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O que nos conta o arranque da NBA?

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Duas semanas passaram e o amante de basquetebol rende-se ao espetáculo que temos vindo a assistir na NBA. Dificulta-se a tarefa de relatar os acontecimentos e os pontos de destaque que, apenas numa quinzena, são capazes de preencher um catálogo.

Mas partiremos para essa difícil tarefa. Entre domínios confirmados, equipas a causar surpresa e outras a dar indícios que, mais que outra coisa, mais vale esperar pelo draft para marcar cerimónias felizes, há muito para discutir – já para não falar do capítulo individual. Seguindo, também, essa rota, o que não falta, neste momento, são candidatos legítimos ao MVP e ao MIP.

Tudo isto é o claro produto da “febre” do grande regresso às madrugadas da melhor liga do mundo. Eu cá recebo-a (e relato-a) com toda a satisfação.

Na rota do ring

Pouco surpreendente será admitir que quem surge, neste momento, em melhores condições para levantar o Larry O’Brien são os OKC Thunder. Especialmente quando partem para esta época sem terem perdido nenhuma das peças que protagonizaram a conquista do primeiro troféu da franchise.

Se ter um record de 7-0 já é motivo para celebrar, imagine-se quando se é a terceira equipa da história a fazê-lo em duas épocas consecutivas (Boston Celtics 1963-64 e 1964-65; Houston Rockets 1993-94 e 1994-95). Até agora, todas as que o fizeram foram campeões nos respetivos anos. Os OKC tentarão corresponder a esse belo presságio.


Vale, também, assinalar que conquistaram tais feitos na ausência de Jalen Williams, que ainda não se estreou na temporada, e Chet Holmgren, que esteve ausente em três encontros. Mesmo sem estes dois pilares defensivos, os OKC prevalecem com a melhor defesa da NBA (rating defensivo de 104.2).

Ainda no West, tal como com os Thunder, dá-se mais um caso de um rebuild que tem tudo para terminar mais cedo que previsto. Falo dos San Antonio Spurs, que apenas se encontram atrás dos atuais campeões da NBA na classificação da conferência. No momento em que escrevo este artigo, somam apenas uma derrota em seis jogos, derrota essa que surge depois de um inédito arranque de ano. Nunca os Spurs tinham vencido os primeiros cinco duelos da regular season.

O segredo para o sucesso? Victor Wembanyama. A vida parece fácil quando se tem um poste francês, de 224 cm, que se move como um base, que vai liderando a liga com mais do dobro de blocks que o segundo (Wembanyama – 4.7; Alex Sarr – 2.2), enquanto marca cerca de 27 pontos por jogo, de todas as maneiras e feitos possíveis.

O coletivo destaca-se pelo trabalho defensivo. Seguem como a segunda melhor equipa em rating defensivo (108.2), novamente atrás dos Thunder, e em rebounding percentage (56.1%). Estão, além disso, em nono na produção ofensiva (117 de rating ofensivo) e em quarto no net rating (8.8), que mede a diferença pontual por 100 posses de bola. Tudo isto na ausência de De’Aaron Fox, o segundo jogador de maior calibre da equipa.

Destaco, por fim, as prestações dos Philadelphia 76ers, que se vão alimentando da nova dupla de guards. Para acompanhar um Tyrese Maxey que se tem vindo a demonstrar a um nível de MVP, com uma produção ofensiva fantástica, chega, agora, o rookie que mais impressionou nas primeiras duas semanas de competição. Falo de VJ Edgecombe, que leva médias de 20.3 pontos (líder da classe), 5.0 assistências (líder) e cinco ressaltos (top-3). Fá-lo enquanto acerta cerca de metade dos seus lançamentos e concretiza 42% dos triplos que tenta. Seja dentro ou fora do campo, eles vão se entendendo perfeitamente.

Os 76ers vão avançando num bom caminho enquanto introduzem Joel Embiid com a devida cautela. O antigo MVP fez quatro dos seis jogos da sua equipa, sem nunca intervir por mais de 25 minutos. 25 foi, também, o máximo de pontos que registou, mas, caso consiga regressar de forma progressiva ao rendimento que nos habituou, teremos de considerar a formação da Pensilvânia como verdadeiros candidatos ao título.

Poderia estender ainda mais este tópico, especialmente porque ainda não tivemos tempo para deixar a asneira assentar e os verdadeiros contenders demonstrarem que são capazes de convencer de forma consistente. Ainda assim, não posso deixar de ressalvar os bons indícios que os Rockets e Nuggets (muito bem reforçados para esta época) foram dando, além dos Bucks (com Giannis a todo o gás) e os Lakers (que vão prevalecendo apesar das ausências notáveis).

1,2,3… surpresa! Aí vem o touro

Entramos, agora, no separar dos Chicago Bulls. Pelo que tudo indicava, a turma de Chicago estaria condenada a mais um ano de quase insignificância e uma aparente falta de rumo. Ora, ainda estamos numa fase embrionária da regular season, mas o record de 5-1 vem desmentir tais prognósticos.

Estas seis partidas colocam os Bulls como o quinto melhor ataque (118.3 de rating ofensivo), mas, além disso, nenhuma estatística parece saltar à vista para justificar esta surpresa.

Tudo isto surge muito graças a Josh Giddey. O base australiano acompanha Luka Dončić e Nikola Jokić como os únicos com pelo menos 22 pontos, oito ressaltos e oito assistências por jogo, enquanto vai lançando acima dos 40% de três. Nikola Vučević vai, também, deixando a sua marca, especialmente com excelente eficácia de lançamento (59% de lançamentos de campo e 54% de triplos).

