📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

WTA Finals | Elena Rybakina fecha o ano com chave de ouro

- Advertisement -

No sábado passado, a cazaque de origem russa Elena Rybakina derrotou a bielorrussa e número um mundial Aryna Sabalenka com os parciais de 6-3 e 7-6 (0) e é a grande vencedora das WTA Finals, num torneio disputado em Riade, na Arábia Saudita

Por vezes, tanto no desporto como na vida, aplica-se a máxima “Os últimos são os primeiros”, e foi exatamente isso que aconteceu neste torneio que encerra o calendário tenístico feminino, onde competem entre si as oito jogadoras mais regulares da temporada.

Em meados de Outubro, Elena Rybakina teve de disputar e ganhar o WTA 500 de Ningbo para conseguir ficar a apenas duas vitórias de garantir o apuramento para este certame final de temporada.

Rybakina apenas disputou dois jogos no torneio seguinte em Tóquio (abdicando de competir nas meias-finais do mesmo), uma vez que com duas vitórias sobre as canadianas Leylah Fernandez e Victoria Mboko, conseguiu a tão desejada qualificação para as WTA Finals, superando in extremis a talentosa adolescente russa Mirra Andreeva.

Mirra Andreeva completou a melhor época da sua carreira (convém realçar que tem apenas 18 anos), mas mesmo assim, não foi desta que se conseguiu estrear nas WTA Finals a nível individual, uma vez que conseguiu o apuramento na variante de pares junto da sua compatriota e amiga Diana Shnaider.

A profundidade de bola de Rybakina e a potência das suas pancadas fazem muita mossa nas suas adversárias. Além disso, o seu serviço é um dos mais consistentes e potentes do circuito, e quando está ao seu melhor nível, Rybakina é claramente uma jogadora temível.

Por ser disputado em recinto coberto, Rybakina jamais poderia ser considerada uma “outsider”, e apesar de ter sido a última a ser apurada, todas as suas adversárias estavam alertadas para o grande momento de forma da tenista cazaque.

Antes do início do torneio, o seu nome não figurava no topo das casas de apostas pelo motivo anteriormente mencionado, mas Rybakina provou que quando joga ao seu melhor nível, é capaz de derrotar qualquer jogadora.

No caminho para a final, Rybakina literalmente destroçou Amanda Anisimova (uma das jogadores em melhor forma do circuito mundial) no primeiro jogo do grupo, com uns parciais contundentes de 6-3 e 6-1, concluído em menos de uma hora.

No segundo jogo do grupo, Rybakina perdeu o primeiro set diante da polaca Iga Swiatek (que a havia derrotado nos últimos cinco encontros) por 6-3, mas aplicou um autêntico correctivo na última hora de jogo, ganhando os parciais seguintes por 6-1 e 6-0, sendo que é de destacar que são muito poucas as jogadoras que algumas vez conseguiram ganhar a Swiatek com um parcial tão desnivelado.

Com essas duas vitórias iniciais e beneficiando da vitória de Amanda Anisimova sobre Madison Keys, Rybakina assegurou a conquista do seu grupo, sendo que mesmo assim não deu qualquer hipóteses à russa Ekaterina Alexandrova (a quem já havia derrotado na tal final do WTA 500 de Ningbo), ganhando confortavelmente esse compromisso com um duplo 6-4.

Nas meias-finais, defrontou a tenista norte-americana Jessica Pegula, que apesar de não ter uma pancada distintiva das restantes jogadoras, é muitíssimo sólida e consistente (bastante subvalorizada diga-se de passagem), e é uma daquelas jogadoras que tem a capacidade de fazer jogar mal a sua adversária.

O confronto direto ditava 3-2 a favor de Pegula, que inclusive começou melhor este jogo das meias-finais, ganhando o primeiro set por 6-4.  Rybakina demorou a entrar em jogo e a encontrar o seu ritmo, tendo ganho o segundo set de forma agónica com o mesmo parcial, mas onde inclusive viu o seu serviço quebrado quando servia com 5-3 a seu favor, sendo que conseguiu reerguer-se no jogo de resposta ao serviço de Pegula, convertendo o segundo break point desse jogo e encaminhando a partida para uma terceira e derradeira partida.

