Este FC Porto está bom e recomenda-se

O FC Porto continua de vento em popa e os resultados estão a acompanhar as belas exibições azuis e brancas. Neste sábado, em pleno Estádio do Dragão, os portistas derrotaram o Rio Ave, em jogo da terceira jornada da Primeira Liga, e deram sequência a um arranque de temporada 2024/25 a roçar a perfeição, antes do Clássico com o Sporting, no próximo sábado, dia 31.

Ainda sem os dois reforços para o ataque (Deniz Gul e Samu Omorodion), o FC Porto chegou a este desafio sem David Carmo e Toni Martínez, que têm questões por resolver relativas à continuidade no clube, e ainda Francisco Conceição, que irá ser emprestado à Juventus. Ainda assim, existiam várias dúvidas no onze inicial, relativas à presença de Fran Navarro, Danny Namaso e Pepê.

Os vilacondenses chegaram ao Dragão com 19 caras novas no plantel e uma equipa em construção que, depois do desaire em Alvalade (3-1), conseguiu responder diante do Farense (vitória por 1-0 em casa).

Ora, assim sendo, Vítor Bruno não mexeu muito na fórmula que venceu nos Açores, colocando apenas Pepê na vaga que foi de Fran Navarro, empurrando Namaso para a posição de ponta de lança para dar mais mobilidade à equipa e confundir as marcações adversárias, tais eram as constantes permutas posicionais, tanto com Iván Jaime, como com Pepê ou até Nico González.

Do outro lado, Luís Freire apenas trocou Olinho por Tiago Morais relativamente ao jogo com o Farense, pelo que apresentou a sua equipa no habitual 3-4-3, que se desdobrava num 5-2-3 a defender, sendo que, por vezes, até era um 5-4-1, com os extremos a baixarem para o meio-campo, muito por causa da grande quantidade de jogadores portistas no corredor central e entrelinhas.

Posto isto, em menos de um quinto de minuto, o FC Porto já estava em vantagem contra o Rio Ave. Se o bom arranque de nova era já traz otimismo para os dragões, festejar aos 18 segundos transforma a tarde numa festa, é como atear definitivamente o fogo.

Os protagonistas do 1-0 foram, em boa medida, os reis do jogo. Iván Jaime, com o seu futebol perfumado e de classe, fez duas assistências, continuando a revelar-se o grande reforço que já estava no plantel. Galeno, a lateral ou extremo, está a jogar como um futebolista numa missão, ainda mais agressivo, pressionante e cheio de energia. O facto de um futebolista tão irrequieto ser o mais rápido de sempre a marcar neste recinto não deixa de ser uma boa conjugação entre estatística e característica.

O grande início da equipa de Vítor Bruno teve continuidade, com os vilacondenses a não conseguirem contrariar a forte pressão da formação da casa, apesar de terem tentado baixar o ritmo do jogo com bola.

Contudo, em mais uma excelente jogada coletiva, Namaso recebeu a bola à entrada da área, puxou para dentro e rematou colocado de pé direito, mas Jhonatan, com a ponta dos dedos, negou-lhe o golo. Logo a seguir foi a vez de Iván Jaime tentar de longe, com o guarda-redes a voltar a aparecer para negar-lhe o golo.

As oportunidades continuaram a aparecer e, depois de Martim Fernandes, Iván Jaime, novamente, por duas vezes, e Vasco Sousa não terem conseguido marcar, Nico González recebeu uma bola do criativo espanhol e, de fora da área e com um leve desvio em Amine Oudrhiri, aumentou a contagem, colocando os portistas numa posição mais confortável (demasiado até, viria a confirmar-se) no jogo.

O Rio Ave continuou sem se encontrar e a somar várias falhas de posicionamento no setor intermédio, obrigado Luís Freire a operar uma tripla substituição, aos 37 minutos, todas com incidência nos corredores laterais: saíram João Tomé, Bondoso e Tiago Morais e entraram Fábio Ronaldo, João Graça e Olinho.

No entanto, os vilacondenses mal tiveram tempo para se adaptarem às mudanças com onze jogadores em campo, já que, aos 43′, Patrick William viu o segundo amarelo e deixou os visitantes com menos um.

Luís Freire voltou a responder e, num cenário pouquíssimo visto, fez a quarta alteração nos primeiros 45 minutos, retirando João Novais que também esteve muito aquém do esperado, para dar lugar a Jonathan Panzo, remodelando a equipa para uma espécie de 3-4-1-1, com apenas Clayton Silva na frente de ataque.

Ao intervalo, estar só a perder por 2-0 parecia mesmo o melhor que o Rio Ave poderia extrair do desafio.

Na segunda parte, o FC Porto foi mais de gestão, mais de controlo e não tão de procura pela baliza adversária, sendo que até se chegaram a ouvir alguns assobios por causa disso. O Rio Ave só por uma vez ameaçou Diogo Costa, com Vrousai, já perto do fim, a falhar a finalização na área.

Jhonatan, na baliza do Rio Ave, evitou as poucas oportunidades azuis e brancas na etapa complementar. O guardião saiu com 10 defesas, evitando tentativas de Wendell, Pepê, Namaso ou Galeno na segunda parte.

Para finalizar, referir apenas que é caso para dizer que, com os reforços de que foi privado no começo da época passada, Luís Freire está ainda a retocar a equipa, moldando-a à sua imagem. Rapidamente a deslocação ao Porto tornou-se na tentativa de extrair um mal menor e não na procura de pontos, mas, tendo em conta as circunstâncias, esse exercício de gestão de danos foi logrado. Já com visitas a Sporting e FC Porto, Freire terá tempo para voltar a montar uma equipa de qualidade em Vila do Conde.

Do lado azul e branco, e acreditando que, tal como escrevi em relação ao jogo da última jornada, diante do Santa Clara, Vítor Bruno irá manter o modelo e o dinamismo da meritocracia. Tendo em conta aquilo que os jogadores executaram frente a este Rio Ave, assim como aquilo que o jogo pede (antes e durante o mesmo), a componente tático-estratégica do mesmo e aquilo que é o trabalho diário durante a semana, parece-me que quem poderá perder mais rapidamente o lugar é Danny Namaso, uma vez que, apesar de oferecer índices interessantes no momento sem bola, não tem conseguido ser o avançado que uma equipa como o FC Porto precisa quando a tem. Aliás, até por isso o clube contratou Deniz Gul e Samu Omorodion – Vítor Bruno já referiu que, caso estejam aptos, poderão ir a jogo em Alvalade, mas não me acredito nessa hipótese, pelo menos no momento em que escrevo isto.

Em suma, quatro jogos, quatro vitórias para o FC Porto de Vítor Bruno. Na próxima jornada, a deslocação a Alvalade ditará se o verão continua azul.

Raul Saraiva
Raul Saraiva
O Raúl tem 19 anos e está a tirar a Licenciatura em Ciências da Comunicação. Pretende seguir Jornalismo, de preferência desportivo. Acredita que se aprende diariamente e que, por isso, o desporto pode ser melhor.

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