A atual história de duas equipas que não se esquecem da beleza do futebol, mas que “deixam de lado” o mais importante, as vitórias, é uma realidade nesta nossa época desportiva. Vitória Futebol Clube e Estoril Praia têm demonstrado, ao longo desta época, um futebol bem atrativo e positivo. Algo bem digno de registo. Contudo, as vitórias são escassas e, por isso mesmo, as duas equipas encontram-se cá para mais baixo na tabela classificativa.
Sob a tutela de José Couceiro e de Ivo Vieira, as duas equipas têm sido sempre fieis a si mesmas, inclusive nos jogos dito grandes (o Vitória, por exemplo, em tempo regulamentar, empatou com o Benfica e com o Sporting na Taça da Liga; por sua vez, o Estoril vendeu cara a sua derrota no Estádio da Luz, venceu o Sporting recentemente e, antes dos incidentes já mais do que debatidos relativos à bancada, vencia o Porto por uma bola a zero no António Coimbra da Mota). Tanto a equipa do Sado como a equipa da linha têm mostrado bons indícios de que são equipas merecedoras dos lugares mais acima na tabela.
O Vitória tem, de facto, um bom plantel. Arnold, João Amaral e João Teixeira, comandados por Gonçalo Paciência, que já foi chamado de volta a casa, são alguns exemplos que comprovam o bom nível de jogadores que os sadinos apresentam. Fazem jus à sua qualidade e são protagonistas de jogadas que deliciam qualquer adepto. As investidas ofensivas de Arnold no corredor direito, os belos lances individuais de João Amaral e de João Teixeira ou até mesmo os golos de Paciência representam imagens de marca da equipa sadina e definem-se como momentos belos do nosso futebol.
Todavia, e embora com condicionantes ligeiramente diferentes, e mais propriamente após a chegada de Ivo Vieira, o Estoril Praia tem também potenciado os seus jogadores. Exemplo máximo disso mesmo é Lucas Evangelista. Seja pela visão de jogo, pela elevada qualidade de passe ou até mesmo devido à forte meia distância que apresenta, o médio brasileiro comando as tropas estorilistas para o bom futebol. Contudo, o ex-Udinese não é o único a demonstrar um futebol acima da média. A capacidade de decisão de Victor Andrade, a frieza do médio cipriota Kyriakou e a finalização do mais do que conhecido Kléber são também fatores que justificam e influenciam o positivo futebol frequente na equipa da linha.
Ambos os treinadores o dizem e com razão: “A jogar assim os resultados acabarão por aparecer”. Tanto José Couceiro como Ivo Vieira só têm de estar satisfeitos com o futebol praticado pelas respetivas equipas. Se os pontos não interessassem, Vitória Futebol Clube e Estoril Praia estariam bem mais para cima no que diz respeito à tabela classificativa. Contudo, e por fim, fica aqui o conselho mais do que óbvio: mais importante do que jogar bonito é pontuar; só assim é que o sonho da manutenção será uma realidade.
Foto de capa: nowgoal.id
Artigo revisto por: Jorge Neves