Catarina Campos foi a mais recente entrevistada pelo Bola na Rede. Árbitra falou dos desafios e percurso da arbitragem feminina.
Catarina Campos falou com o Bola na Rede sobre os desafios e caminhos da arbitragem feminina. A árbitra refletiu sobre a cultura desportiva em Portugal e sobre a forma como o trabalho do árbitro é colocado em análise.
«Efetivamente, a cultura desportiva não afeta só os árbitros, mas tudo. A nossa forma de viver o futebol em Portugal é sempre muito efusiva, muito intensa. Quando isso mexe com questões de segurança, quando envolve confrontos, conflitos, agressões a árbitros que acontecem muito frequentemente nos campeonatos distritais também por falta de policiamento estrutural, num nível que a arbitragem não pode controlar, agrava-se. É importante que algo seja feito e que seja pensado para haver maior tolerância e respeito pelo papel do árbitro. Que as pessoas percebam de uma vez por todas que estamos lá dentro para dar o nosso melhor. Gostamos realmente daquilo que fazemos e queremos ser o mais comprometidos e competentes dentro de campo. Ninguém mais do que o árbitro quer acertar no jogo. Assisti à conferência do presidente do Comité de Arbitragem da UEFA, o [Roberto] Rosetti, que dizia exatamente isso. O árbitro é o decisor e temos, em média, 200 ou mais decisões por jogo. Dessas 200 ou mais, cerca de 97% acertamos. Quando cometemos um erro, as pessoas só conseguem ver e focar-se nesse erro e acham sempre que tem algo premeditado e parcial. É preciso, de uma vez por todas, que se consiga assumir e aceitar que o árbitro é um ser humano como qualquer outro e que erra como qualquer outro», frisou Catarina Campos, que apontou uma melhoria.
«É importante fazer-se, com urgência, o reconhecimento da carreira do árbitro como uma profissão e que se possam dar condições de trabalho eficazes aos árbitros. Estou a falar dos escalões mais baixos, porque aos níveis mais altos já há condições, mas não há ainda um contrato efetivo de trabalho. Será importante investir-se nisso para o futuro», destacou a árbitra.
Lê a entrevista de Catarina Campos na íntegra.

