O Al Nassr venceu o Rio Ave no Estádio do Algarve por 4-0. No final do jogo, Jorge Jesus concedeu uma pequena entrevista.
O Al Nassr venceu o Rio Ave por 4-0 no Estádio do Algarve. No final do jogo, Jorge Jesus concedeu uma pequena entrevista ao Canal 11 na qual abordou a atualidade do emblema saudita.
«Foi um jogo interessante e competitivo. O Rio Ave fisicamente está melhor que nós. A equipa esteve bem, ataque posicional muito bom. Estamos à procura da nossa ideia de jogo, mas o plantel vai ser ainda equilibrado com jogadores sauditas e não só».
«Maior desafio? Sei o valor das equipas sauditas, principalmente da que deixei [Al Hilal]. Foi uma mudança consciente, entusiasmei-me pelo projeto. O Al Nassr joga para títulos. Não tem ganho nada e por isso é que o desafio é enorme. O campeonato saudita tem imensa qualidade e estamos à procura do nosso espaço».
«Cristiano Ronaldo? Ele é um fenómeno. Viram que o estádio estava cheio por ele, se não estivesse cá não estava cá ninguém. É uma coisa diabólica, não tinha a noção do que é para a juventude. Não precisa de muitas oportunidades para fazer golo. Penalti? Quis dar a oportunidade ao Mané, na segunda hipótese já quis bater. Vamos tentar ter a dimensão e capacidade que é preciso».
«Félix-Ronaldo? Já se conheciam, mas jogam já em função um do outro. Félix muito melhor que nos outros jogos fisicamente, tecnicamente, posicionalmente. Estamos à procura do nosso espaço. Não o roubei a ninguém, podia vir para o Al Nassr ou para outra equipa. Acredito no futebol dele e tem características que se enquadram. Já o ano passado o tentei levar para o Al Hilal, mas não quis, foi para o Chelsea. Quando assumi que ia para o Al Nassr fiz-lhe o convite e passado um mês e tal foi possível. Fez a opção certa porque ou joga ou não joga e tem de jogar. Na Arábia Saudita não há álcool, divertimentos noturnos nem distrações, não que o faça. Só pode jogar, descansar e estar com amigos e família».
«Estou a conhecê-lo, estou a ver. Temos todos uma ideia, mas estou entusiasmado pela forma como aborda o futebol, pensa e decide. Está num patamar muito inferior, vejo que tem talento para ser melhor».
«Dupla na seleção? Não tenho dúvidas. Estão sempre nas convocatórias e jogando juntos é mais fácil. Fica para o selecionador».
«Bruno Fernandes? Eu queria, mas não vai acontecer. Está decidido a ficar. Já falámos o ano passado os dois para o Al Hilal, depois o Brasil torna a história estranha e complicada. Este ano já tinha tomado a decisão de continuar com o Ruben. Dizem todos que é o melhor campeonato do mundo, mas não é. É Espanha».
«O Darwin era uma hipótese, mas rende melhor como primeiro avançado e temos o Cristiano Ronaldo. Não acasalavam muito bem os dois, na minha opinião. Vai para um rival e tenho pena porque é um grande jogador. Saíram três estrangeiros do Al Nassr, o Duran, o Laporte que vai sair e o Otávio, gosto dele, mas quero um winger, um extremo. Tive de fazer essa opção entre o Otávio e um estrangeiro que jogue aberto. Andamos à procura desse jogador».
«Contratar em Portugal? Já não. Campeonato português? O Benfica pelas aquisições que fez ficou mais forte que o ano passado. O Sporting perdeu o grande jogador que tinha, o Gyokeres fazia golos de qualquer maneira. Continua forte, mas o Benfica reforçou-se bem e o FC Porto melhorou muito. Melhorou a qualidade individual que o ano passado não tinha».
«O futebol é uma coisa diabólica, tudo muda em poucos minutos. Se alguma vez pensava deixar o Al Hilal e rumar pelo Al Nassr? Não, mas aconteceu. Queremos ter uma equipa forte porque os nossos rivais são muito fortes».
«Podem chocar porque o treinador… é normal que de vez em quando, com o Ronaldo ou outros, choquem. As coisas também passam rápido e penso que não haverá problema».
«Brasil? Que remédio. Não quero falar nisso. Estava apaixonado pelo projeto que tinha, tinha na cabeça ir à final da Champions e ao Mundial de Clubes, vieram duas vezes a Lisboa para me levarem e nunca quis. Agora já passou e continuo no Al Nassr».