Caldas SC 1-2 CD Aves: A mata encantada do CD Aves

18 de Abril de 2018. O dia em que o sonho desceu às Caldas…

Foi num Campo da Mata pequeno demais para albergar todas as almas de um Jamor sonhado, que se jogou a segunda mão de uma das mais surpreendentes meias finais da longa e riquíssima história da Taça de Portugal.

Frente a frente, o Caldas SC do Campeonato Nacional de Seniores e o CD Aves da Primeira Liga Nacional.

Após a vantagem adquirida na 1.ª mão (CD Aves 1-0 Caldas SC), o GD Aves, apesar de amplo favorito aquando do início da eliminatória, começou o jogo da 2.ª mão tentando manter o ímpeto futebolístico e emocional da equipa da casa longe da sua área.

Logo no primeiro minuto de jogo, Baldé ameaçou as redes do Caldas.

Por volta do minuto sete, surgiu o primeiro empolgante lance do Caldas SC, numa iniciativa de Ryan, sobre a direita, surgindo depois um excelente cruzamento de Odair, que no entanto encontrou a excelente antecipação de Ponck a Pedro Emanuel, ponta de lança da equipa da casa.

Num jogo de grande “agressividade”, em que cada bola era discutida como se fosse a última, foi-se assistindo ao passar dos minutos, sem que nada de verdadeiro relevo deva ser destacado.

Foi preciso chegar-se ao minuto 31 para que surgisse uma verdadeira oportunidade. Cruzamento na direita do lateral Rodrigo e Guedes de cabeça, à entrada da pequena área, a perder aquilo que poderia ter sido o 0-1.

Aos 37 minutos foi Nildo, na cobrança de um livre direto, que obrigou Luís Paulo a defesa apertada. Por esta altura, o domínio territorial da equipa visitante já se fazia notar, o que não se alterou até ao intervalo.

O Intervalo chegou com o 0-0 no marcador.

Iniciou-se a 2.ª parte com José Vala, técnico do Caldas SC, a alterar o figurino da sua equipa, fazendo entrar Luis Farinha para o lugar de Odair, procurando com isso aumentar a influência de Ryan no meio campo Caldense.

E os 54 minutos: Goloooooooooooooooooo. Golo do Caldas! Livre lateral do lado esquerdo do ataque da equipa da casa, cruzamento para a grande área e Jorge Felipe, central do Aves, a não dar hipóteses a Quim, e a fazer o auto-golo. 1-0 para o Caldas SC.

A loucura estava instalada no Campo da Mata, onde a esta altura se gritava o já famoso “Ninguém passa na Mata”.

58 minutos e surge a ameaça de Alexandre Guedes na área do Caldas, mas o remate saiu fraco para as mãos de Luis Paulo.

E o estádio não se calou mais…

Nos minutos que se seguiram, o Aves subiu as linhas, com mais posse de bola e o Caldas SC passou a jogar um pouco mais na contenção. Algumas incursões dos laterais no ataque da equipa da Primeira Liga e mais homens do meio campo a chegarem à área. Mas sem resultados práticos.

74 minutos e o CD Aves por Elhouni falha aquilo que parecia ser o mais fácil. Elhouni aparece, após passe de Braga, completamente isolado e ainda fora da área, resolve tentar o chapéu a Luís Paulo que já havia saído de entre os postes. Mas o avançado apenas tentou, porque falhou por completo o remate que roçou o ridículo.

Os últimos 15 minutos do tempo regulamentar foram jogados de forma repartida, mesmo que com o Aves tomando mais conta da bola, mas sem que nada com especial relevância acontecesse, até ao minuto 94 em que Carlos Ponck subiu mais alto que os adversários e cabeceou, na sequência de um canto, mas ainda assim à figura do número 1 do Caldas e Jorge Felipe, já no minuto 95 a antecipar-se ao guardião do Caldas mas fazer a bola passar sobre a barra da baliza da casa.

E eis que chegou o prolongamento, mais um para a equipa da casa, que nas três eliminatórias anteriores sempre havia jogado mais 30 minutos de tempo regulamentar.

18 de Abril de 2018 ficará para sempre na história destes dois clubes
Fonte: Bola na Rede

A equipa visitante continuou desde o início do prolongamento com a bola mais tempo em seu poder, entendendo-se que à medida que os minutos iam passando a equipa da casa tinha mais dificuldades em sair a jogar.

E os 97 minutos. Goloooooo. Goloooo. É do Aves. Num canto batido na esquerda, a bola sobra para Vítor Gomes que, sem marcação, dentro da pequena área faz aquilo que todos os Avenses desejavam. Tanta foi a festa e a loucura dos quase mil adeptos vindos do Norte do país, que a bancada do Campo da Mata não aguentou e também ela parece ter tombado aquando do soco talvez duro de mais que a equipa das Caldas da Rainha havia sentido.

A partir daqui a eliminatória parecia estar realmente resolvida. O Caldas, sempre apoiado pelos seus dedicados adeptos que em nenhum momento calaram a Mata, tentava, mas já não conseguia.

O CD Aves estava agora senhor do jogo e da eliminatória. E para finalizar em beleza, aos 106 minutos, de novo Vítor Gomes, a rematar a bola de primeira ainda bem fora da área, num disparo que sobrevoou o guardião caldense, fazendo um golaço digno dos fantásticos adeptos de ambas as equipas que fizeram uma festa magnífica, deixando assim o jogo e, sobretudo a eliminatória, completamente resolvida. Mas que golão.

O Aves continuava agora a sua caminhada para o Jamor.

Aos 113 minutos, golo mal anulado a Baldé, que faz um golo totalmente limpo, uma vez que não estava fora de jogo, mas, incompreensivelmente, o VAR não teve a sensatez de corrigir o árbitro da partida, e assim o resultado manteve-se no 1-2.

Só dava Aves e foram ainda alguns os lances de alguma forma perigosos na área do Caldas, num momento em que a equipa da casa tinha, realmente, percebido que o seu sonho havia terminado.

Palavra final para o que significou este percurso do Caldas. Um percurso de um clube pequeno, de quem poucos conheciam a realidade. Uma realidade encantada pelo seu estádio e pelo amor de grande parte dos seus jogadores e dirigentes a um emblema que incorporam em cada dia, num ressuscitar daquilo que mais belo tem o Futebol cada vez mais global: o romantismo do amor à camisola.

Seremos sempre todos Caldas SC.

Para o CD Aves uma enorme palavra de felicitações, num trajeto inédito que os leva ao encantado Jamor, à Final da Taça de Portugal, final que mereceram, ultrapassando os obstáculos que se iam atravessando à sua frente, não nos podendo esquecer sobretudo da reviravolta épica em Vila do Conde, na 2.ª mão dos quartos de final desta competição.

Parabéns, CD Aves.

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