O Benfica e Peter Lim estão sob investigação do Ministério Público após suspeitas de corrupção internacional e falsidade contabilística.
O Ministério Público abriu uma investigação a Peter Lim, dono do Valência, e ao Benfica, devido a uma denúncia que levou a suspeitas de corrupção internacional e falsidade contabilística. Esta denúncia foi feita pelo antigo vice-presidente do clube espanhol e está relacionada com as transferências de André Gomes e Rodrigo.
Miguel Zorío foi vice-presidente do Valência entre 2009 e 2010 e, em entrevista ao jornal Levante-EMV, referiu ter-se reunido com o Ministério Público a 11 de julho na sede da Procuradoria-Geral da República. O antigo dirigente disse também que mostrou toda a documentação com as provas aos inspetores e procuradores. Segundo o próprio, esses documentos «demonstram que grande parte do dinheiro pago pelo Valência ao Benfica nunca chegou aos cofres do clube português». Em maio de 2021, o Tribunal Arbitral do Desporto «condenou a Meriton (empresa de Peter Lim)» e «comprovou a sua posição monopolista», referiu.
O antigo dirigente revelou ainda que o Valencia tem, nas suas contas, um empréstimo de 100 milhões de euros financiado pela Meriton, que acabou por subsidiar as contratações de João Cancelo, Rodrigo, André Gomes e Enzo Pérez. Ainda acrescentou que apenas 54 dos 85 milhões do total das transferências chegou aos cofres do Benfica: «Para injetar dinheiro nos cofres do Benfica e da Meriton, esvaziando financeiramente o Valência».
Os quatro suspeitos em causa são Peter Lim, Jorge Mendes, Layhoon Chan e Amadeo Salvo, sendo que as suspeitas estão associadas a falsidade contabilística, corrupção internacional entre particulares e crimes contra as finanças públicas de Portugal e Espanha. A investigação do Ministério Público é focada nas ligações entre o Benfica, o Valência e as empresas de Peter Lim e Jorge Mendes e o uso de fundos sediados nas Ilhas Caimão.