Falar de desporto, em Portugal, é necessariamente falar de futebol…mas também de hóquei em patins. No país de António Livramento e de Vítor Hugo, não faltam nomes grandes na modalidade e, entre os portistas, há seguramente um que nunca será esquecido: Cristiano Pereira. Nascido em Paranhos em 1951 e formado no FC Porto, o “Cristiano do hóquei do Porto” foi, durante largos anos, o único representante dos azuis e brancos na seleção nacional de hóquei em patins.
Atleta talentoso, com prestígio reconhecido internacionalmente, Cristiano Pereira integrou as seleções nacionais que conquistaram os Campeonatos Europeus de 1971, 1973, 1975 e 1977, bem como os Campeonatos do Mundo de 1974 e 1982. Já anteriormente, na década de 1960, começara a dar nas vistas no FC Porto com a sua classe singular: sendo, acima de tudo, um finalizador nato, Cristiano Pereira destacava-se também pelas suas jogadas e, acima de tudo, pela tremenda influência que tinha nos jogos decisivos.
Depois de, enquanto jogador, se ter sagrado campeão nacional, europeu e mundial por diversas vezes, outra carreira de grande sucesso estava à espera do portuense: a de treinador. Assim, após a época de 1984/85, Cristiano Pereira acedeu ao pedido dos responsáveis pela secção de hóquei em patins do FC Porto e trocou a carreira de jogador pela de treinador. Resultado: logo na época seguinte os azuis e brancos venceriam todas as competições nacionais e, às mesmas, acrescentariam a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Itália, frente ao Hockey Novara.


Fonte: Memória Portista
Internacional pela seleção nacional A em 151 ocasiões, marcou um impressionante total de 189 golos com a “camisola das quinas”. No Campeonato do Mundo de 1978, na Argentina, Cristiano Pereira foi o melhor marcador da competição e, dois anos depois, no Chile, elevaria a (já elevada) fasquia do seu desempenho, apontando 22 golos, e viria mesmo a ser considerado o melhor jogador da competição.
Tendo vencido todas as competições ao serviço do FC Porto, o clube não esqueceu o atleta que, para sempre, figurará como um dos melhores de sempre do hóquei em patins dos azuis e brancos. Assim, logo em 1971 este recebeu o troféu “Pinga” e, em 1985 enquanto “Atleta de Alta Competição do Ano” e 2000 enquanto “Treinador do Ano”, Cristiano Pereira venceria o Dragão de Ouro. O “Cristiano do hóquei do Porto” pode nunca vir a ser considerado, pelo menos unanimemente, como o melhor hoquista português de sempre; porém, também nunca nenhum (verdadeiro) aficionado de hóquei em patins poderá dizer que este era, enquanto desportista, menos do que extraordinário.
Foto de Capa: Memória Portista
artigo revisto por: Ana Ferreira