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«Qualquer um dos jogadores de destaque na minha época, teria lugar nos clubes grandes em Portugal» – Entrevista Bola na Rede a Rui Miguel

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Formado no Académico de Viseu, Rui Miguel destacou-se cedo ao chegar à Primeira Liga pela Naval. No entanto, o percurso nem sempre foi linear: alguns problemas na sua carreira levaram-no a regressar à terceira divisão portuguesa antes de reencontrar o rumo na Polónia. Passou por clubes como Vitória SC e Paços de Ferreira, e viveu experiências marcantes e conturbadas no estrangeiro Rússia, Chipre, Roménia e Moldávia. Em conversa com o Bola na Rede, o antigo médio recordou os altos e baixos do seu trajeto e revelou o melhor jogador e a equipa mais exigente que defrontou em Portugal.

Bola na Rede: Rui Miguel, bem-vindo. Era mais difícil ser jogador profissional antigamente, tendo em conta as ligas e a estrutura do futebol na altura. Sentes que, mesmo no Académico de Viseu, era possível atingir esse patamar?

Rui Miguel: Vindo da formação, nunca sabes como vai ser a tua carreira profissional. Temos sempre muitas dúvidas no nosso trajeto enquanto jogadores. Há vários fatores que criam incertezas na cabeça dos miúdos, e eu não fugi à regra. Apareci no Académico de Viseu depois de ter estado no Benfica. Na altura, o Benfica, presidido pelo Vale e Azevedo, acabou com o segundo escalão e com as equipas B das camadas jovens. Foi assim que vim para Viseu. Tinha o sonho de jogar numa equipa grande, mas as coisas não correram como esperava. Felizmente, tive a sorte de chegar a Viseu, voltar a estar perto da minha família e ter novamente o apoio dos meus pais, o que me ajudou muito. Encontrei também treinadores e pessoas que me acolheram muito bem. Quando te sentes bem num lugar, as coisas acabam por correr bem. Há muitos casos de jogadores com qualidade que, por algum motivo, não se conseguem adaptar, seja em Portugal ou no estrangeiro, e as coisas não lhes correm tão bem. Eu tive a felicidade de estar rodeado de boas pessoas. Mais tarde comecei a perceber que podia mesmo seguir esse sonho. Já era juvenil e jogava nos juniores, mas também fazia treinos com a equipa principal. Comecei a acreditar mais em mim, a valorizar as minhas qualidades e senti muita confiança por parte dos treinadores. O Académico vivia, na altura, um período instável, com salários em atraso e jogadores a rescindir contrato e acabei por aproveitar essa situação para mostrar o meu valor. Tive a minha oportunidade e consegui aproveitá-la.

«EU ERA O MENINO QUERIDO DE VISEU E VOU PARA A NAVAL COM UM PLANTEL RECHEADO DE JOGADORES EXPERIENTES DA PRIMEIRA LIGA, EM QUE EU ERA MAIS UM E ISSO NÃO FOI FÁCIL PARA MIM».

Bola na Rede: Depois do Académico de Viseu, representas o Sporting da Covilhã e, mais tarde, a Naval, onde tens a tua primeira experiência na Primeira Liga e jogas com regularidade. O que te levou, em 2005/06, a aceitar o desafio do Nelas e regressar à 3.ª Divisão?

Rui Miguel: Eu saí do Académico de Viseu e fui vendido para a Naval, levei um choque de realidade brutal, eu era o menino querido de Viseu e do plantel sénior e vou para a Naval com um plantel recheado de jogadores experientes da Primeira Liga, em que eu era mais um e isso não foi fácil para mim. Ao início, o treinador que lá estava, o Guto Ferreira, gostava muito de mim e tinha-me contratado, mas durou apenas três ou quatro jogos e foi despedido. Mais tarde, veio outro treinador, o Rogério Gonçalves, que começou a não apostar em mim, tive quatro meses infernais até ao mercado de inverno, não era convocado, muitas vezes treinava à parte, e então quando apareceu a oportunidade de ir para o Covilhã emprestado, acabou por ser das melhores coisas que me aconteceu. Voltei a dar um passo atrás, estava numa liga que já conhecia, a Segunda Divisão B, e encontrei um grupo espetacular presidido pelo falecido José Mendes, ajudaram-me imenso. Vinha com a moral baixa, com o pensamento de que ninguém acreditava em mim, mas no Covilhã tiraram-me do fundo do poço (risos). A temporada correu bem, na segunda volta acabei por ser o melhor marcador da equipa, fomos campeões, subimos de divisão e regressei à Naval. A Naval, já na Primeira Liga, entretanto tinha despedido o treinador que tinha subido e o Manuel Cajuda assumiu. Inicialmente queriam emprestar-me, nem queriam que fizesse a pré-época, mas o Manuel Cajuda não quis, antes queria avaliar-me e dar-me oportunidade de mostrar o meu valor. Dei tudo naquela pré-época (risos) e acabou por correr bem. O mister Cajuda sempre apostou em miúdos, tive a felicidade de as coisas correrem bem, comecei o campeonato a jogar, fiz alguns jogos a titular e fui sempre opção até o mister sair. Depois veio o Álvaro Magalhães, que também continuou a apostar em mim, mas mais tarde regressou o Rogério Gonçalves e percebi que ia ter novamente uma vida difícil. A realidade é que nunca mais joguei, e para além disso houve uma questão contratual: aos 20 jogos o meu contrato melhorava e saí da Naval com 19 jogos feitos (risos). A época acabou, a Naval quis-me emprestar ao Portimonense, mas inicialmente recusei. Houve também abordagens de clubes estrangeiros, mas a Naval não facilitou nas negociações. A pré-época começou e colocaram-me a treinar à parte, foi muito complicado, coincidiu com o nascimento do meu primeiro filho e foi uma fase difícil. O mercado fechou, fiquei sem opções, pedi ajuda ao Sindicato de Jogadores Profissionais, que me ajudou a tratar da situação, e consegui a rescisão por justa causa com a Naval. O clube mais perto da minha zona era o Nelas, na Segunda Divisão B, pedi ao presidente para estar lá até dezembro e assim foi. Fiz três meses no Nelas até que surgiu a possibilidade, pelo Mário Branco, agora diretor-geral do Benfica, de ir para a Polónia, para o Zaglebie Lublin.

