Força da Tática | Como Rui Borges está a reinventar a defesa do Sporting

Neste início de época Rui Borges está a voltar a tentar implementar a sua ideia de jogo no Sporting. Depois de no ano passado o treinador português ter sentido dificuldades em passar as suas ideias aos jogadores e ter voltado ao sistema de Rúben Amorim temos visto, na pré-época, um Sporting diferente.

Com bola, a equipa continua a posicionar-se num 1x3x2x5, se bem que com um desdobramento diferente já que o sistema de Rui Borges, o 1x4x2x3x1, não tem três centrais.

No entanto, é na fase defensiva que as diferenças são mais notórias. Neste sistema, o Sporting começa a defender num 1x4x4x2/1x4x2x4, e por isso, os cinco corredores não estão naturalmente todos preenchidos.

Fonte: Edgar Cabrita

Algo que não acontece quando a esquipa defende em 1x5x2x3 ou 1x5x3x2.

Fonte: Edgar Cabrita

Sendo que os cinco corredores não estão preenchidos na forma inicial de defender, é importante que o Sporting defenda de forma coordenada para que as zonas mais vulneráveis não sejam tão facilmente atacadas. No entanto, tanto no início do ciclo Rui Borges como neste início de época (pré-época) a equipa tem demonstrado dificuldades em defender os espaços entre médios e defesas (zona 14) e os espaços entre defesas centrais e defesas laterais (half-spaces).

Zeno Debast Rui Borges Sporting
Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

Estas dificuldades traduzem-se em comportamentos mensuráveis. A menor ocupação dos cinco corredores laterais, sobretudo nos momentos de basculação defensiva, têm permitido que os adversários explorem com facilidade os espaços entre linhas e entre elementos da linha defensiva. Em particular, os half-spaces tornam-se acessíveis quando o bloco não se move de forma coordenada, e quando os médios não recuam a tempo de fechar os corredores interiores.

Nas imagens que se seguem é possível observar como, no sistema de quatro defesas, o Sporting permite com maior frequência passes verticais para os corredores interiores, precisamente entre o lateral e o central. Já com uma linha de cinco, esses mesmos espaços tendem a estar melhor protegidos, seja pelo posicionamento do terceiro central, seja pela própria largura natural da linha defensiva.

Sporting x FC Porto
Passes para os half-spaces e zona 14 do FC Porto contra o Sporting na época 24/25 (à esquerda Sporting com linha de 5, à direita Sporting com linha de 4); Fonte: whoscored.com
Sporting Vitória SC
Passes para os half-spaces e zona 14 do Vitória SC contra o Sporting na época 24/25 (à esquerda Sporting com linha de 5, à direita Sporting com linha de 4); Fonte: whoscored.com

Para além das imagens, os vídeos abaixo ilustram lances concretos onde a equipa sofre por não conseguir fechar a tempo a zona 14 ou os half-spaces. Nos vídeos é também possível notar que com uma linha de 5 esses espaços são cobertos defensivamente de forma mais eficaz.

No entanto, começam também a surgir alguns sinais de evolução. Em jogos mais recentes, nomeadamente contra o Villarreal foi possível identificar ajustes posicionais importantes: ao invés de existir uma estrutura rígida como 1x4x4x2 ou 1x5x2x3 Rui Borges optou por um método defensivo individual existindo assim uma maior fluidez entre sistemas defensivos.

Esta forma de defender parece ser a mais adequada neste momento para a equipa. No entanto, ainda há trabalho a fazer já que a linha defensiva dificuldades a defender movimentos de profundidade do avançado, já que os dois defesas centrais têm a tendência de acompanhar este movimento deixando assim um homem solto entrelinhas.

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