Paulo Lopes, antigo guarda-redes do Benfica, falou sobre vários temas associados ao seu passado na Luz. Anteviu também o dérbi.
Paulo Lopes deu uma entrevista ao jornal A Bola. Entre os temas abordados, o antigo guarda-redes do Benfica abordou a possibilidade de as águias conquistarem a Primeira Liga nesta temporada:
«Claro que sim.. Qualquer uma delas pode, porque ainda vão jogar todos os uns com os outros. A linha do estar bem ou estar mal é muito curta. Um deslize muda a opinião do público e a forma como os jogadores vêem as coisas. Vai ser uma boa corrida ao título. O Benfica começou muito bem, depois caiu um bocadinho e agora com a entrada do mister Mourinho, está a procura da melhor forma. Mas com a crença com que eles estão, mais jogo, menos jogo, vão equilibrar, mas acho que vai ser renhido».
Paulo Lopes anteviu o dérbi entre o Benfica e o Sporting:
«Por experiência própria, ninguém costuma partir à frente, seja em casa ou fora. É um dérbi, tudo é diferente, as emoções, a adrenalina, o próprio ambiente. É sempre difícil sempre fazer um prognóstico em relação a um dérbi, mas espero que seja um bom jogo. É difícil prever o que vai acontecer porque os dois lados têm jogadores de enormíssima qualidade que podem resolver em qualquer momento».
Paulo Lopes foi questionado sobre as melhores memórias que tem de dérbis:
«Tenho várias. Quando o Markovic entrou, fintou quase toda a gente e fez golo [1-1, a 31 de agosto de 2013]. Fomos mais felizes do que infelizes contra o Sporting. Só tenho memórias boas».
Paulo Lopes recordou o regresso ao Benfica em 2012:
«O meu contrato com o Feirense estava a acabar, tinha várias possibilidades até do estrangeiro para continuar a jogar. Na altura, o Rui Costa, o presidente atual, ligou-me. Achei que era uma brincadeira, às vezes costumávamos fazer isso, mas não, era verdade. Perguntou se estava interessado e claro que aceitei pela idade que tinha e porque sentia que podia ainda ajudar o clube».
Paulo Lopes falou sobre os primeiros minutos pelo Benfica (18 de outubro de 2012, em Freamunde):
«Uma enorme satisfação, foi o concretizar de um sonho. Como tinha sido formado no Benfica, o meu sonho era jogar pela equipa principal. Não foi possível na altura. Fiquei triste, mas não desanimei, Continuei a trabalhar e as coisas surgiram. Foi com um enorme orgulho e satisfação que vi que tantos anos de trabalho compensaram».
Paulo Lopes abordou a mudança de estatuto para terceiro guarda-redes a partir de 2013/14:
«Fiquei triste, como é lógico, por não jogar. Mas estou contente e muito satisfeito por ter pertencido a um leque tão restrito dos jogadores que jogaram num clube com tanta história como o Benfica. Costumo brincar e dizer que fui o guarda-redes com mais azar e, ao mesmo tempo, com mais sorte no mundo. Quando passo de júnior para sénior o guarda-redes era o MichelPreud’Homme, o melhor do mundo, por isso não joguei. Quando voltei ao Benfica tive o Artur, que tinha sido o melhor guarda redes do campeonato, na época anterior. Tive o Oblak, que acaba por ser o melhor do mundo, o Éderson também e o Júlio César que tinha sido o melhor do mundo. Fui sempre o segundo melhor (risos)».
Paulo Lopes foi questionado sobre se ficou com alguma mágoa por não entrado em campo em 2014/15:
«Mágoa, não. Fiquei triste porque fiz o mesmo que os meus colegas fizeram, nunca faltei a um treino, estive em todos os jogos. Senti-me triste por não poder colocar o meu nome lá. Só isso, mais nada. Mas no fundo, acabo por me sentir o mesmo que os outros porque fiz o mesmo trabalho».
Paulo Lopes contou história:
«Tenho uma com o Raúl Jiménez. Fomos jogar à Vila do Conde e estamos os dois no banco de suplentes. O mister Rui Vitória mandou-o aquecer e ele não tinha a camisola de jogo, tinha deixado no balneário ao intervalo e eu disse ‘deixa estar que eu vou buscar e tu vais fazer o golo da vitória’. Depois vestiu, entrou e marcou».
Paulo Lopes falou sobre objetivos que ficaram por conquistar:
«Ter jogador pela Seleção Nacional, era um objetivo que tinha e não consegui concretizar. Era algo que gostava muito ter alcançado, ajudar o meu país. E ganhar a Champions League».
Paulo Lopes aborda derrota em duas finais europeias:
«Vejo sempre o lado positivo das coisas, para estar numa final tens que ser dos melhores. Não fomos os sortudos na altura, mas demos réplica nos dois jogos e fomos superiores em alguns momentos. São poucos os que estão numa final e consegui estar em duas, é um momento de orgulho».