Académico Viseu Rui Miguel
Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Sentiste, nessa altura, que seria difícil voltar a um patamar de Primeira Liga?

Rui Miguel: Sem dúvida, num certo jogo no Nelas que foi notória a minha falta de motivação, estava mesmo de rastos. O meu pai até reparou que eu estava completamente desmotivado por tudo o que estava a acontecer naquela fase da minha carreira. Comecei do zero, cresci, atingi o objetivo de ser jogador profissional e, de um momento para o outro, voltei a cair, levas um choque e pensas novamente: será que vou voltar a conseguir chegar lá? Mas nunca desisti, e tive a felicidade, e sou muito grato ao Bessa, diretor-desportivo do Académico de Viseu, e ao Mário Branco, que me ajudaram a chegar à aventura na Polónia.

Bola na Rede: Como surgiu a oportunidade de jogar na Polónia e o que te levou a aceitar o convite? A decisão passou muito por querer voltar a jogar num nível maior, condizente com a tua qualidade?

Rui Miguel: Na altura, o Bessa, que tinha sido meu colega na Naval, aconselhou-me a falar com o Mário Branco, que era amigo e compadre, para me observar e ver se havia possibilidade de rumar à Polónia. O Mário Branco era scouting do Zaglebie Lublin e sou-lhes muito grato porque estava num momento muito difícil da minha carreira, em que tinha muitas dúvidas sobre as minhas capacidades.

«FUI O PRIMEIRO PORTUGUÊS NA HISTÓRIA A IR PARA O CAMPEONATO POLACO».

Bola na Rede: Sentiste grande diferença entre o contexto competitivo da Naval na Primeira Liga e do Zaglebie Lubin da Polónia?

Rui Miguel: Fui o primeiro português na história a ir para o campeonato polaco, e quando saíram as notícias que dizia que ia para a Polónia, os meus amigos e as pessoas mais próximas diziam-me: ‘Tu vais para onde? Tu és maluco’ (risos), porque na altura o campeonato ainda era desconhecido para nós e não havia o conhecimento que existe hoje. O meu filho tinha cinco meses, mas eu sabia que era a única solução que tinha para singrar, não tinha plano B, e foi a melhor coisa que me aconteceu, fui campeão nacional, ganhei a Supertaça polaca, as coisas correram-me super bem e foi aí a viragem na minha carreira. Como acontece com muitos jogadores, por vezes precisamos de ser valorizados no estrangeiro para depois sermos reconhecidos no nosso país. Sobressaí-me muito mais pela questão técnica na Polónia, enquanto que na Naval já havia muitos jogadores com essa qualidade. Na Polónia, o que mais despontava era o aspeto físico e eu acabei por acrescentar à equipa essa parte técnica no plantel. Foi uma escola tremenda, um profissionalismo que eu não estava habituado. Antigamente, em Portugal, o treino estava marcado para uma hora e era preciso chegar 30 minutos mais cedo, e os jogadores chegavam muito próximos dessa hora. Na Polónia fui logo chamado à atenção, também chegava 30 minutos antes como estava no regulamento do clube, mas diziam-me para estar lá uma hora antes para ir ao ginásio. A mentalidade de leste está muito ligada ao rigor e ao trabalho. Por exemplo, quando acabava o treino aqui em Portugal, se ficasse a chutar à baliza ou a aprimorar alguma capacidade, já eras visto como puxa-sacos do treinador, eras logo julgado. Na Polónia, os próprios colegas de posição reconheciam o teu esforço e a dedicação para melhorares enquanto jogador e ajudares o clube. É um futebol inferior obviamente, mas a nível de mentalidade estava muito mais à frente do que estava habituado.

Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Em 2008/09 regressas a Portugal para representar o Paços de Ferreira. A equipa chega à final da Taça de Portugal frente ao FC Porto e terminas a época com nove golos e três assistências em 32 jogos. Sentes que essa foi a tua melhor época e o ponto mais alto da tua carreira profissional?

Rui Miguel: Posso confessar que foi como aquela pré-época no Naval com o Manuel Cajuda, era ou sim ou sim (risos). Estava muito bem na Polónia e queriam renovar contrato comigo, mas o clube estava envolvido num caso de aliciamento a árbitros, um processo que andou nos tribunais, e isso acabou por levar o clube de volta à Segunda Divisão. Eu ia para a minha terceira época, tínhamos terminado em 4º ou 5º na tabela, mas o clube foi despromovido. A maioria dos jogadores acabou por sair e eu fiquei numa situação complicada, porque queria continuar ao mais alto nível, mas tinha contrato. No ano anterior tínhamos estado a estagiar em Portugal e jogámos contra o Paços de Ferreira, e o jogo correu-me bem. Acabei por renovar mais um ano, mas deixaram-me ir emprestado para o Paços e percebi logo que tinha de me mostrar no meu país, e as coisas acabaram por correr bem. Inicialmente não foi fácil, porque no Paços estava muito enraizada uma certa mentalidade, que depois foi mudando com o aparecimento do Paulo Sérgio como treinador com outra filosofia e métodos de trabalho, e posso dizer que foi do melhor futebol que pratiquei. Nos cinco primeiros jogos tivemos apenas um empate, o Paulo Sérgio esteve na corda bamba para ser despedido, mas o presidente acreditou nele. Houve uma reunião no balneário e o presidente disse-nos: «Ou vocês andam da perna ou vão mais rápido embora os jogadores em dezembro do que o treinador». Não sei se isso fez soar alarmes, mas o certo é que a forma de trabalhar e jogar do Paulo Sérgio foi bem aceite e reconhecido por todos. Jogávamos de olhos fechados, conhecíamos muito bem os movimentos uns dos outros, aproveitei muito desse futebol, com jogadores de grande qualidade técnica, num clube pequeno, mas com uma mentalidade de trabalho em que nunca nos faltou nada. Acabou por ser uma grande época, que mais tarde abriu portas para outras propostas de clubes.

«A CHEGADA DO PAULO SÉRGIO AO PAÇOS DE FERREIRA, COM UMA FILOSOFIA E MÉTODOS DE TRABALHO DISTINTOS, COINCIDIU COM O MELHOR FUTEBOL QUE PRATIQUEI NA CARREIRA».

Bola na Rede: Tendo em conta o teu desempenho e os números que apresentaste no Paços de Ferreira, sentes que poderias ter dado um passo ainda maior, talvez para um dos grandes do futebol português?

Rui Miguel: Posso confidenciar que num jogo Estrela da Amadora x Paços de Ferreira, um responsável de um clube grande foi ver-me e o jogo correu-me mesmo muito bem, fiz golo e fiz uma grande exibição, e soube disso mais tarde. O tal responsável chegou a dizer: «Gosto do miúdo, está muito bem, epa, mas ir buscar um jogador ao Paços de Ferreira?» Felizmente, acabei por ir para outro grande clube, que é sem dúvida um dos clubes do meu coração.

Bola na Rede: No Vitória SC, entre 2009 e 2011, voltas a fazer duas épocas de grande nível. Foi o clube que mais prazer te deu de jogar e de representar?

Rui Miguel: Sem dúvida, posso dizer que quando era miúdo e me perguntavam onde gostava de jogar, eu dizia Porto, Sporting, Benfica, Boavista e Vitória SC. Eram os clubes mais falados e prestigiados, e o meu sonho era jogar no Vitória SC. Cheguei a ouvir os relatos na rádio, lembro-me de ouvir um Vitória x Parma na Taça UEFA, e foi aí que comecei a construir esta relação com o clube. Fui acompanhando, e curiosamente a minha estreia na Primeira Liga foi Vitória x Naval, e eu tremia por todo o lado (risos). O estádio cheio, aquela moldura humana e adeptos fervorosos, e nessa altura era um desejo enorme representar o Vitória SC. Depois o Manuel Cajuda sobe o Vitória num período negro do clube, eu estava na Polónia e acompanhava o Vitória, já apoiava mesmo sem estar ligado ao clube, e depois de representar o clube ainda fiquei mais apaixonado. É um clube que me diz muito, e quando posso, vou a Guimarães.

Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Nessa altura, a Liga Portuguesa contava com jogadores de enorme qualidade. O FC Porto tinha Falcão, Hulk, James e Guarín; o Benfica contava com Nico Gaitán, Aimar e Cardozo; e o Sporting com Liedson. Comparando com essa época, sentes que o nível atual do futebol português é mais baixo?