No terceiro set, Rybakina voltou a exibir a mesma excelência de jogo dos três anteriores encontros, sem que Pegula tenha deitado a toalha ao chão em nenhum momento como é seu apanágio, mas onde a maior qualidade e variedade do serviço de Rybakina, se revelou decisiva nos momentos-chave desse encontro.

Na final, Rybakina tinha Aryna Sabalenka como seu último obstáculo, e certamente queria dar uma melhor imagem do que aquela que tinha dado no último encontro entre ambas, resolvidos por um duplo 6-3 pela tenista bielorrussa, nos quartos-de-final do WTA 1000 de Wuhan, disputado há um mês atrás.

O confronto direto registava dez vitórias de Sabalenka contra seis de Rybakina, sendo que esta seria a quarta vez que se iriam defrontar este ano. Rybakina começou a todo o gás, mostrando a Sabalenka ao que vinha desde o primeiro jogo do encontro, mostrando-se extremamente agressiva e a querer tomar a iniciativa do ponto.

A tónica estava dada e Sabalenka sabia que a dinâmica do jogo seria totalmente distinta à do encontro de Wuhan, pelo que teria de elevar ainda mais o seu nível de jogo para poder derrotar Rybakina, que vinha numa série de 10 vitórias consecutivas, estando plena de confiança.

Ao sexto jogo do primeiro set, Rybakina conseguiu quebrar o serviço de Sabalenka (e logo em branco) pela primeira vez, e apesar de ter de puxar dos galões para poder anular dois break points no jogo de serviço seguinte, Rybakina conseguiu manter inviolável o seu serviço e conquistar a primeira partida com o parcial de 6-3.

Ao longo do encontro, Rybakina teve uma percentagem de 100% em break points salvos, não cedendo o seu serviço uma única vez, sendo que no terceiro set teve de salvar dois set points quando serviu para não perder o set com o parcial de 5-4 a favor de Sabalenka naquele momento.

Nas duas oportunidades de que dispôs a tenista bielorrussa, ambas foram salvas por Rybakina, com alguma sorte à mistura. No primeiro break point a favor, Sabalenka desperdiçou-o depois de uma longa troca de bolas, que foi claramente desequilibrada com uma bola de Rybakina que tocou na rede, e tirou a iniciativa de um ponto que estava a ser muito bem jogado por Sabalenka.

No segundo, Sabalenka não conseguiu aproveitar um segundo serviço muito fraco de Rybakina, e atirou a sua resposta diretamente para a rede. 

Já não estando a ser capaz de jogar o seu melhor ténis durante todo o encontro (tal como já havia acontecido nas finais de Roland Garros e nas meias-finais de Wimbledon este ano), Sabalenka sentiu muito aquele momento e viveu o chamado “síndrome da oportunidade desperdiçada”, jogando muitíssimo mal o tie-break do segundo set, no qual não conseguiu conquistar um único (!) ponto, e onde entrou numa espiral de erros não forçados. Com a enésima resposta para fora de Sabalenka, Rybakina conseguia ganhar essa final e tornar-se a nova vencedora das WTA Finals. Apesar de ter sido em apenas dois sets, podemos constatar que esta final foi decidida em ínfimos detalhes.

Sabalenka estava inconsolável no fim do jogo, consciente de que nunca se conseguiu exibir ao nível desejado e necessário para poder ganhar mais um grande título e que teima em escapar-se-lhe. É verdade que acaba o ano como número um mundial pelo segundo ano consecutivo, é igualmente verdade que disputou três de quatro finais do Grand Slam (falhando apenas a de Wimbledon, que é a única onde ainda não conseguiu marcar presença), mas a sua fome e ambição são insaciáveis. 

Sendo a grande campeã que é, tem alergia à derrota, e acredito que este desaire será uma motivação extra para trabalhar ainda mais fisicamente e em todos aspectos do seu jogo na pré-época, com vista a manter a sua consistência de resultados, mas também do ponto de vista mental para conseguir estar à altura das circunstâncias nas finais dos torneios mais importantes do circuito, principalmente quando parte como favorita para um determinado encontro.

