Cristóvão Carvalho pensa num Benfica virado para títulos europeus. Candidato à presidência do Benfica fala sobre como isso pode acontecer.
Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do Benfica, é o primeiro entrevistado do Bola na Rede no âmbito das eleições presidenciais de outubro. O candidato falou sobre a sua vontade em conquistar títulos europeus e foi questionado sobre o qual o plano para isso acontecer.
«Toda a estrutura do futebol tem de ser alicerçada numa estrutura financeira. Sem dinheiro, não se consegue fazer isto. Se olharmos para os últimos quatro anos e este último ano, o Benfica está a fazer, a nível de futebol, exatamente o oposto dos clubes vencedores. Nos clubes europeus que vencem Champions League e jogam com regularidade “quartos”, “meias” e finais, encontramos um treinador inspirador de excelência, com muita experiência de Champions, e uma estabilidade enorme na equipa de futebol. É com estabilidade e o tempo que se garante o sucesso. O Benfica tem feito exatamente o oposto: um entreposto de jogadores, um entra-sai e posições que não são colmatadas», começou por referir.
Cristovão Carvalho continuou o seu raciocinío:
«Como é que se ganha? Dando as condições aos jogadores e treinadores para que eles acreditem, motivem-se e consigam algo que poucos conseguem que é ser campeões europeus. Não há muitos que o consigam. Não é o dinheiro que ganha, são projetos, estabilidade e são clubes com a dimensão do Benfica com 400 mil sócios. Temos de construir a equipa com base nestes pressupostos».
Cristóvão Carvalho pretende manter jogadores ao pagar-lhe mais dinheiro e diz que era proibido vender João Neves por ter «alma Benfica»:
«Não há outra solução. O Benfica tem dinheiro se souber fazer as coisas que lá tem. Temos uma capacidade de receita ao nível dos maiores do mundo. O que não temos é um plano financeiro estruturado e definido para rentabilizar muito mais as nossas receitas. Há um jogador que era proibido ser vendido no Benfica, não só pela sua qualidade. Sentia o Benfica e tinha alma Benfica. É o João Neves. O João Neves pediu 3 milhões de euros anuais para ficar no Benfica. Não havia jogadores a ganhar isso? Até mais do que um. Precisava-se de vender o João Neves para ter dinheiro, e assim não se constrói nenhuma equipa. Não é preciso que os jogadores fiquem a vida inteira no Benfica. Tem de haver um grupo que seja a espinha dorsal do Benfica».
«É preciso pessoas que estejam desligadas de todo este sistema que está montado. É o meu objetivo. Se fizer isso, tenho a certeza de que vamos ser vencedores. Não é num ano ou no outro, vamos acabar por ser vencedores. Dizem-me «é impossível, és louco. O Benfica não mais ganhará a Champions». Há pouco tempo, todos desorganizados como estamos a equipa estava a jogar os quartos de final. Um pouco mais competentes, estamos lá. Numa final, é preciso um pouco sorte e a sorte também nos assiste. Tenho um projeto a 12 anos para o Benfica. A cada quatro anos decide-se, mas isto tem de ser planificado. Em 12 anos não tenho de ter essa ambição? Claro que tenho», pode ler-se ainda.