Rui Miguel: Tenho de ter muito cuidado com essa resposta (risos), acabaste de referir esses nomes, e diz-me um desses nomes que não jogaria agora numa dessas equipas. Eu não sou aquele ex-jogador ressabiado que diz “no meu tempo é que era”. Também te posso dizer que no futebol atual poderia fazer a diferença, porque se foi perdendo o jogador técnico e virtuoso, mas por outro lado acho que teria dificuldades, porque hoje em dia o futebol está mais físico, mais rápido, com muitas transições. Mas sim, acho que qualquer jogador daqueles teria lugar de olhos fechados nas equipas atuais. Por outro lado, o futebol evoluiu muito, a nível de treino e tático está num nível completamente diferente, há maior conhecimento, mais plataformas, nesse aspeto o futebol evoluiu para melhor e os jogadores estão mais conhecedores do jogo.

«ACHO QUE QUALQUER UM DESSES JOGADORES TERIA LUGAR NAS EQUIPAS ATUAIS DOS CLUBES GRANDES EM PORTUGAL».

Bola na Rede: Depois surge a experiência na Rússia, onde fazes apenas quatro jogos e ainda consegues marcar um golo. O que acabou por não correr tão bem nessa passagem?

Rui Miguel: Lá vou eu desculpar-me outra vez com o treinador (risos). Saí do Vitória num dos melhores momentos da minha carreira, apareceu o Krasnodar com uma proposta financeira muito boa, tanto para mim como para o clube, que já estava a atravessar alguns problemas financeiros, e estive em contacto com o presidente durante esse tempo. Ele já me tinha dito que eu era um dos principais ativos do Vitória e que poderia haver uma transferência nesse mercado para o clube encaixar algum dinheiro. O que atrasou a transferência, e isto foi-me contado pelas pessoas do Krasnodar, foi o facto de o treinador sérvio querer um número 10 da confiança dele, do mesmo empresário, e na altura só podiam jogar cinco estrangeiros. Os olheiros do clube tinham-me identificado ainda no Vitória e queriam contratar-me, mas houve uma guerra interna entre o scouting e o treinador. A minha contratação acabou por se concretizar porque o treinador perdeu alguns jogos e esteve perto de ser despedido, perdeu força dentro do clube e eles acabaram por me contratar, mesmo contra a vontade dele. Eu estava ciente disso e quis ir na mesma. Até falei com o meu empresário e disse que quando chegasse lá, treinasse bem e mostrasse as minhas qualidades, o treinador ia ter de dar o braço a torcer. Viajei para a Rússia, e no primeiro contacto ia cumprimentá-lo, com um sorriso na cara para causar boa impressão, e ele nem olhou para mim, virou-me a cara (risos). Aí percebi logo que ia ser mais difícil do que esperava. Comecei a treinar, já tinha feito a pré-época no Vitória e estava muito bem fisicamente, mas ele dizia-me para ir com o preparador físico para outro campo, porque supostamente eu não estava em forma. Ia treinar sozinho à parte, começou a fazer-me isso, e passado duas semanas mandou-me para a equipa B “para me adaptar ao futebol russo”. E eu a pensar: já joguei na Polónia, neste nível, o que eu preciso é de me adaptar aos colegas. Fiz jogos na equipa B, marquei golo, mas sempre foi uma relação muito complicada. E não foi só o treinador o culpado, aguentei três meses naquele clima sem ser opção, com alguns jogadores sérvios e bósnios no plantel, e nunca tive a mínima hipótese. A equipa era muito inferior em relação ao Vitória, sinceramente, e mesmo que eu estivesse mal fisicamente e tecnicamente, jogava na mesma de caras, sem falsas modéstias, porque via a qualidade da equipa e o nível não era nada de especial. A certa altura resignei-me e acabei por ter alguns problemas lá, a minha saída foi complicada. Quis resolver as coisas de forma pouco inteligente, cometi o erro de dar uma entrevista em que expus tudo o que se passava com o treinador e ficaram chateadíssimos e revoltados comigo, porque revelei muita verdade e expus problemas do clube que podia ter evitado. Criou muitos problemas na minha saída e aprendi que, nessa parte, não estive bem.

Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Como é que vês o papel dos empresários e dos interesses que envolvem o futebol? Até que ponto consideras que um empresário ou uma agência pode influenciar o rendimento de um jogador e até da própria equipa?

