

O dérbi de andebol entre Benfica e Sporting foi mais do que um simples jogo: foi uma afirmação clara de poder. Desde os primeiros minutos percebeu-se que o Sporting entrou em campo com outra solidez, mais agressivo nas decisões e com uma leitura coletiva muito superior. O Benfica tentou responder com intensidade, mas quase sempre pareceu correr atrás do prejuízo, tanto no marcador como no controlo emocional do jogo.
A equipa leonina mostrou porque é, neste momento, a referência do andebol nacional. Defendeu com dureza, correu bem o contra-ataque e, sobretudo, atacou com critério, sem precipitações. Houve paciência na circulação de bola e uma notória confiança em cada ação ofensiva. Sempre que o Benfica ameaçou uma reação, o Sporting respondeu com maturidade, travando o ímpeto encarnado antes que ganhasse dimensão.
Do lado do Benfica, ficou a sensação de uma equipa demasiado dependente de ações individuais e com dificuldades em ajustar defensivamente. Houve esforço, entrega e momentos de boa atitude, mas faltou consistência e, acima de tudo, capacidade para travar o ritmo imposto pelo rival. Nos momentos decisivos, o Sporting foi mais frio, mais eficaz e mais seguro.
Este jogo não decide campeonatos, mas diz muito sobre o momento de cada equipa. O Sporting sai do dérbi reforçado, confiante e com a sensação de que sabe exatamente quem é e o que quer fazer em campo. O Benfica sai com trabalho pela frente e a certeza de que, para competir de igual para igual, terá de elevar o seu nível coletivo e a sua capacidade de resposta nos jogos grandes.
Foi um dérbi intenso, mas também esclarecedor: venceu a equipa mais organizada, mais madura e, sem grande margem para discussão, a melhor em campo.

