podia, por uma questão de respeito. Eu gostava muito, mas não podia. Assinei com o Rio Ave e esse clube é tudo aquilo que o Arouca não era. Foi sem dúvida nenhum o clube mais organizado onde eu joguei na minha vida. As pessoas não têm ideia do que é o Rio Ave. Fiquei muito admirado quando o clube desceu de divisão, não passava pela minha cabeça, a chance era zero. O clube que eu conheci e que eu joguei durante quatro anos era fantástico. As pessoas que trabalham ali… não acredito que nas equipas grandes tenham pessoas com tamanha qualidade, de tudo. O Marco Aurélio, o Gualter, o nosso roupeiro Festas…. A nível e fisioterapia, dos médicos, dos analistas. Eu chego no Rio Ave e é outro mundo. A estrutura agora continua a melhorar. No primeiro ano em que estou lá o campo estava muito “ruim” e degradado. Fizeram uma reforma e não deu muito certo. Passámos 90% do ano a treinar em Fão. Era muito complicado, porque tinha que chegar a Vila do Conde, tomar o pequeno almoço, ir para o ginásio e depois de tudo ter que ir de autocarro 25 minutos até Fão, treinar, voltar… essa época foi complicada. A temporada correu bem, tivemos relativo sucesso, mas foi muito duro. Depois, o presidente Campos afirmou que o nosso primeiro reforço da época seria o campo de treino (risos), foi o primeiro que nos garantiu. Hoje, eu vejo lá o Rio Ave com boas condições e fico feliz porque é sempre bom ver que as equipas estão a crescer e há procura de outros meios de serem melhores. Falando do Ederson, o Pedro Martins contactou-me e disse que precisava de mim, perguntou quanto queria receber. Até foi ele que acertou o meu ordenado. Ele disse que os planos para mim era jogar o campeonato e a Liga Europa, além de fazer o miúdo crescer. Eu até estranhei, pensava que o Rio Ave tinha contratado um jovem, não imaginava que o miúdo era o Ederson, que já lá estava o ano anterior, foi uma convivência muito boa, não tenho nada a falar dele.

    Bola na Rede: Mas já sentias que ele ia ser um dos melhores do mundo? Que ia dar o passo que conseguiu dar?

    Cássio: Via muita qualidade nele. Era um diamante em bruto. Tinha muita força. Eu lembrava-me muito, com as devidas proporções, já que tínhamos caraterísticas distintas, da parte do dispersar que eu tinha. Acontecia o mesmo com ele. Eu falava muito com ele, para ele se focar no treino e ele teve mérito total no que conquistou. Trabalhou muito, teve o apoio do Rui Barbosa, essa questão da concentração. Ele era e é muito forte. Ele faz coisas com facilidade que 99% dos guarda-redes não conseguem fazer. ele é um bom miúdo, continuo a achar que ele ainda é miúdo (risos), é um bom ‘gajo’.

    Bola na Rede: Estiveste dez anos na Primeira Liga. Qual é o segredo para estar tanto tempo no futebol português e quase sempre como titular?

    Cássio: Tem de se trabalhar muito. Eu era muito focado nas minhas tarefas. Hoje penso e vejo que a minha família sofreu muito. Deixei de ter vida social, deixei de participar em coisas das minhas filhas, da minha esposa, porque o futebol dá muito trabalho. As pessoas vêm na televisão, vêm os jogadores das equipas grandes, com bons carros, a viajar… O futebol consome muito e cada vez mais. Eu abdiquei de muita coisa da minha vida pessoal pela minha vida profissional. Está aí um bom caminho porque é que eu fiquei dez anos a jogar na Primeira Liga. Já vi jogadores que trabalharam comigo e que eram mais talentosos do que eu, vi também jogadores que não tinham condições de lá estar- Eu trabalhava muito e tentei ser o mais correto possível com toda a gente. Nunca gostei de ‘sacanagem’ porque futebol é lindo, mas dentro de campo. Eu adoro treinar, mas também tem coisas más e menos positivas. Essas coisas más é que vão tirando o brilho das coisas.