Rui Miguel: Tens de tudo, já trabalhei com empresários em que a única preocupação era chegar, assinar um documento e receber a parte deles, sem se preocuparem com o lado humano do atleta, se estavas bem ou se precisavas de ajuda. Depois tive outro lado, e posso dar o exemplo do Fernando Meira, Pedro Mendes, Nuno Assis. Acabei por ser agenciado na parte final da minha carreira por eles e tiveram sempre um comportamento exemplar neste mundo que é uma selva, o mundo dos empresários. Por terem sido ex-jogadores, aprenderam com esses erros e comigo foram sempre corretos. Sabiam que não iam ganhar nada comigo porque já estava numa fase descendente da carreira, enquanto outros se aproveitaram das minhas transferências para meter dinheiro ao bolso, mas pouco ajudaram no resto.

Bola na Rede: Um treinador tem várias funções. Tendo em conta a tua experiência na Rússia, achas que é mais importante um treinador ser gestor de pessoas ou focar-se na criação de dinâmicas e treinos?

Rui Miguel: Tive um treinador que no campo era top, espetacular em termos de métodos de treino, muita qualidade, mas a parte humana já não conseguia gerir, até queria agradar a todos e as coisas não resultaram. Depois tive outros treinadores em que a parte prática não funcionava tanto, pediam até aos próprios jogadores para organizar as bolas paradas, davam responsabilidade ao jogador, mas depois o lado humano levava-te a outro patamar. Um exemplo, eu nem via os jogos do Sporting, mas dava-me gosto ver as conferências de imprensa do Ruben Amorim, e quando ele falava eu parava o que estava a fazer porque dava gosto ouvi-lo, era sincero, direto e aberto com as pessoas. Hoje em dia não vale a pena rodeios, porque se não controlas bem a parte humana do atleta, vais perdê-lo. Mais vale ser direto com o jogador e dizer que não contas com ele, ou arranjar soluções para melhorar, do que andar com histórias do tipo «continua a trabalhar que vais jogar» enquanto por trás pensa «procura mas é clube».

«O PRÓPRIO MÁRIO BRANCO, QUE QUERIA IR PARA A ROMÉNIA PARA REESTRUTURAR O CLUBE E TORNÁ-LO MAIS PROFISSIONAL, ACABOU POR PERCEBER QUE ERA UMA TAREFA MUITO COMPLICADA».

Bola na Rede: Mais tarde surge a experiência na Roménia, ao serviço do Astra Giurgiu, e depois no Chipre, com o AEL Limassol. São realidades de um nível mais baixo do futebol europeu. Que diferenças encontraste entre os dois países em termos de clubes, ligas e condições de trabalho?

Rui Miguel: Depois do Krasnodar acabei por rescindir contrato, tive a possibilidade de voltar a Portugal para o Braga, não havia hipótese de ir para o Vitória, e, entretanto, o Mário Branco, que estava a trabalhar no Astra, entrou em contacto comigo. Acabei por fazer o contrato com os romenos em pleno avião com o Mário Branco. Saí da Rússia, fiz escala em Frankfurt, o Mário Branco veio da Roménia e encontrou-se comigo em Frankfurt, e íamos no avião a negociar o contrato. Estava um senhor ao nosso lado, estupefacto com o que ouvia, ria-se e dizia de vez em quando ‘pede mais, pede mais’ (risos). Foi uma situação caricata, porque estávamos a negociar prémios e objetivos, jogos, golos, e ele dizia ‘tu vais marcar mais golos, pede mais’, foi muito engraçado, e o contrato acabou por ficar assinado. Quando cheguei lá, encontrei uma mentalidade do piorio, uma organização terrível. O próprio Mário Branco, que queria ir para a Roménia reestruturar o clube e torná-lo mais profissional, viu que era muito complicado. Os resultados também não ajudaram, nem a ele nem aos estrangeiros. A equipa não se encontrou, os resultados não apareceram, e o presidente, que viria a ser preso mais tarde, tinha feito uma aposta forte, com salários altos, porque queria chegar às competições europeias. A mentalidade era essa, mas as coisas não funcionam assim. Os resultados não apareceram, e ao fim de um mês ele disse que já não pagava salários a mais ninguém. O próprio Mário Branco e alguns colegas estrangeiros acabaram por sair, eu continuei lá, mas depois colocaram os estrangeiros a treinar à parte para forçar as rescisões, só que o pessoal não rescindia. Foi uma desorganização completa, um clube sem condições nenhumas, uma experiência muito má. Ainda houve uma peripécia antes de ir para lá, porque o Braga meteu-se ao barulho e criou-se um impasse. Cheguei um mês atrasado à Turquia, onde estavam a fazer a pré-época, porque ainda havia a hipótese de ir para o Braga. Só que, no último dia de mercado, contrataram o Rúben Amorim, que estava a treinar à parte no Benfica, depois de uma chatice com o Jorge Jesus, e o Vieira pediu ao António Salvador para o levar para o Braga. Acabei por ficar de fora. Hoje é uma situação engraçada, mas na altura custou muito, porque queria ficar em Portugal, mas acabei por ir para a Roménia. Já no Chipre, no AEL Limassol, foi completamente diferente, um país espetacular, nunca pensei trabalhar lá, e se soubesse, tinha ido mais cedo. É um paraíso para viver, estádios sempre cheios, embora o campeonato fosse um pouco desnivelado, com 4 ou 5 equipas fortes e as restantes muito fracas. Havia uma grande disparidade, tanto que dividiam o campeonato a meio, com fase de campeão e de manutenção, mas equipas como o APOEL, o Anorthosis ou o AEK Larnaca eram bastante competitivas. Adorei a experiência, encontrei um dos melhores grupos de trabalho da minha carreira, muito bons a treinar, com um espírito espetacular, e adeptos muito apaixonados, os mais fervorosos do Chipre, que comparava aos adeptos do Vitória. Acabei por sair de lá depois de uma série de lesões na parte final da época, parti o pé e tive de regressar a Portugal para recuperar, foi pena porque adorei estar lá.

