Os Cascais Crusaders venceram os Lisboa Bulldogs por 25-8, finalizando assim a LPFA XVI Pre-season. Mas, o que podemos retirar de cada equipa? Vamos ter mudanças em relação aos Power Rankings anteriores? E se sim, porquê? Vamos analisar.
1º Lugar – Lisboa Devils
Assim como na última edição dos Power Rankings, o top-2 continuam a ser os lugares mais fáceis de atribuir. Os Lisboa Devils são, neste momento, a equipa a praticar o melhor futebol americano nacional, sem sombra para dúvidas.
Com a entrada de novos jogadores no ataque e na defesa, os Devils, para além de não perderem qualidade, ainda ganham de uma época para a outra.
Individualmente, são a melhor equipa da liga, sendo que só é necessário olhar para as suas squads para entender isso mesmo. Do lado ofensivo, Jesuíno Furtado continua a ser a máquina a que já nos habituou, a ligação entre irmãos Solipa a parecer cada vez mais forte a cada ano que passa e com a excelente linha ofensiva que têm, este ataque promete dar muitas dificuldades a todas as defesas da liga.
Do lado defensivo, temos um jogador novo na equipa dos Devils que fez toda a diferença frente aos Navigators, Anthony. Como disse à pouco, os jogadores que os Devils adicionam à sua defesa acrescentam todos alguma coisa, como foi o caso de Anthony, que deu para entender claramente neste último jogo. Esta defesa continua a ser liderada por Afonso Lucas, Eddie Gourgel e Chris Telasco, que prometem continuar a ser uma das (se não mesmo a) melhores defesas do campeonato.
2º Lugar – Cascais Crusaders
Os Crusaders estão a passar por uma fase de reconstrução clara, sendo que só é necessário olhar para o seu roster para chegar a esta conclusão. Nos últimos anos, têm perdido jogadores de calibre anualmente e agora passam por essa maior dificuldade em termos de experiência e qualidade no roster. A squad onde isso se nota mais é no corpo de receivers. Nos últimos anos perderam Pedro Balle e Francisco Lory, este ano ainda não vimos Marcos Heleno e estão neste momento com Matteo Carrese e Gustavo Espada alinhados de ínicio. Será esta apenas uma das modalidades de jogo que vemos na pré-época, ou será que existe mesmo um problema aéreo para Cascais?
De qualquer modo (também muito devido à sua equipa técnica), os Crusaders continuam a ser uma equipa com muita qualidade, seja através dos veteranos, seja através dos rookies. São, sem dúvida, uma das duas equipas candidatas ao título, mais uma vez.
3º Lugar – Braga Warriors
Sim, o top-3 (e o top-4) está igual ao de há um mês, mas faz todo o sentido estar. Os Warriors dominaram por completo os Renegades no seu último jogo da pré-época, sendo que os Bracarenses são, atualmente, a melhor equipa do norte português.
A minha preocupação em relação a esta equipa continua a mesma, a sua dependência de Vítor Mendes. Para qualquer treinador (e quarterback), depender de Vítor Mendes não é nada mau, mas o que acontece quando o mesmo não está em campo? Se Vítor Mendes se lesionar, como vão continuar a depender tanto do jogo de passe? Não é de todo uma crítica aos outros receivers dos Warriors, mas sim uma tentativa de perceber como estas outras armas que Tiago Ranhada tem podem ser utilizadas, que é algo que não acontece agora.
A defesa dos Warriors continua consistente como sempre, sendo que no jogo frente aos Renegades, não deixaram os visitantes colocar qualquer tipo de pontos no marcador. Estou muito curioso para ver como irão atuar frente aos Lisboa Devils na 3ª jornada e frente aos Crusaders na 11ª jornada (spoiler da minha opinião: acho que lhes vai correr muito bem).
4º Lugar – Lisboa Navigators
Fecho então os lugares dos playoffs com este top-4. Os Navigators não estão na sua melhor forma, algo que já vem a acontecer desde o ano passado.
Eu, francamente, não vi muitos aspetos onde os Navigators tenham melhorado significativamente, mesmo que Nuno Rodrigues esteja muito mais confiante na sua linha ofensiva e com a bola na sua mão.
Mas, mesmo tendo o ataque alguma qualidade, o coração desta equipa está na sua defesa. Ainda não voltamos a ver José Soares, mesmo que eu acredite que o mesmo volte a jogar esta época, mas o português deixa o lugar de melhor jogador para entrar o Rookie of the year da LPFA XV, Janin Katoudi. Que jogador é o francês, muda completamente a dinâmica desta defesa dos azuis e brancos e acrescenta muita qualidade a uma squad já repleta da mesma.
Mas, lá está, por mais que goste muito da defesa dos Navigators (especialmente de Janin e da sua linha defensiva), sinto que o ataque ainda pode estar um pouco melhor (mesmo que tenham marcado 27 pontos aos Devils no seu último jogo).
5º Lugar – Salgueiros Renegades
Tenho pouco a dizer sobre os Renegades, mas sinto que este ano podem ir passar por algumas dificuldades no geral.
Com Francisco Pereira a reformar-se, estava na altura dos Renegades escolherem a quem iriam passar a tocha, o escolhido foi Afonso Camarinha. Camarinha já tinha jogado na época transata, mas muito pouco. Este ano já tivemos oportunidade de ver o mesmo nos jogos de pré-época, a competir pelo lugar, mas irá, claramente, ser Camarinha a assumir a posição para o resto da época. Se está pronto? Não sei, mas podia olhar para Nuno Rodrigues e entender que, por muita dificuldade que possa ter ao início, com um pouco de prática pode chegar ao seu objetivo e tornar-se uma mais-valia para a sua equipa.
Ainda do lado ofensivo, com o anúncio de João Maioto ir jogar Flag Football para fora do país, os Renegades perdem um dos melhores receivers da LPFA, mesmo não tendo muitas opções da mesma qualidade para a posição.
Do lado defensivo, tenho uma opinião que pode ser considerada controversa: Não gosto muito da defesa dos Renegades. Uma defesa que anteriormente dava gosto ver jogar, agora parece ser/estar muito enfraquecida. Contra os Warriors sofreram 23 pontos e não entraram muito no jogo no geral.
Espero podermos voltar a ter uma defesa dos Renegades temível, especialmente num ano em que o seu ataque irá passar por muitas dificuldades.
6º Lugar – Maia Mutts
Os Mutts não fizeram uma boa pré-época, mas apresentam algumas melhorias, especialmente no lado ofensivo. A cada ano que passa Arthur Simões fica mais confortável com a bola. Mas, de resto, ainda algo fraco em comparação com as outras equipas.
Vamos ver o nível que os Mutts vão apresentar em janeiro, no início da época regular, mas acredito que fiquei perto da posição do ano passado.
7º Lugar – Lisboa Bulldogs
Francamente, esperava que a pré-época fosse correr um pouco melhor aos Dawgs. Os seus dois jogos acabaram praticamente com o mesmo resultado (vs Crusaders 25-8, vs Navigators 27-6) e não há grandes melhorias em comparação com o ano passado.
Os Bulldogs, sempre repletos de rookies, perdem Rui Melo no lado defensivo da bola e do lado ofensivo ganham um novo running back. De resto, infelizmente não há muito mais a acrescentar, sendo que Gonçalo Matos, um treinador que gosto bastante, ainda não conseguiu dar a volta a esta equipa, algo que parece cada vez mais difícil. A sua melhor squad é a defesa, que perdeu alguns nomes importantes ao longo dos anos, mas que mesmo assim ainda tem muito caminho por percorrer para chegarem ao nível desejado.