Contudo, podemos estar prestes a ver um ponto final a ser colocado neste arranque de sonho. O calendário coloca os Chicago Bulls frente a frente com os 76ers, os Bucks e os Cavaliers, tudo no espaço de uma semana. Vejo como mais provável que, dentro de uma semana, olhemos para a classificação e vejamos os Bulls com um 5-4 e não um 8-1. Só o tempo o dirá.

Talvez para o ano…

Aqui, o certo será mesmo esperar pelo draft. New Orleans Pelicans (0-6) e Brooklyn Nets (0-7) são as únicas equipas que ainda não descobriram o sabor da vitória em 2025/26, e pouco indica que o rumo se altere num futuro próximo.

Trata-se das duas piores equipas defensivas – Nets com 128.6 e Pelicans com 124.2 de rating defensivo.

O caso piora com os New Orleans, que permitem aos seus adversários um sucesso nos lançamentos dentro do garrafão quantificado em 70% (a pior de toda a liga por uma larga margem). Quanto aos Nets, os alarmes soam quando falamos de recuperação defensiva. Concedem mais de 35 pontos por jogo após transições rápidas, sendo que o máximo registado até à data é de 29.7 (Utah Jazz de 2024/25).

Será, por isso, uma oportunidade para desenvolver jogadores que possam interessar no futuro. Falo, por exemplo, do recém-chegado Jeremiah Fears, que tem sido titular dos Pelicans nos últimos confrontos.

Agarre-se o ‘MVP’

SGA, Luka, Jokić, Wembanyama, Maxey, Giannis… A lista é comprida, mas relativamente fácil de criar. O que não falta são opções por onde escolher.

Shai Gilgeous-Alexander traz-nos os mesmos argumentos do ano passado: capacidade inigualável de pontuar, contribuição defensiva preciosa e, claro, a liderança da melhor equipa. Poucas são as dúvidas que SGA pontuará acima dos 30 pontos por jogo. Caso estejamos no final da temporada e os OKC ultrapassem as 70 vitórias (cenário que esteve em cima da mesa na época passada), acho muito difícil não atribuir o troféu ao camisola dois.

Em Los Angeles, uma má noite de Luka será uma noite de sonho para qualquer outro jogador. Os números parecem impossíveis de se concretizar: 41.3 pontos, 11.5 ressaltos e 8.3 assistências. Parece-me impossível que se mantenham ao longo de 82 partidas, mas, no hipotético cenário em que tal se confirmava, nem uns Thunder com 70 vitórias chegariam para contrariar o caso de Dončić.

Jokić, mais uma vez, encanta com os triplos duplos. Mesmo não se tratando (para já) de um ano a pontuar ao mais alto nível (20.4 pontos por jogo), o poste deixa a sua marca e continua a liderar o ataque dos Denver Nuggets. E, tal como a experiência nos conta, nunca podemos descartar o sérvio da corrida para o MVP.

‘Wemby’ lá vai encantando. Começou com uma exibição demolidora diante dos Dallas Mavericks e foi dando continuidade ao poderio ofensivo e defensivo. Retomando a ideia anteriormente apontada, a vida é mais fácil quando temos um poste com este estilo de jogo, que vai avançando com mais de 27 pontos por jogo e como líder em ressaltos e blocos da liga. A ancora defensiva, com ajuda da preponderância que tem para o ataque dos Spurs, terá argumentos mais que suficientes para discutir o MVP – especialmente agora que integra uma equipa que contende pelos playoffs.

O caso de Maxey vale, naturalmente, pela forma como tem vindo a pontuar. Tem sido a nova face dos 76ers, pelo menos enquanto Embiid se recompõe, e não tem desiludido de forma alguma. Alías, os 33.7 pontos por jogo demonstram que, do que depender dele, os Philadelphia vão à discussão na post season.

Por fim, vale destacar o que Giannis vai fazendo em campo, especialmente por ser de forma aparentemente despercebida. Parece que nos fomos habituando ao domínio de Antetokounmpo dentro de campo, de tal forma que nos esquecemos de valorizar quando este se posiciona como o líder pontual da NBA. Soma, também, mais de 13 ressaltos e sete assistências por jogo. Quando dermos por isso, o decorrer da época demonstrará que esta amostra não se limitou às duas semanas inaugurais e que colocar Giannis na discussão para MVP se torna mais que inevitável. 

Em bom português

Não podia, claro, de deixar de celebrar a titularidade da nossa bandeira nacional. Neemias agarrou o lugar com “unhas e dentes” e não deixou que chegassem a duvidar da decisão de Joe Mazzulla.

Só há nove jogadores da NBA com mais blocks que o português (1.6), mas ficam por contabilizar as vezes em que os adversários decidem não atacar o cesto com receio de fazer esta média de Neemias crescer.

Além disso, vai-se destacando com o “trabalho sujo” nos ressaltos, especialmente no ataque, com 2.9 de média. No total, faz 7.6 por jogo.

Se já era, para todos os portugueses, um sonho ver um compatriota a participar na melhor liga de basquetebol do mundo, melhor ainda se torna ver esse jogador contribuir de forma ativa para o sucesso de uma das principais equipas em prova.

David Braga
David Bragahttp://www.bolanarede.pt
O desporto pautou a vida de David, com o andebol a surgir cedo como a sua grande paixão. Com a bola na mão, apercebeu-se da panóplia de histórias que as modalidades são capazes de contar.

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