A luta por um sonho – Entrevista a Kelly Pereira

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Largar tudo e correr atrás do sonho. Este podia ser o lema de vida de Kelly Pereira; licenciada pela Escola Superior de Comunicação Social, a jovem saiu de Londres rumo a um objetivo bem definido no sudeste asiático. Uma entrevista especial e que mostra a importância da força de acreditar.

Bola na Rede (BnR): O que aconteceu em Londres? O que te fez mudar a procura de algo relacionado com o teu curso de Relações Públicas para um ringue de boxe?

Kelly Pereira (KP): Na altura estava a trabalhar na área de Marketing e business development. Londres é uma cidade muito competitiva e alguns dias eram um pouco stressantes no trabalho o que me fez sentir a necessidade de libertar alguma energia. Bater em alguma coisa era de facto o que estava à procura e por sorte encontrei uma escola de boxing e muay thai perto de mim – BAMA The Boado Academy of Martial Arts & Fitness. Fui a uma aula e apaixonei-me. Desde aí experimentei já diferentes disciplinas e embora de momento não tenha tempo para as praticar, uma vez que estou dedicada ao muay thai, existem várias que gostava de fazer.

BnR: E a apresentação ao Muay Thai, ainda foi em Londres?

KP: Sim, comecei por fazer western boxing e rapidamente me apaixonei pelo deporto. Depois de uma luta amigável em prol da Cancer Research (onde se juntaram no ringue duas paixões, o desporto e a área social) comecei a fazer Muay Thai um pouco por acaso. Adorei e sempre achei uma arte marcial bonita de assistir – elegante até – e decidi experimentar. O que me manteve sempre motivada foi o desafio, o facto de ser tão má ao início e querer melhorar a minha técnica.

BnR: Para além das diferenças óbvias do boxe, qual a grande diferença queiras destacar?

KP: Tendo em conta que comecei pelo western boxing, tive grandes dificuldades em sair dos meus “hábitos” quando vim para a Tailândia. Diferenças em alguns pequenos detalhes fazem com que exista uma diferença gigante entre ambas as disciplinas. Diria que a principal diferença está na posição central e na forma como o equilíbrio do corpo e distribuído. No western boxing assumimos sempre uma posição mais narrow de modo a defender a zona central, ombros e cabeça têm um movimento constante e muito próprio. No Muay Thai, muitos dos movimentos de cabeça e ombros (shoulder roll, slip e duck under) são demasiado perigosos tendo em conta a possibilidade de usar o joelho e o pontapé. Além disso, muitas das técnicas no Muay Thai são executadas na ponta do pé o que requer equilíbrio e boa postura – o roundhouse kick, knee, push kick, etc. Finalmente, no Muay Thai há também uma série de movimentos no ar – jump knee, jump elbow, flying kick e superman punch. Tudo coisas giras para aprender.

Fonte: Kelly Pereira
Fonte: Kelly Pereira

BnR: Como começa o sonho de viajar para a Tailândia?

KP: Na altura estava em Londres, com três trabalhos e a treinar oito vezes por semana. Fui convidada para ser Assistant Boxing Coach pelo meu treinador e percebi que era isso que queria fazer. Longas horas e poucas horas de sono a tentar alcançar o nível que queria, não só em termos físicos, mas também para eventualmente lutar.  A certa altura apercebi-me que dois dos trabalhos serviam apenas para pagar contas e que a melhor parte do dia era quando estava a dar aulas de boxing ou no ginásio a treinar. Comecei a pensar o que podia fazer para treinar mais e ter que trabalhar menos para pagar contas. Uma vez que o Muay Thai é o desporto nacional da Tailândia, este pareceu-me o melhor destino para vir aprender a arte na sua forma mais pura. Decidi juntar algum dinheiro durante uns meses para poder vir para a Tailândia. Inicialmente o plano era ficar apenas três meses mas consegui arranjar trabalho para poder prolongar a minha estadia.

BnR: Tinhas algum lutador como referência?

KP: Embora não seja a mesma disciplina, sempre admirei imenso a Telma Monteiro. Pelo que representa, pela força, pelo espírito, por ser a mulher que é: um exemplo para todas as mulheres. Adorava fazer um pouco mais de judo e mesmo outras disciplinas mas de momento quero apenas focar-me no Muay Thai. Mais recentemente considero Vasyl Lomachenko um dos melhores pugilistas e sigo várias atletas no MMA.

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Futebol por amor, motociclismo por paixão. Toda uma vida a acompanhar ambos, sempre a ansiar a luz verde.                                                                                                                                                 O Hugo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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