Bola na Rede: No AEL Limassol ficas muito perto de chegar à fase de grupos da Champions League. Eliminam o Linfield e o Partizan, vencem a primeira mão do playoff frente ao Anderlecht, mas acabam por ser eliminados e seguem para a Europa League. Como foi lidar com essa quase oportunidade de jogar na competição mais prestigiada da Europa? Foi um dos maiores desgostos da tua carreira?

Rui Miguel: Ia ser histórico para o clube e para todos os jogadores, sem dúvida. Para mim não foi fácil de gerir porque acabo por marcar o golo da vitória no jogo da primeira mão frente ao Anderlecht, deixei toda a gente a sonhar, e depois na segunda mão tenho uma ocasião flagrante para fazer o golo e no cara a cara com o guarda-redes falhei. Foi uma situação difícil de lidar, fiquei quase com uma imagem de Bryan Ruiz do Chipre (risos), e às vezes ainda me falam sobre isso, mas ninguém se lembra do golo que marquei em casa (risos). O Anderlecht tinha uma grande equipa e praticava um excelente futebol, mas nós estivemos mesmo muito perto de conseguir esse apuramento histórico para o clube e teria sido incrível para todos nós. Fiquei com essa mágoa, claro, mas depois acabámos por entrar na Liga Europa, fizemos uma boa prestação e deixámos uma excelente imagem na competição. Olhavam para o futebol cipriota como sendo de menor dimensão, mas as cinco equipas mais fortes do Chipre davam muito que fazer às equipas da Liga Portuguesa.

Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Ainda no AEL Limassol, jogas a fase de grupos da Liga Europa frente a equipas como o Fenerbahçe e o Borussia Monchengladbach. Como comparas essa experiência com o que tinhas vivido em Portugal, sobretudo em termos de intensidade e ritmo de jogo?

Rui Miguel: Não mudou nada, quem está habituado a jogar contra Porto, Benfica e Sporting, com a qualidade desses jogadores, já compete nesse patamar. A diferença é que no Chipre fazes um campeonato com menos competitividade, quase de quinze em quinze dias tens um jogo mais relaxado e sabes que vais ganhar por uma boa diferença, e depois levas esse nível competitivo para a Europa. Mas posso-te dizer que o nível não foi muito diferente, até pelos resultados que tivemos. Foi um dos grupos que mais prazer me deu de jogar, porque tínhamos um grupo muito bom a nível técnico, tático e de trabalho. Basta veres a qualidade dos plantéis das equipas que defrontámos, com jogadores de seleções de grande dimensão, mas para a maioria de nós, que já estava habituada a competir contra equipas grandes, era mais um jogo, com uma envolvência europeia e em ambientes fervorosos, foi sem dúvida sensacional.

Bola na Rede: Regressas ao Paços de Ferreira em 2013/14, num dos melhores momentos da história do clube, com um 3.º lugar sob o comando do Paulo Fonseca. No ano seguinte, o panorama foi diferente, com a equipa a ter de jogar o playoff de despromoção diante do Aves O que correu menos bem nessa temporada e sentiram alguma pressão para repetir a época anterior?

Rui Miguel: As expectativas estavam altíssimas e, se formos a individualizar cada atleta desse plantel, eram jogadores com muita qualidade. Havia uma identidade muito própria criada pelo Paulo Fonseca com aquele grupo, e depois saíram jogadores importantes nesse ano. O problema que eu identifico foi não mudarem o chip de uma época para a outra. O Paulo Fonseca seguiu o caminho dele, chegou outro treinador, outros métodos de trabalho, e era preciso perceber que isto é o Paços, temos de continuar a ser o Paços de Ferreira. Não é por termos ficado em terceiro lugar que vai acontecer sempre o mesmo. E depois também os adversários, que sabiam a posição em que tínhamos ficado, viam-nos como um alvo a abater, uma equipa que tinha surpreendido. Estávamos nas competições europeias, mas continuávamos a ser o Paços, um clube humilde. Até te posso confidenciar que já na pré-época previa que ia ser uma temporada muito complicada.

