Daniel Chaves fez o rescaldo da vitória do FC Porto sobre o Real SC. Equipa azul e branca venceu a 3.ª Divisão Feminina.
O triunfo do FC Porto sobre o Real SC por 2-1, com dois golos no tempo de descontos, permitiu ao clube azul e branco erguer o título da 3.ª Divisão Feminina só com vitórias. No final do jogo, Daniel Chaves fez o balanço do jogo e da época.
«Foi especial, mas uma vitória acima de tudo sofrida. Os nervos estavam a vir à flor da pele, não seria igual terminar o campeonato sem esta vitória. Da forma que foi e aos 92 minutos ainda tornou tudo mais especial e emotivo e engrandeceu a festa».
«Foi uma estreia como tinha de ser, com exigência, muito trabalho e dedicação nossa para alcançar os objetivos que tínhamos no clube. Isto vai ser uma caminhada passo a passo. Sabemos das dificuldades que vamos ter ano a ano e das dificuldades que vamos passar. Este ano foi um ano de invencibilidade, um resultado histórico a nível nacional. Acho que nenhuma equipa tinha alcançado um campeonato só com vitórias. Só enaltece o nosso trabalho. Já a preparar o próximo ano, com as exigências que vai ter».
Daniel Chaves destacou ainda os maiores alicerces que a época deixa no seio do grupo e falou do crescimento que será necessário a nível tático.
«Acima de tudo na escolha do plantel. Foi feita no início da época, já perto do início da pré-época. Sabíamos dos valores delas, não dos qualitativos que também os têm, mas acima de tudo os humanos e a representatividade que iam ter para o clube. Muito trabalho e dedicação. Trabalhámos sem olhar aos resultados positivos que íamos tendo, mas como um fator para trabalhar ainda mais porque sabíamos que, nalguns momentos, íamos precisar de uma força extra. Foi o muito trabalho».
«Sabíamos acima de tudo os níveis de agressividade da equipa. Fruto de alguns jogos que tivemos com um nível de dificuldade mais desnivelado levou a níveis de agressividade e competitividade mais baixos. É inerente. Por muito que queiramos puxar isso no jogo, o avolumar dos resultados leva a isso. Sentimos algumas dificuldades nesse aspeto. Sentimos dificuldade em igualar a agressividade da outra equipa, que joga com marcação individual, mobilidade constante e foi isso que procurámos. Em alguns momentos não conseguimos, noutros com muito sucesso aproveitámos o espaço. Hoje podia ter sido um resultado diferente se tivéssemos aproveitado as situações de 2X1,3X2 para finalizar. Terminámos com uma vitória na mesma e é isso que nos engrandece».
Sobre o futuro, Daniel Chaves confirmou mudanças no plantel, embora não esqueça o contributo de todas as jogadoras na primeira temporada do clube em feminino, e traçou objetivos.
«A reformulação está a ser feita aos poucos. Avançámos com a renovação de algumas jogadoras porque sentimos a necessidade de fazer. Vamos reunir e olhar para as coisas de forma séria. Não nos esquecemos de quem nos trouxe até aqui, destas 27 jogadoras que participaram no campeonato. Obviamente o nível competitivo acima leva a uma reformulação das coisas. O nível de competitividade vai aumentar e, se queremos competitividade interna, temos de o fazer».
«Atração de reforços? Poderá pela grandiosidade do clube, mas as coisas não são tão fáceis como as pessoas pensam. As jogadoras olham a outros fatores e ainda não estamos no nível que as jogadoras querem. Queremos quem queira agarrar o projeto, a ideia e ir com o clube numa caminhada sólida e muito trabalhosa».
«Por agora é celebrar, mas estando neste clube toda a gente sabe qual é o objetivo: é vencer. Vencer jogo a jogo, vencer títulos, campeonatos. A subida de divisão é o que queremos no próximo ano e é a isso que nos vamos agarrar».