Por outro lado, Elena Rybakina vai querer usar esta grande vitória como um combustível para a próxima época, onde procurará cimentar-se no top 5 mundial, e quem sabe, assaltar a inédita liderança do ranking, se bem que neste momento está a mais de 5000 (!) pontos da incontestável número um mundial Aryna Sabalenka.

A tenista cazaque que não é das mais carismáticas do circuito, tem um perfil igualmente reservado nas suas aparições públicas, e inclusive, é algo que transporta para o court, no qual é raríssimo vê-la a ter algum gesto de frustração ou desagrado, mas também não a vemos com grandes mostras de contentamento por um determinado ponto ganho ou por uma vitória.

A sua frieza aliada a uma expressão facial quase esfíngica e de difícil leitura, não a tem impedido de ser uma das melhores tenistas do mundo nos últimos anos.

O ano de 2025 foi de uma grande irregularidade exibicional para a tenista cazaque, muito marcada pela polémica que envolveu o seu treinador Stefano Vukov, que foi temporariamente suspenso pela WTA com fortes acusações de assédio moral e laboral sobre Rybakina, que nunca chegou a confirmar essas mesmas acusações, nem a pronunciar-se publicamente sobre esse facto.

Essa polémica foi novamente reacendida pelo fato de Rybakina se ter recusado a tirar uma fotografia com Portia Archer (CEO da WTA) na cerimónia de entrega de troféus das WTA Finals, por considerar que foi uma injustificável “caça ao homem”.

Esse gesto de Rybakina dividiu opiniões, sendo que uns pensam que a tenista cazaque podia ter escolhido outro momento para expressar a sua insatisfação, e havendo outros que estão de acordo com a postura adotada pela tenista cazaque.

Se se conseguir ver livre das sempre incómodas lesões e de polémicas extra-court, estou convencido de que Rybakina poderá voltar a ser competitiva nos torneios do Grand Slam, que são esse o seu maior foco e objetivo.

Para já e apesar de ter sido um 2025 com muitos altos e baixos, Elena Rybakina fecha o ano com chave de ouro com este sensacional título, culminando uma semana, na qual por alguns momentos, parecia estar a jogar em estado de graça.

Tiago Campos
Tiago Campos
O Tiago Campos tem um mestrado em Comunicação Estratégica mas sempre foi um grande apaixonado pelo jornalismo desportivo, estando a perseguir agora esse sonho. Fã acérrimo do "Joga Bonito".

Subscreve!

Artigos Populares

Liverpool apresenta proposta de 74 milhões de euros por destaque da Premier League

O Liverpool está interessado em Antoine Semenyo e já terá apresentado uma proposta de 74 milhões de euros ao Bournemouth.

Atalanta vai comunicar a saída de Ivan Juric e já tem treinador fechado até 2027

Raffaele Palladino chegou a acordo com o Atalanta para assumir o comando da equipa até 2027, resta apenas o clube anunciar a saída oficial de Ivan Juric.

Aston Villa renova contrato com Morgan Rogers até 2031

O Aston Villa renovou contrato com Morgans Rogers até 2031. O avançado inglês soma um golo e três assistências na temporada.

Renato Paiva recorda passagem de Gonçalo Ramos pelo Benfica: «Era impressionante como marcava golos nos treinos e depois nos jogos»

Renato Paiva revelou algumas curiosidades sobre a formação de Gonçalo Ramos e explicou como o transformou em um avançado, nas camadas jovens.

PUB

Mais Artigos Populares

Nico González não esquece FC Porto: «Um abraço para todos os portistas, só os portistas, mais ninguém em Portugal»

Nico González recordou o FC Porto e confessou estar atento à temporada dos dragões. O médio representou os azuis e brancos entre 2023 e 2025.

João Neves após marcar o golo decisivo que deu a vitória ao PSG: «Como sou pequeno, esqueceram-se de mim»

João Neves voltou a ser decisivo, ao marcar de cabeça o golo da vitória do PSG diante do Lyon de Paulo Fonseca, já nos minutos finais do jogo.

Miguel Oliveira após o Grande Prémio de Portugal: «Estou muito grato pelo apoio e o carinho»

Miguel Oliveira emocionou-se na despedida do Moto GP em Portugal, penúltima corrida do Mundial, e agradeceu o carinho do público em Portimão.