O RB Salzburgo enfrenta o FC Porto numa fase complicada, marcada por resultados irregulares e por uma visível falta de confiança coletiva. O próprio treinador admitiu recentemente que a equipa tem dificuldades em termos defensivos, mostrando-se mal organizada e excessivamente inconsistente, o que se reflete em erros recorrentes tanto no posicionamento como nas transições.
Estas fragilidades acabam por contagiar todo o jogo da equipa austríaca. Ofensivamente, o RB Salzburgo tem-se mostrado previsível e pouco criativo, incapaz de transformar a posse de bola em oportunidades claras. O nervosismo é notório logo desde o apito inicial, e a desconfiança com que os jogadores entram em campo impede a afirmação de um modelo de jogo sólido. O resultado é uma equipa que se vê frequentemente presa e vulnerável atrás e ineficaz na frente.

O conjunto austríaco, que em anos recentes se destacou pela intensidade e pela capacidade de pressionar alto, parece agora distante dessa identidade. A equipa vem de três jogos sem vencer no campeonato, tendo perdido no sábado passado frente ao Sturm Graz por 0-2. Além disso, não poderá contar com Valentin Sulzbacher e Clemet Bischoff, ambos lesionados.
Mas os problemas não se ficam apenas pelo plano desportivo. A ligação à estrutura Red Bull tem gerado contestação desde a reconfiguração do clube, com parte da massa adepta a sentir que a identidade histórica se perdeu.

No plano interno, o segundo lugar na liga austríaca na época 2024/25 representa uma quebra significativa face ao domínio dos últimos anos. A constante saída de jovens talentos para ligas mais competitivas fragiliza a consistência da equipa, dificultando a construção de um plantel estável. A tudo isto soma-se a vigilância da UEFA sobre a estrutura multi-clube da Red Bull, onde se inclui também o RB Leipzig, para garantir que não existe influências entre os dois em competições europeias.
O RB Salzburgo continua a ser um nome relevante no futebol europeu, mas chega ao encontro com o FC Porto num momento em que precisa de resolver problemas internos e externos para recuperar a solidez competitiva que já demonstrou no passado.