    Cássio Anjos
    Fonte: Cássio Anjos

    Bola na Rede: Antes de passarmos à fase seguinte da tua carreira, sendo que falaste de coisas menos positivas, temos de falar um pouco sobre o célebre caso César Boaventura, em que viste o teu nome envolvido, juntamente com o Marcelo e o Lionn. Gostaria de perceber a tua perspetiva…

    Cássio: Hoje em dia, por causa das redes sociais e das aplicações como o Whatsapp, muito provavelmente eu não o encontraria pessoalmente. Porém, naquele tempo, era muito disso. Imagina: tu ias falar com um empresário X, um diretor Y, marcavas um café, encontravam-se e falavam. O pessoal do Paços de Ferreira encontrava-se perto da minha casa para falar. O Joel, o diretor do Arouca, tentou a minha contratação através de um empresário, mas eu encontrei-me com ele a meio do caminho entre Arouca e a minha casa, isto para contextualizar. Naquela altura havia muito disso, os empresários ligavam para nós e dizia: como está a tua situação? Se eu trouxer uma proposta para França, dá para fazer negócio? Ou preciso de uma autorização? Ou seja, tínhamos que falar pessoalmente. A situação com o César Boaventura foi precisamente essa. Ele ligou-me e disse que precisava de falar comigo. Apresentou-se, disse que era empresário e que queria falar comigo. Eu disse que naquela semana não podia, que estava uma loucura, havia um jogo muito importante [jogo com o Benfica]. Ele insistiu, disse que era muito importante. Eu disse-lhe que não íamos marcar nada, mas disse para vir na porta do clube para falarmos. Ele foi. A nossa conversa durou dois minutos. Ele perguntou como eu estava, eu disse que estava bem. As perguntas são sempre as mesmas: quis saber como estou, quando terminava o meu contrato, eu disse que acabava no final da época. Aí ele disse: se eu trouxer algo no final da época assinas uma procuração para me dar autorização para continuar? Eu disse que dava. Porém, depois ele veio com aquela outra conversa. Ele perguntou como estava a expectativa do jogo e eu assumi que era para ganhar, que era alta. O César Boaventura propôs o valor e eu só disse: meu amigo, saia do carro.

    «César Boaventura perguntou como eu estava, eu disse que estava bem. As perguntas são sempre as mesmas: quis saber como estou, quando terminava o meu contrato, eu disse que acabava no final da época. Aí ele disse: se eu trouxer algo no final da época assinas uma procuração para me dar autorização para continuar? Eu disse que dava. Porém depois ele veio com aquela outra conversa».

    Bola na Rede: Como é que te sentiste ao nível pessoal?

    Cássio: Senti-me muito, mas muito mal. Voltei para casa e falei com a minha esposa. Foi muito mau. Foi uma situação de impotência. Sabes que o futebol mexe com a emoção das pessoas, não é? No dia seguinte cheguei ao Rio Ave e contei a situação. Falámos entre nós no balneário, chamámos os nossos treinadores e falámos, como numa reunião. Depois aconteceu o que é público.

    Bola na Rede: Foi uma situação desagradável. São momentos e pessoas que fazem mal ao futebol…

    Cássio: Fazem muito mal. Não tem como não dizer que não fazem mal. É complicado porque mexe com coisas que… Nem sei como dizer… o que mais me doeu não foi a situação em si. Porém, depois envolveu família, a minha filha foi para a escola depois de toda essa situação. As crianças não têm aquele jogo de cintura. A minha filha mais velha ouviu o que não gostava e chegou a casa a chorar. É complicado, foi a parte mais dura de tudo isso.

    Bola na Rede: Foi a fase mais complicada da tua carreira?

    Cássio: Sim, sem dúvida. Eu estou tranquilo a falar nisto. Eu não posso apagar o que aconteceu da minha história, não tem como. Deito-me na minha cama, no meu travesseiro [almofada], com a consciência totalmente tranquila. Eu não fiz nada que me pudesse arrepender e poder desagradar a Deus e à minha família. Quando eu escutei o que não gostaria de escutar, eu falei com quem deveria falar. As coisas foram andando, depois teve a outra situação no jogo do Feirense. Juntou-se uma coisa com a outra. Nem era com o César Boaventura, mas foi como se fosse um fio condutor. Teve essa situação, depois ligou-se com a situação do Feirense. Eu, o Marcelo, o Lionn, o Roderick e o Eliseu Nadjack, nós éramos a mesma linha defensiva dos dois anos. A coisa foi ligando. Houve aquele problema nesse ano, depois teve o mesmo tipo de problema, com os mesmos. Foram ligando uma coisa na outra. O bom é que tínhamos um bom clube, muito sério e organizado. Deu-nos todo o apoio. Relatámos todas as coisas, não havia nada encoberto. Depois houve muita tinta na comunicação social, mas como o processo estava em segredo de justiça, da nossa parte foi sempre dito para deixar a poeira abaixar e não falar nada. Foi assim.

    Bola na Rede: Estes casos, falando de forma geral, são assim tão comuns no futebol português?

    Cássio: Eu não sei. Sei que há gente boa em todas as vertentes da sociedade há gente má. Não é apenas no futebol, mas também é no futebol. Não é só aqui em Portugal, é também aqui em Portugal. Cada um tira as suas ilações.

