
Cinco equipas lutam para sobreviver ao corte: restam três lugares
Com quatro jornadas por disputar, a luta pelos últimos três lugares de acesso ao top 8 — e, por consequência, ao play-off de campeão — está ao rubro. Com os cinco primeiros praticamente garantidos (Sporting, Benfica, FC Porto, OC Barcelos e Oliveirense), resta perceber quem conseguirá manter a consistência até final e evitar o corte.
Juventude Pacense (6.º lugar, 25 pontos, 21 jogos)
Tem sido uma das boas surpresas da temporada, a par do Barcelos.
Com um ataque bastante eficaz (74 golos marcados), tem sabido contrariar as fragilidades defensivas (96 golos sofridos, a pior defesa entre os primeiros 12 classificados). Com um calendário que inclui um jogo teoricamente acessível frente ao Riba d’Ave e ainda duelos diretos contra SC Tomar e Sanjoanense, a Juventude Pacense depende apenas de si para garantir a qualificação.
O jogo em atraso poderá ser uma vantagem decisiva numa corrida tão equilibrada, mas será preciso mais solidez defensiva para evitar surpresas desagradáveis, assim como contrariar o decréscimo de forma recente.
AD Valongo (7.º lugar, 25 pontos, 22 jogos)
O Valongo está a viver uma temporada de altos e (muitos)baixos, com um ambiente pouco famoso para os lados da região.
No entanto, o regresso do forte apoio dos adeptos ao “San Siro” pode ser uma arma fundamental nesta reta final. Com 56 golos marcados e 77 sofridos, os números não impressionam, mas o histórico da equipa em fases decisivas e o ambiente caseiro podem fazer a diferença, algo que tem-se traduzido nos últimos jogos, onde o emblema e a história pesam.
O calendário reserva um confronto direto com o HC Braga (9.º) que poderá ser absolutamente decisivo, além de uma visita ao terreno do FC Porto. A margem de erro é curta, mas o apoio da massa adepta poderá empurrar a equipa para os lugares de apuramento, um prémio pouco imaginado pelo clube durante a época, devido à irregularidade e à divisão no clube.
SC Tomar (8.º lugar, 24 pontos, 21 jogos)
Com uma época marcada pela irregularidade, o SC Tomar entra nesta fase em desvantagem no confronto direto com Valongo e Pacense. A diferença de golos (57 marcados e 56 sofridos) mostra equilíbrio, mas também revela dificuldades em desbloquear jogos.
Enfrenta adversários diretos como Juventude Pacense e Sanjoanense até ao fim, pelo que os próximos jogos serão tudo menos tranquilos. Um deslize pode custar a qualificação, mas a equipa tem argumentos para lutar até ao fim.
HC Braga (9.º lugar, 23 pontos, 21 jogos)
A apenas um ponto do top 8, e com um jogo por disputar em relação à AD Valongo, a equipa bracarense está muito viva na corrida. No entanto, a reta final será complicada, cheia de confrontos com adversários diretos: defrontam Valongo, Tomar, Sanjoanense, e têm também pela frente a visita a Paços de Ferreira.
Com 61 golos marcados e 75 sofridos, o Braga não tem convencido defensivamente. Vai precisar de pelo menos duas vitórias para entrar nas contas, o que será exigente dada a dificuldade do calendário.
AD Sanjoanense (10.º lugar, 22 pontos, 21 jogos)
Com um pavilhão que tem sido sempre uma casa difícil para qualquer adversário, a Sanjoanense pode ser a grande surpresa deste final de época. Tem confronto direto com HC Braga e encontros com equipas aflitas, além duma visita à luz, o que significa que depende em parte de si própria para subir à zona de qualificação.
Se conseguir manter o rendimento em casa, onde costuma ser forte, pode muito bem intrometer-se na luta final.
Com isto, prevejo as seguintes equipas a entrar no “corte” do top-8, avançando para os playoffs: Juventude Pacense, pela qualidade demonstrada ao longo da época, AD Valongo, pela experiência nestes momentos decisivos, e AD Sanjoanense como a minha “wildcard”, uma equipa em crescendo, com grande ambiente seja em casa e fora, aliada à capacidade do seu treinador, Reinaldo Ventura.
Consigo imaginar SC Tomar e HC Braga a lutar até ao fim, mas ficando ligeiramente aquém — sobretudo se não pontuarem nos confrontos entre si.