Carta Aberta ao: Sport Lisboa e Benfica

cartaaberta

Gaeiras, 27 de Fevereiro de 2016

Para o excelentíssimo Sport Lisboa e Benfica 

PARABÉNS, amor da minha vida! PARABÉNS, maior clube português! PARABÉNS, Sport Lisboa e Benfica!

Completas, este domingo, 112 anos de uma vida simplesmente admirável, apaixonante. Que me perdoem os meus pais pelas cartas que nunca lhes escrevi. Que me perdoem as minhas ex-namoradas pelas cartas sentimentais como esta que nunca lhes escrevi, perdoem-me grandes amigos/as pelas cartas que nunca lhes escrevi. Mas é que esta carta é especial, é um desabafo, é um deter de final de tarde perante tamanha grandeza clubística. Mal comecei a ver futebol enfeiticei-me por ti, Benfica. E não, não foi pelo maravilhoso futebol que a equipa produzia nos idos anos de 1994, 1995. Bem pelo contrário! Não jogávamos nadinha, éramos motivo de chacota, algo que se intensificou pelos anos seguintes. Porém, logo na altura, mesmo sendo um puto desinteressante, eu vi, eu percebi, eu tive a certeza de que estava na presença de uma instituição inigualável, de uma entidade com a qual me vincularia para sempre.

Era a mística, a tão soberba mística, que existe mesmo! Os tempos eram conturbados, mas o Benfica nunca deixou de ser notícia. Recorria a todos os arquivos possíveis para tentar perceber como seria viver um título futebolístico pelo clube, deliciava-me enquanto ouvia os variados testemunhos nas tertúlias benfiquistas; já era algo que me preenchia.

Foi amor à primeira vista. Aquelas camisolas encarnadas prenderam-me de imediato. Contudo, desenganem-se se pensam que falo apenas de futebol! Bastava um Benfica vs Ginásio do Sul televisionado, em andebol, para que a minha tarde de domingo já fosse positiva. E quem fala no andebol também fala no hóquei em patins, no basquetebol, no voleibol, no futsal, no atletismo, no rugby, no ciclismo, que está quase aí de regresso; em tudo.

Capaz de iluminar a noite mais cerrada, eis o clube aniversariante
Capaz de iluminar a noite mais cerrada, eis o clube aniversariante

Ser do Benfica é isto mesmo. É gritar pelo clube numa rua de Camberra e ouvir reacções; é aziar depois de um desaire inesperado em Paço D’Arcos num desafio de hóquei em patins; é passar horas e horas a rever jogadas do Eusébio, do Chalana, do João Pinto, do Carlos Lisboa, do Panchito, do Aimar; é ver os saltos do Nélson Évora, é recordar as corridas da Vanessa Fernandes; é admirar o antigo Estádio da Luz, é contemplar a nossa nova catedral; é praguejar no quarto de uma forma indecente quando o maior de Portugal não vai bem, é analisar ao pormenor todo o calendário e as partidas mais complicadas; é vasculhar toda esta sublime história, não esquecendo os momentos mais aflitivos; é pensarmos no clube todas as noites antes de adormecermos; é colocar a instituição no topo das prioridades; é faltar a eventos porventura aliciantes por força de uma final importante da Taça de Portugal de voleibol.

Ser do Benfica é único! Dir-me-ão os adeptos rivais que esta conversa cheira a mofo, que não passa de um discurso bacoco e sem sentido, mas não é assim! É a sofreguidão do comum adepto benfiquista, que festeja um 5-0 com uma intensidade ímpar, que salta 22 gradeamentos para estar o mais perto possível dos jogadores, que reza interiormente para que alguém tome a iniciativa de cantar o nosso lindo Hino num qualquer transporte público, para depois ir na onda.

Vale e Azevedo não acabou connosco, logo nunca fecharemos portas! Mesmo sendo pequeno, foi a única altura em que temi pelo futuro do Benfica. Não era para menos, tudo era sombrio, mas nunca vi a nação benfiquista a esconder-se. Aliás, só algo de monstruoso como o Benfica conseguiria reerguer-se daquela forma.

As recentes festas do título, o sucesso nas modalidades, as nossas infraestruturas, as constantes grandes assistências no templo da Luz. Aquela união impressionante depois das mortes de Fehér e Eusébio, as recepções à equipa de futebol após gloriosas noites europeias, os craques que por cá têm passado. Este é o Benfica de quem eu ouvia falar no período de infância, que me fez ocupar todas as estantes com enciclopédias sobre o clube.

Creio que o futuro será risonho, tenho quase a certeza disso. Ninguém me pressionou para ser benfiquista, foi uma escolha natural. Seria sempre do Benfica, qualquer coisa de fatal como o destino. Mas também não pressionarei ninguém a tornar-se benfiquista daqui para a frente, porque não será preciso. É impossível agradar a todos, mas a maioria dos portugueses há-de sempre preferir o nosso Glorioso, porque falamos da instituição desportiva na qual mais pessoas se revêem. Porque o Benfica é assim! É um galã nato que sem forçar conquista, arrebata, vicia, enlouquece, enfurece. É um galã nato que provoca tudo, que passar a fazer parte do centro das nossas preocupações.

112 anos, Sport Lisboa e Benfica. E vários milhões de pessoas cada vez mais apaixonadas por ti. Não sinto ciúmes, mas antes admiração por tudo isso.

Passa um magnífico dia de aniversário. A tua felicidade será a minha.

Sem mais assunto,

João Miguel Henriques Rodrigues

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