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A moeda que empancou a Slot machine | Liverpool

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Arne Slot herdou um plantel de luxo de Jurgen Klopp no Liverpool e teve desde o início a matéria-prima necessária para fazer mira aos títulos. Ainda assim, a entrada de um novo técnico numa equipa com princípios de jogo bem estabelecidos nem sempre é fácil (veja-se o que aconteceu com João Pereira no Sporting).

O ex-treinador do Feyenoord conseguiu atenuar essa turbulência e tem inclusivamente conseguido melhorar alguns detalhes, colocando os Reds no topo da Premier League e da Liga dos Campeões. O prémio de treinador do mês de novembro foi um reconhecimento mais que merecido pelo trabalho notável que tem feito no principal escalão inglês.

Não são as mudanças no elenco que justificam a excelente campanha do Liverpool, até porque houve apenas uma entrada no mercado de verão. Chegado da Juventus, o italiano Federico Chiesa é um jogador talentoso, mas também propenso a lesões, tendo participado em apenas um jogo da Premier League até ao momento.

Algumas características do Liverpool de Klopp mantiveram-se, como a grande preponderância dos extremos na criação de oportunidades, a grande pressão imediatamente após a perda de bola e o grande domínio na posse do esférico. No entanto, a construção ofensiva teve uma mudança considerável, com um maior envolvimento dos médios e maior utilização do passe curto. Para isso, tem sido fundamental o papel desempenhado pelo neerlandês Ryan Granvenberch, o médio tipicamente mais recuado.

Se é verdade que a capacidade de passe longo de defesas como Alexander-Arnold ou Van Dijk permitem uma saída de jogo mais direta, esta nova abordagem permite uma maior variabilidade e imprevisibilidade do ataque dos Reds.

A flexibilidade no posicionamento do ataque do Liverpool continua a ser uma das principais dores de cabeça dos adversários. As inflexões de Salah, Luis Diaz e Gakpo para zonas mais interiores ou as entradas pelo corredor central de médios como McAllister e Curtis Jones (aproveitando a fixação da defesa por parte de Darwin), são pontos-chave de uma mobilidade que dá origem a um elevado volume de lances perigosos.

Coletivamente, a equipa de Merseyside lidera o campeonato em grandes oportunidades criadas e é top-4 em passes progressivos, toques dentro da grande área adversária e percentagem de posse de bola. Estes dados justificam diretamente o facto de serem o melhor ataque da Premier League e indiretamente o de terem também o menor número de golos sofridos. Com a equipa constantemente em processo ofensivo, o número de oportunidades concedidas ao adversário é reduzido, e uma defesa que já “joga de olhos fechados” resolve a grande maioria com facilidade.

Mohammed Salah é o líder individual de assistências e golos e tem feito mais uma época notável, demonstrando que os anos ainda não estão a ter um efeito negativo na sua performance. Quem tem um jogador desta categoria no plantel fica automaticamente mais próximo de vencer qualquer partida.

No último jogo, a primeira parte da receção ao Manchester United foi um parêntese menos positivo no domínio do Liverpool, com a equipa da casa a não mostrar o rasgo que lhes tinha sido característico nos encontros recentes. As maiores oportunidades do primeiro tempo foram mesmo dos Red Devils e o técnico holandês tinha trabalho a fazer no intervalo.

No regresso ao terreno de jogo manteve-se a toada, com os visitantes a chegar ao primeiro golo. Mesmo conseguindo a reviravolta no marcador, contra a corrente do jogo e com alguma sorte à mistura, a equipa de Slot não conseguiu tomar as rédeas do encontro. Aos 80 minutos, Diallo apontou o golo que ditou o empate, numa altura em que o jogo estava partido e emocionante.

A notável disposição física e mental dos homens de Rúben Amorim conseguiu pôr um travão na máquina engendrada pelo treinador neerlandês, depois de outros dois técnicos portugueses o terem conseguido nos seus respetivos terrenos: Nuno Espírito Santo (Nottingham Forest) Marco Silva (Fulham).

O espírito de união na equipa e a forte ligação com os adeptos são também características fulcrais do legado de Klopp que Slot manteve. «You’ll never walk alone» é um lema que se mostra mais vivo que nunca, mas a verdade é que é fácil ser adepto desta equipa: com resultados promissores e exibições de elevado nível, o lugar anual em Anfield Road parece ficar mais barato.

O Liverpool segue no topo da tabela, com seis pontos de vantagem e um jogo em atraso com o Everton. O percalço frente ao United não hipoteca a possibilidade de Slot começar o seu percurso na cidade dos Beatles de forma grandiosa, relembra apenas que no futebol não existem equipas perfeitas e vão sempre haver jogos inesperadamente complicados.

João Pedro Santos
João Pedro Santos
Licenciado e mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, é atualmente estudante do Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Tendo a música e o desporto como grandes interesses, dedicou-se recentemente à escrita de artigos de opinião para o projeto Bola na Rede.

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