    «Sei que há gente boa em todas as vertentes da sociedade há gente má. Não é apenas no futebol, mas também é no futebol. Não é só aqui em Portugal, é também aqui em Portugal. Cada um tira as suas ilações»

    Bola na Rede: Seguiste para a Arábia Saudita, onde voltaste a ter treinadores portugueses, no Al Taawoon, como o Pedro Emanuel, o José Gomes… sentiste muita diferença cultural? Levaste a tua família?

    Cásssio:  Levei, não ficava lá sem a minha família. Respeito cada colega que tive lá, que não levavam a família. Eu levei, muito por insistência da minha mulher. Ela achou por bem sempre estarmos juntos e eu louvo a Deus por isso. A minha família mais velha estudava por videoconferência num colégio aqui de Portugal. A minha filha mais nova apenas fez o primeiro ano assim. Não há comparação entre as coisas de aqui e as da Arábia Saudita. É o mesmo que comparar o preto com o branco (risos). Não tem como. O contexto do clube passava pela saída do José Gomes e a entrada do Pedro Emanuel. Chegamos lá e o choque cultural foi tremendo. Eu lembro-me que falei que o Arouca era ótimo a nível de grupo, mas o clube não tinha organização nenhuma. O Al Taawon tinha nenhuma de nenhuma. Era surreal. Falar o que acontece na Arábia Saudita hoje, não tem nada a ver. Eu fico feliz porque vejo que o clube melhorou muito. A nível estrutural, de pensamento, de organização, em coisas relacionadas com viagens, jogos, etc.. Posso dar um exemplo: uma parte dos jogadores foi num voo e a outra parte foi noutro. A nível de material era péssimo. Não tinha e quando tinha era como se fosse uma feira. Quem pegou primeiro, pegou o melhor. Havia muitas coisas. Se eu fosse falar as cosias todas que aconteciam lá… eram coisas surreais.

    Bola na Rede: Davam para um documentário…

    Cássio: Sem dúvida. Por exemplo, o Al Taawon tinha ganho a Taça do Rei e tínhamos seis meses de salário atrasado. Eu falava que precisávamos do dinheiro e eles dizem: se Deus quiser, amanhã. Eu já sabia que era mentira, eles são muito mentirosos.

    Bola na Rede: Como era o nível futebolístico por lá?

    Cássio: No primeiro ano foi mau. Eles tinham qualidade e até me surpreenderam positivamente. São jogadores rápidos, levezinhos, têm um nível de comprometimento dentro do jogo relativamente alto. Tu vês certas vezes que aquele jogador não está a dar tudo. Eles davam tudo o que tinham. Mas eles tudo o que tinham era relativamente pouco. Havia muita vontade e pouca organização. Fomos campeões com o Pedro Emanuel batendo muito em organização. E depois vem a qualidade. Eles são muito afoitos. Por exemplo: é o lugar do mundo onde tem mais carrinhos. Toda a hora do jogo eles estão no chão. O Pedro Emanuel num dos treinos prometeu que se fizessem carrinhos era falta contra a equipa infratora. Era para os educar. Nem toda a hora tinha que ter cortes de carrinho ou ter que dar uma bicicleta. Quando estás sozinho podes dominar e jogar, eles não são afoitos. O futebol tinha nível porque havia vontade, mas pouca lucidez. Hoje em dia já vemos alguns bons jogadores a irem para lá, assim como bons treinadores. A nível organizacional está muito melhor, em todos os sentidos, dentro de campo, fora de campo, as infraestruturas. O Cristiano Ronaldo e a sua chegada elevaram para um patamar excelente. Mas ainda falta muito caminho para chegar a um futebol que atraia totalmente. Quando o Ronaldo e o Neymar saírem, o futebol vai perder atração. Há muito por percorrer.

    Bola na Rede: Imaginavas que o governo da Arábia Saudita ia realizar esta inversão que acabou por fazer?

    Cássio: Quando eu chego lá, ainda não era nada assim. Porém, já se falava que eles queriam rivalizar com outros campeonatos da zona, como o dos Emirados, do Catar… no Catar ia ter Mundial e isso fazia com que se falasse mais do Catar do que da Arábia Saudita. Eles começaram a ter um grande projeto, a nível de media e de exposição. Eles estão a usar e muito bem a vertente do futebol.

    «O Al Taawon tinha ganho a Taça do Rei e tínhamos seis meses de salário atrasado. Eu falava que precisávamos do dinheiro e eles dizem: se Deus quiser, amanhã. Eu já sabia que era mentira, eles são muito mentirosos»

    Bola na Rede: O final da tua carreira fica marcado por um regresso a Portugal, onde representaste o Felgueiras e o Paredes. Sentiste necessidade de voltar cá?

