Numa casa pouco pia, com apupos, vaias e confrontos, o Benfica amealhou os primeiros três golos e os primeiros três pontos da sua participação a priori paupérrima na Primeira Liga 24/25. A deslocação a Famalicão havia sido o que havia sido e a resposta assertiva das águias era uma obrigação. Sabemos, no entanto, que no Benfica de Rui Costa ninguém é obrigado a nada a não ser sair do clube por uma bagatela e, como tal, não surpreendeu a primeira parte encarnada.
A desertificação de criativos do plantel resultou – imagine-se! – na desertificação de criatividade da equipa. O nulo ao intervalo foi recebido com assobios, algo que, a julgar pelas palavras de Roger Schmidt na conferência após o jogo, não preocupa o técnico alemão, que parece ter apreciado a exibição da sua turma no primeiro tempo. Fica dada a mão à palmatória: lá único ele é.
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— SL Benfica (@SLBenfica) August 18, 2024
Ainda assim, e apesar de necessitar 15 minutos mais para perceber que faltava criatividade, verticalidade, fluidez na basculação, presença na área e mais uns quantos ingredientes, Schmidt acabou mesmo por mudar a receita e o jogo. As entradas de Kokcu (desta vez com instruções mais claras sobre a sua posição no terreno), de Marcos Leonardo (que equivaleu as forças perante os três centrais dos gansos) e de Tiago Gouveia (um golo e uma assistência na sua posição de origem) resultaram na perfeição.
Atendendo à diferença abissal de qualidade e de frutificação da equipa após as substituições, será de esperar que no próximo jogo a abordagem seja essa desde o início. Será de esperar sentado, claro está. Afinal, é de Roger Schmidt que escrevemos. Ficam os três pontos e a confirmação da extensão quantitativa e qualitativa do plantel encarnado e a confirmação de que o treinador alemão das águias é tão capaz de ser campeão nacional com essa extensão como com uma extensão tripla.