«AINDA TÍNHAMOS A ESPERANÇA DE RECEBER O ZENIT EM CASA, NUM CAMPO PEQUENO, ONDE ELES PODIAM NÃO ESTAR HABITUADOS, MAS COM A MUDANÇA DE ESTÁDIO A ENVOLVÊNCIA JÁ NÃO FOI A MESMA».

Bola na Rede: No início dessa temporada, jogaram o playoff de acesso à Champions League frente ao Zenit no Estádio do Dragão porque o Estádio Capital do Móvel não estava autorizado pela UEFA. Como reagiu o grupo a esta situação?

Rui Miguel: Nós tínhamos lá a nossa massa associativa, mas com a capacidade daquele estádio parecia que não tínhamos (risos). O que caracteriza o Paços é aquele pequeno inferno que se criou na Mata Real e que torna o campo difícil para qualquer adversário. Ainda tínhamos a esperança de receber o Zenit em casa, num campo pequeno, onde eles podiam não estar habituados, mas com a mudança de estádio a envolvência já não foi a mesma. E depois, os jogadores e o investimento milionário do Zenit, com um plantel de outro nível naquela altura, tornaram a tarefa extremamente difícil para nós. Ficou a experiência e o orgulho de termos levado o Paços a esse patamar.

Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Regressas à Roménia, desta vez para jogar num clube de maior prestígio, o Rapid Bucarest. Foi muito diferente em relação à primeira experiência no país?

Rui Miguel: A nível de organização interna, não foi muito diferente, mas em termos de clube, o Rapid Bucareste tinha uma dimensão fantástica, eram dos maiores da Roménia. Andavas na rua e eras reconhecido, abordado pelos adeptos. No entanto, encontrei um clube em insolvência, com milhões e milhões em passivo, um centro de estágios com condições fantásticas, mas com infraestruturas ao abandono. Ainda assim, adorei jogar lá, a envolvência no estádio era espetacular, e para onde íamos, iam sempre milhares de adeptos atrás. Tínhamos um plantel forte, encontrei até o Sapunaru, que tinha defrontado em Portugal quando estava no Porto, mas lá está, era um clube com grandeza e muitos problemas estruturais e financeiros ao mesmo tempo.

Bola na Rede: Tens alguma história caricata dessas duas experiências na Roménia que possas contar?

Rui Miguel: Tenho várias, mas posso contar-te logo uma do dia da minha chegada. Quem já esteve na Roménia sabe que há muitos paparazzi e que se vive muito dos programas do ‘mal-dizer’, programas em que os jogadores estão sempre nas notícias por tudo e por nada. Basta ires jantar com a família a um restaurante ou dar um passeio no parque e já tens fotógrafos atrás de ti. No dia em que cheguei à Roménia, o filho do presidente foi buscar-me ao aeroporto, cheguei de madrugada, e levou-me para o centro de estágios. Entrámos pelo portão principal, mas o edifício dos quartos, onde eu ia dormir, estava fechado e não conseguíamos entrar. Ele tentava contactar pessoas do clube, mas ninguém atendia, e já deviam ser umas duas da manhã. Chegou ao ponto de, como era uma porta de vidro, tentar forçá-la até que a porta se partiu toda. Ele próprio ficou atrapalhado, a perguntar-me se eu estava bem, se me tinha magoado. Depois só me disse: ‘Amanhã resolvo isto com o meu pai’, que era o presidente do clube. Posso dizer-te que, por volta das nove ou dez da manhã, já estavam todos os noticiários, programas televisivos e jornais desportivos a dizer que o filho do presidente e o novo jogador do Rapid tinham chegado alcoolizados ao centro de estágios e tinham criado problemas lá dentro. Foi um escândalo enorme e no dia seguinte era a minha apresentação oficial (risos). No fim da apresentação tivemos de explicar o que realmente se tinha passado. Aquilo teve proporções inacreditáveis, e de certeza que a informação veio de dentro do clube, passada com maldade. Mas como essa, houve muitas outras histórias, algumas que nem se podem contar (risos).

Rui Miguel Rapid Bucareste
Fonte: Arquivo Rui Miguel

Bola na Rede: Em 2015/16 vais para a Moldávia, contabilizas nove golos em 21 jogos. O que te levou a aceitar essa experiência? Não sentiste, de alguma forma, que a liga estaria abaixo do teu nível de jogo?

