Académica de Coimbra 4-3 CF “Os Belenenses”: Trigueira elevado a Santo durante um hino ao futebol

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A jornada 13 já tinha sido pródiga em jogos de bom futebol e muitos golos. Sobrava um Académica-Belenenses, um duelo do qual não se esperaria tanto mas de onde se extraiu tanto ou mais do que em todas as partidas anteriores. 4-3 para os da casa, duas grandes penalidades, várias oportunidades de golo e muita, muita emoção.

A Académica de Coimbra, privilegiando os flancos em busca de desequilíbrios que não iam surgindo mas que revelavam uma equipa cheia de confiança, parecia ter a noção de que essa sagacidade seria premiada e que era uma questão de tempo até a bola rondar a baliza adversária. E foi mesmo. À passagem do minuto 20, Gonçalo Paciência recebe um cruzamento da esquerda e dispara contra a mão de João Afonso. Penalti claro, assinalado e devidamente convertido pelo jogador cedido pelo FC Porto.

O Belenenses não pareceu acusar o golo e, à medida que Sá Pinto ia pedindo mais intensidade, os azuis do Restelo iam crescendo (Ricardo Dias teve papel fulcral neste período, saindo a jogar sem problemas e situando-se sempre na zona onde a bola pairava de forma a estancar o ataque contrário) e chegaram mesmo a criar perigo, com Carlos Martins a rematar, à entrada da área, fortíssimo para defesa brilhante de Trigueira, para canto. Na sequência do mesmo, Fernando Alexandre comete grande penalidade sobre João Afonso. Luís Leal, chamado à conversão, bate bem… mas Trigueira voltou a brilhar e defendeu o castigo máximo.

O Belenenses, desta vez, esmoreceu (Sá Pinto confirmou-o em conferência de imprensa), e a Académica de Coimbra aproveitou para vincar que estava a fazer os melhores 45 minutos da época (“a nível de entrega e intensidade fizemos um jogo extraordinário até ao 2-0”, concordou Gouveia), voltando a superiorizar-se ao adversário, ampliando a vantagem, por Pedro Nuno (“se trabalharem, terão oportunidades”, disse Filipe Gouveia em conferência de imprensa), que aproveitou um ressalto proveniente de um cruzamento tenso de Nii Plange para, à entrada da área, fazer o 2-0. Ambas as equipas pareciam conformadas com o desfecho da primeira parte, mas, sobre o minuto 45, Luís Leal cruzou sobre a direita do ataque do Belenenses, a bola sofreu um desvio em Ricardo Nascimento e traiu Trigueira. Estava feito o 2-1 e encerrado o primeiro tempo, num manto de dúvidas…

… logo desfeito, nos primeiros instantes da primeira parte, com o 3-1 (outro duro golpe nas ambições belenenses, disse o técnico dos azuis do Restelo) para a Briosa. Leandro Silva disparou de longe, Ventura defendeu mas não segurou a bola, e Ivanildo, na recarga, voltou a ampliar a vantagem. Sá Pinto, que apostara num 4x4x2 (4x2x4 em posse), com a entrada de Caeiro e a saída de Sturgeon, ao intervalo, viu a estratégia ruir e voltou a mexer, com Tiago Silva a substituir Ruben Pinto, numa declaração de guerra na busca ao golo… que trouxe dividendos. Luís Leal, fugindo a Ofori, galgou terreno rumo à linha de fundo, cruzou para trás e deu o golo a Tiago Caeiro. 3-2, jogo novamente lançado. O Belenenses voltava a acreditar e passou a dominar, intimidando a Académica de Coimbra, que permitiu vários lances de perigo aos azuis: Luís Leal, aproveitando o “raide” e cruzamento de João Amorim, cabeceou ao lado, e Carlos Martins e Tiago Caeiro dispararam de longe para duas boas estiradas de Trigueira.

Gouveia admitiu haver aspectos a melhorar, mas ficou vaidoso pela sua equipa. José Eduardo Simões dedicou a vitória a Rui Prata Ribeiro
Gouveia admitiu haver aspectos a melhorar mas ficou vaidoso pela sua equipa. José Eduardo Simões dedicou a vitória a Rui Prata Ribeiro

Vendo a equipa sufocar, Gouveia já tinha decidido reforçar o miolo, com Nuno Piloto a substituir Pedro Nuno, mas a equipa, sentindo que o seu líder tinha algo a temer, não respondeu da melhor maneira. Então, o técnico dos estudantes decidiu, antes, refrescar o ataque em busca de matar o jogo, tentando aproveitar o espaço dado que o balanceamento ofensivo do Belenenses permitia. E não demorou muito até esta jogada ter resultado. A Académica de Coimbra, numa sucessão de cantos, voltou a marcar. Leandro Silva, depois de ver devolvida a bola batida no canto por si batida, não desistiu e voltou a cruzar para a área belenense, onde apareceu Fernando Alexandre, pleno de oportunidade, a cabecear para o 4-2.

Até ao final, Carlos Martins voltaria a perder o duelo contra Trigueira, rematando mais uma vez para defesa do guardião, ainda que se “vingasse” com uma assistência para Ruben Pinto, de cabeça, assinar o 4-3 (“se o jogo tivesse mais dois ou três minutos, empatávamos o jogo, tenho a certeza absoluta” disse Sá Pinto. “É sofrer até ao fim”, suspiravam os adeptos da Briosa junto à zona da tribuna de imprensa onde estava instalado o Bola na Rede…

… mas, desta vez, ao contrário dos últimos jogos no Cidade de Coimbra, valeu a pena para eles. Não houve golos anulados, nem pontos perdidos perto do apito final e o preço do bilhete valeu bem a pena o espectáculo que os intervenientes proporcionaram. E a sorte, tanto tempo afastada dos estudantes, esteve do lado deles, que marcaram em momentos cirúrgicos do encontro.

A Figura:

Pedro Trigueira – Sofreu três golos, é verdade, mas salvou a sua equipa da derrota, travando duelo particular com Carlos Martins do qual saiu claramente vencedor. Susteve o ímpeto ofensivo do Belenenses na segunda parte, com quatro defesas de bom nível, e foi o principal responsável pela segunda vitória da Académica de Coimbra no campeonato.

O Fora-de-Jogo:

Ofori – Dois dos três golos do Belenenses nascem do lado direito do ataque, e em ambos Ofori cedeu muito espaço a Luís Leal, que aproveitou para cruzar, primeiro para o auto-golo de Ricardo Nascimento e depois para o golo de Tiago Caeiro. Contribuiu para o desassossego academista ao longo do encontro.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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