Tomás Amaral é o diretor desportivo da lista de João Noronha Lopes. Dirigente foi entrevistado pelo Bola na Rede e falou de mercado e do Benfica.
Tomás Amaral foi o mais recente entrevistado pelo Bola na Rede. O diretor desportivo da lista de João Noronha Lopes abordou a importância dos empréstimos no desenvolvimento dos jogadores e criticou a política do Benfica.
«Os empréstimos têm sido mal geridos pelo Benfica. Não tanto pelo acompanhamento ou observação do jogador, para perceber em que estado de desenvolvimento está, mas acima de tudo no acompanhamento em termos de comunicação com o jogador e com o clube onde está emprestado. O Benfica tem de emprestar jogadores com um objetivo primordial que é o desenvolvimento para o jogador poder regressar ao Benfica e ser útil. Isto não tem acontecido. Para isso, uma das funções do Vítor [Paneira], que tem esse conhecimento técnico e de mercado, é a de olhar para os jogadores que queremos emprestar, procurar os clubes onde acreditamos que o jogador se possa desenvolver mais facilmente e colocá-lo emprestado. Depois, tem também de fazer o seu acompanhamento pela observação dos jogos e pelo acompanhamento diário de como está o jogador. O jogador sai do Benfica emprestado, mas continua a ser jogador do Benfica. Não podemos emprestar para despachar jogadores, temos de emprestar para desenvolver jogadores. O objetivo desses jogadores e do Benfica tem de ser regressarem para ser úteis ao Benfica», destacou Tomás Amaral, que deixou algumas críticas.
«Houve jogadores que claramente estagnaram. Não digo que o Benfica os perdeu porque continuo a acreditar que são jogadores com um potencial interessante para um dia serem úteis ao Benfica, mas não ajudou a que se desenvolvessem com a velocidade que se esperava», lamentou o dirigente.
O dirigente destacou ainda a importância da escolha dos clubes que receberão os jogadores no momento do empréstimo.
«Faz sentido ao Benfica ter relação com todos os clubes e não apenas com dois ou três, seja em Portugal ou fora do país. Não podemos emprestar um jogador sem critério. O Benfica é uma equipa dominante e que quer jogar no último terço. O Benfica não pode formar um avançado e emprestá-lo a equipas que joguem fechadinhas cá atrás e à procura da transição. Isso não vai desenvolver o jogador, o jogador vai desmotivar e o regresso à casa-mãe, que é o Benfica, ficará mais difícil», explicou.