Rui Miguel: Se tu soubesses a quantidade de vezes que eu disse que não ia para lá. A família do presidente do Rapid era moldava, mas residia na Roménia e acabou por tomar conta do clube. Fiquei com uma excelente relação com eles, e o mesmo filho do presidente, aquele do episódio do centro de estágios, começou a falar comigo a dizer que ia assumir um clube na Moldávia e queria que eu fosse com ele. Inicialmente disse-lhe que não, que estava bem na Roménia, mas ele desafiou-me a ir lá conhecer. Eu estava lesionado nessa altura, conseguiu convencer o pai a deixar-me ir três dias à Moldávia conhecer o Zimbru e lá fui, de carro, numa viagem de dez horas entre Roménia e Moldávia. No primeiro jogo que vi, assustei-me, o nível era mesmo muito baixo. O clube, por outro lado, tinha condições espetaculares: piscinas interiores, saunas, jacuzzis, banhos turcos, relvados sintéticos e naturais, hotel próprio, parecia um clube grande. O filho do presidente fez-me então a proposta de ser jogador e, ao mesmo tempo, responsável pelas contratações, basicamente o braço direito dele, porque o objetivo era levar o clube às competições europeias. Tentei pensar com a minha família, mas a cidade não me agradou nada. Era um contraste: em algumas coisas parecia o terceiro mundo, noutras já havia alguma evolução. Entretanto o Rapid entrou em insolvência e acabei por aceitar o convite do FC Zimbru da Moldávia. Construímos o plantel juntos, contratei jogadores, fiz de jogador, diretor desportivo e até tradutor (risos). Já na Roménia havia pouca organização: chegávamos ao balneário e a roupa estava espalhada pelo chão, cada jogador escolhia o que calçava. Cheguei mais cedo e falei com o roupeiro, expliquei-lhe que cada jogador devia ter o seu tamanho de roupa, tentei organizar aquilo. Consegui levar cinco jogadores estrangeiros que trouxeram qualidade, mas logo no primeiro mês não recebi o salário. Perguntei ao presidente, e ele disse-me que estavam com dificuldades e estavam a pedir dinheiro antecipado à federação. Tínhamos equipa para lutar com o Sheriff Tiraspol, um clube com poder financeiro e estrutura ao nível dos grandes em Portugal. Eu às vezes até me questionava onde me tinha metido. Fiquei com seis meses de salário em atraso, dei a cara por toda a gente e acabei por ser enganado, mas ainda assim conseguimos levar o clube às competições europeias. No ano seguinte decidi não ficar, até porque já estava farto de tantas complicações, e resolvi regressar a Portugal para estar perto da minha família.

«FIQUEI TRISTE PELA FORMA COMO SAÍ DO ACADÉMICO DE VISEU, PORQUE SENTI QUE NÃO RECONHECERAM O QUE REPRESENTEI PARA MUITOS MIÚDOS DA FORMAÇÃO».

Bola na Rede: Por fim, regressas ao Académico de Viseu e concluis a tua carreira profissional com uma passagem pelo Trofense, no Campeonato de Portugal. Sentiste que foi a melhor forma de terminar a carreira, passando estas últimas três épocas no Académico de Viseu onde fizeste a formação?

Rui Miguel: Não. O Académico de Viseu também teve alguns problemas financeiros, mas foi mais uma experiência de final de carreira. Havia pessoas dentro do clube que estavam a denegrir a sua imagem, e felizmente seguiram outro rumo. O presidente acabou por perceber que havia gente à volta que não queria propriamente o bem do clube. Hoje em dia tenho muito orgulho de ver o Académico com uma boa saúde financeira. Sou adepto de clubes que me dizem muito, não de clubes ricos. No futebol sénior e também na formação, vejo o clube a ter resultados e fico muito feliz com isso. Em relação à minha passagem, sendo um dos produtos da formação do Académico, senti que merecia outro tipo de reconhecimento. Houve várias vezes em que eu e mais dois colegas, por sermos da casa, recebíamos três meses depois dos outros, pediam-nos sempre para esperar um pouco mais. Depois lesionei-me e acabei por ser operado ao joelho, e fiquei triste pela forma como saí, porque senti que não reconheceram o que representei para muitos miúdos da formação.

Bola na Rede: Melhor jogador com quem jogaste?

Rui Miguel: Podia-te dizer o Nuno Assis ou o Pedro Mendes, jogadores que marcaram o futebol nacional e internacional.

Bola na Rede: Melhor jogador que já defrontaste?

Rui Miguel: Podia-te dizer o Aimar, o Hulk ou o James, mas vou ficar com o Lucho González. Joguei contra ele ali na zona central e, quando pensava em ir à bola, ele já a tinha colocado no outro lado. Um jogador refinadíssimo, tecnicamente e taticamente foi muito difícil de defrontar.

Bola na Rede: Melhor equipa que representaste?

Rui Miguel: Vou ter de dizer o Vitória SC, porque dava-me gosto não só pelo futebol, mas também pela envolvência do estádio e a massa adepta.

Bola na Rede: Melhor equipa que já defrontaste?

Rui Miguel: O FC Porto de 2010/11, que acabou por ganhar tudo. Era, de facto, demolidor.

Rodrigo Lima
Rodrigo Limahttp://www.bolanarede.pt
Rodrigo é licenciado em Ciências da Comunicação e trabalha atualmente na área do jornalismo desportivo. Apaixonado pelo mundo do desporto, tem no futebol a sua principal área de interesse e análise.

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