    Cássio: Eu saí do Al Taawon de maneira atribulada. Eu tinha mais um ano de contrato, mas tinha recebido uma proposta do rival, que é o Al Raed, que agora tem lá o André Moreira. Havia o medo que eu fosse para o rival. Eu recebi a proposta deles e o clube não me deixou sair. Acabou a época, eles contrataram um novo treinador, o Péricles Chamusca, que quer trazer um novo guarda-redes, com toda a legitimidade. Porém, não me liberam para ir para lado nenhum. Recebi propostas de empréstimo, mas eles não me deixavam sair. Apenas me deixaram sair no último dia de mercado. O campeonato começava no dia 25 e no dia 24 assinaram a minha rescisão. Eu não sabia para onde ir e havia ainda a questão da mudança. Não era só pegar nas minhas malas e ir embora. Havia a minha família, a escola das miúdas. Havia uma série de coisas. Perdi muito tempo. Até ao último momento havia a possibilidade de continuar na Arábia Saudita, mas houve muitos percalços. Chego a Portugal já a meio de setembro. O meu processo até foi para a FIFA, porque eles não me pagaram. Também era um objetivo nosso ficar em Portugal, nem pensámos em voltar para o Brasil. Eu não sabia para onde ir, não podia ser inscrito antes de janeiro. Esse tempo ficou meio cinzento. Estava meio perdido no que ia fazer. Começo a treinar no Aliados de Lordelo, fico a treinar por lá um mês. Depois surge a possibilidade de ir para o Felgueiras e eu tinha jogado com o Pintassilgo e falei com ele. Vou para o Felgueiras, mas naquela situação de que sabia que não ia jogar, porque estava muito tempos em treinar. Os meninos lá estavam três vezes mais rápidos do que eu. Eu cheguei lá e foi muito bom. Foi uma experiência espetacular. Acabei por sair, queria encerrar a minha careira e fazer o curso de treinador de guarda-redes. Surgiram alguns convites, até mesmo algumas coisas interessantes. Pus na minha cabeça que ia terminar a carreira, mas o presidente do Paredes ligou-me durante quase um mês, a pedir ajuda. Como era aqui perto de casa decidi fazer um último ano. Foi muito bom, uma experiência igualmente espetacular.

    Bola na Rede: Tens 43 anos. Quando é que começaste a pensar na retirada do futebol?

    Cássio: Há muito tempo. Posso confessar que antes de ir para Arábia eu já pensava como é que seria o final, a despedida. Veio a Arábia Saudita um pouco contra as minhas expectativas, fui para lá, até pensei em terminar por lá mesmo. Uma das sugestões que o clube me fez foi essa. Terminava e ficava na estrutura, mas ainda queria terminar em Portugal e a jogar. Então, decidi não aceitar. É muito complicado, muito difícil. Conversei com dois ou três colegas que passaram por isso e que hoje estão a passar. Não é fácil. Por isso, vês alguns jogadores que param, mas depois passado algum tempo voltam a jogar, porque a ideia não está completamente maturada na cabeça.

    Cássio Anjos
    Fonte: Cássio Anjos

    Bola na Rede: Depois De mais de 20 anos de carreira, como vês a evolução da tua posição, a de guarda-redes?

    Cássio: Se calhar foi a posição que mais evoluiu. Eu vejo sempre com agrado, apesar de achar que ultimamente têm dado muita ênfase a coisas que não são as fundamentais na posição de guarda-redes, principalmente o jogo com os pés. Acho que é importante saber jogar com os pés e é uma mais valia para qualquer equipa, porém é muito mais importante que uma equipa tenha um guarda-redes… que seja um guarda-redes. Que naqueles momentos que é necessário que o guarda-redes esteja lá, ele não falhe. É uma posição que evoluiu, principalmente no Brasil. Podemos até dizer que o futebol do Brasil desacelerou. Já não está como era, mas a posição de guarda-redes vemos que houve grandes mudanças. Há bons guarda-redes brasileiros por todos os lugares, algo impensável.

    Bola na Rede: E quanto a ti, Cássio, o que reserva o teu futuro?

    Cássio: Eu fiz o UEFA B de treinadores. Pretendo abraçar a carreira de treinador de guarda-redes. Já tive duas ou três situações que não deram certo. Uma delas foi basicamente porque era muito longe da minha casa e eu não estava muito certo disso. Era uma hora e meia da minha casa, todos os dias, ir e voltar. Para mim não fazia sentido. As outras duas não deram certo por outras razões. O meu querer é abraçar essa carreira. Ainda não surgiu nada e estou em casa. Se algum clube estiver precisando… esse é o meu objetivo.

    Bola na Rede: Obrigado pela disponibilidade, Cássio. Foi um gosto.

    Cássio: Obrigado eu.

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