O Famalicão pretende impugnar o início da Primeira e Segunda de Futebol Feminino. Em causa, a decisão do TAD sobre a descida administrativa da equipa famalicense.
O Famalicão está a ponderar impugnar o arranque da Primeira e Segunda Liga de Futebol Feminino. Através de um longo comunicado, o clube famalicense dá conta da sua insatisfação face à decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que relegou a equipa para a segunda divisão, após ter reintegrado o Damaiense na primeira divisão.
O Famalicão alega que foi convidado a participar na Primeira Liga e que organizou a sua estrutura para participar na principal divisão de Futebol Feminino e que a integração do Damaiense não deveria implicar o afastamento de outra equipa do campeonato.
Eis o comunicado completo do Famalicão:
«O Futebol Clube de Famalicão (FC Famalicão) está a ponderar impugnar o arranque do começo dos Campeonatos da 1ª e da 2ª Divisão Feminina nacional, tendo em conta a informação recebida pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na passada sexta-feira. O Futebol Clube Famalicão rececionou comunicação telegráfica da FPF informando nessa data, 5 de setembro, que se encontra validada a sua inscrição no Campeonato Nacional da 2ª Divisão Feminina. Em tal comunicação é apenas e tão só mencionado que tal validação é efetuada no “cumprimento da decisão alcançada no Processo n.º 29A/2025 proferida pelo Tribunal Arbitral do Desporto”. Recorde-se que o Futebol Clube Famalicão foi convidado a participar na Liga BPI, na qual se inscreveu e foi admitida, tendo, como é óbvio, preparado toda a sua estrutura para nela participar. Ao FC Famalicão não foi comunicado que tal convite era efetuado sob condição nem que estava dependente da verificação de uma qualquer circunstância. A decisão proferida no Processo n.º 29A/2025, que é provisória, não se pronunciou quanto à participação, ou não, do FC Famalicão na Liga BPI, tendo-se cingido à admissão e integração imediata de outro Clube na “Liga BPI” na época 2025/2026. Não foi requerido nem determinado que tal admissão implicaria a exclusão de quem quer que seja. No mesmo dia em que rececionou aquele comunicado, o FC Famalicão foi informado que o sorteio do Campeonato Nacional da II Divisão Feminina se realizaria no dia seguinte, procedimento que, para além de altamente irregular, é demonstrador da leviandade, desrespeito e desconsideração com que a FPF entendeu por bem pautar a sua conduta e os seus procedimentos que, de resto, mereceram especial análise censura por parte do TAD. A decisão da FPF coloca em causa não só a preparação, planeamento e organização desportiva e financeira do FC Famalicão para a época de 2025/2026, e é suscetível de comprometer o futuro das suas atletas e equipa técnica, a escassos dias do final do fecho do mercado de transferências e inscrições. Aliás, ainda esta terça-feira, o FC Famalicão viu cancelada a inscrição das jogadoras não nacionais inscritas na plataforma score e que estavam inscritas tendo em conta a participação da equipa na Liga BPI. Em face destas circunstâncias, não resta ao FC Famalicão outra alternativa que não seja a impugnação do começo dos campeonatos, até que seja tomada decisão definitiva sobre esta questão. Sobre esta questão o FC Famalicão tudo fará para competir na Liga BPI, para a qual se preparou e defender a sua reputação institucional, assim como das suas atletas, equipa técnica e toda a estrutura – que preparou para a Liga BPI conforme critérios de licenciamento exigidos pela FPF», escreveu o clube famalicense.