Foram períodos áureos aqueles que fizeram da linha mais recuada do Benfica uma fonte de estabilidade e segurança: pela defesa passaram nomes como David Luiz, Maxi Pereira, Garay, Guilherme Siqueira, Lindelof, entre outros que facilitaram a vida aos donos da baliza.
Sim, considero que a principal fonte de infortúnio encarnada é a disfuncional quadrilha defensiva. Se Grimaldo estivesse em forma, se Luisão (apesar do bom momento atacante) tivesse o mesma capacidade de resposta de há uns anos, se Jardel fosse constante, se André Almeida fosse tão agressivo no desarme como é a assimilar os processos táticos, a história era, certamente, outra.
Quando olhamos para o terceiro classificado da Primeira liga portuguesa de uma forma a englobar os últimos anos, é forçoso admitirmos que os encarnados tiveram o privilégio de contar com guarda-redes de renome: caso de Júlio César, Jan Oblak e Ederson. Cabe aos dirigentes do clube da Luz e ao treinador fazerem um exercício de análise estritamente imparcial e perceberem que não é Bruno Varela e/ou Mile Svilar a causa das vicissitudes do Benfica.
Creio que não seja, de todo, indicado contratar-se um guarda-redes. Seria mais inteligente a aposta num lateral-esquerdo com um pensamento criativo mas de funções volúveis, à imagem de Guilherme Siqueira: tanto defende com maturidade e coerência como ataca de forma equilibrada. No setor mais central do terreno defensivo terá de ser Ruben Dias a assumir as rédeas: não esquecendo as características de Lisandro López, semelhantes às de Ezequiel Garay – nunca devidamente valorizadas quer por Jorge Jesus quer por Rui Vitória.
Foto de Capa: SL Benfica