O FC Porto já reagiu ao adiamento do encontro contra o Arouca da sétima jornada da Primeira Liga. Dragões revoltados com a decisão da Liga Portugal.
O FC Porto criticou a decisão da Liga Portugal de reagendar o Arouca x FC Porto para o dia 29 de setembro às 20h. Dragões criticam a decisão de não ter sido aceite a data proposta pelos dragões, o dia 30 de outubro.
A troca do horário permitiu resolver um problema causado pela Feira das Colheitas, que se realiza nesse fim-de-semana no município arouquense. Os dragões acusam os envolvidos: «nem a Liga Portugal, o FC Arouca, a CM Arouca ou as autoridades de prevenção e segurança foram capazes de prever atempadamente – antes do sorteio da Liga Portugal realizado no passado dia 4 de julho – a impossibilidade de o FC Arouca realizar jogos na condição de visitado no fim de semana das festas da cidade».
Os azuis e brancos dão conta de que «a Liga Portugal indicou as 20h00 como hora de início da partida – um horário que não se encontra previsto nos regulamentos» e criticam a falta de respeito para com o percurso europeu do clube.
Recorde-se que, no espaço de menos de uma semana o FC Porto terá as deslocações a Arouca (29/09) e as receções ao Estrela Vermelha (02/10) e ao Benfica (05/10).
Eis o comunicado do FC Porto na íntegra:
«1. Na época 2025/26, o FC Arouca participa pela nona vez no principal escalão. A Feira das Colheitas de Arouca decorre anualmente naquele município em setembro. Apesar de estes dois factos serem constantes e recorrentes no tempo, nem a Liga Portugal, o FC Arouca, a CM Arouca ou as autoridades de prevenção e segurança foram capazes de prever atempadamente – antes do sorteio da Liga Portugal realizado no passado dia 4 de julho – a impossibilidade de o FC Arouca realizar jogos na condição de visitado no fim de semana das festas da cidade.
2. O atual calendário competitivo dos clubes que participam nas competições europeias faz com que a gestão dos tempos de recuperação entre jogos tenha uma importância crucial no desempenho das equipas e, mais importante, na gestão da condição física dos atletas. O jogo da 7.ª jornada da Liga Portugal foi calendarizado entre dois compromissos internacionais do FC Porto e na jornada que antecede o clássico entre o FC Porto e o SL Benfica.
3. Na sequência de um despacho assinado por Margarida Belém, presidente da CM Arouca, a Liga Portugal anunciou não estarem reunidas as condições de segurança para a realização do jogo originalmente agendado para o dia 28 de setembro às 20h30, motivo pelo qual o mesmo teria de ser adiado por razões de força maior. A ausência de planeamento na definição do calendário desportivo e a incapacidade de a Liga Portugal encontrar uma solução para este episódio são demonstrativas de uma impreparação inaceitável com prejuízo para os clubes profissionais e para o coeficiente de Portugal no ranking da UEFA, num período decisivo para o futuro do futebol português e em que a tão ambicionada ultrapassagem aos Países Baixos começa a parecer menos provável do que a perda de um lugar para a Bélgica.
4. Desde o primeiro momento, o FC Porto informou a Liga Portugal de que não estaria disponível para colaborar no reagendamento do jogo para o dia seguinte – segunda-feira, 29 de setembro -, dado que tal alteração forçaria o FC Porto a disputar três jogos na mesma semana – curiosamente semana de clássico – e resultaria na redução do tempo de descanso para o encontro frente ao Estrela Vermelha, três dias depois. Em alternativa, o FC Porto sugeriu o dia 30 de outubro, data dentro das seis semanas previstas no n.º 2 do art.º 42º do Regulamento de Competições para o reagendamento do jogo, a única semana livre disponível e que não afetaria diretamente a participação do Clube na Liga Europa.
5. O FC Arouca nunca se mostrou disponível para aceitar a data alternativa proposta e a Liga Portugal decidiu, unilateralmente, reagendar a partida para segunda-feira, dia 29 de setembro, em desrespeito pelo estabelecido na alínea b) do n.º1 do art.º 46º do Regulamento de Competições que define, sem margem para dúvidas, que o agendamento nas 30 horas seguintes à data inicial estabelecida não se aplica nas situações em que “um dos clubes em causa tiver de realizar um jogo oficial das competições da UEFA na semana seguinte, caso em que o jogo se realizará, ou completará, em data a estabelecer por acordo entre os clubes ou na falta de acordo, a Liga Portugal decidirá a data e hora do jogo”. Para garantir a qualquer custo o agendamento do encontro nesta data, a Liga Portugal indicou as 20h00 como hora de início da partida – um horário que não se encontra previsto nos regulamentos.
6. No passado dia 10 de setembro, o presidente da Liga Portugal, Reinaldo Teixeira, anunciou pomposamente o projeto Meta 2028, que visa apresentar “um conjunto de medidas que promovam a subida ao sexto lugar do ranking da UEFA”. Sete dias depois, Reinaldo Teixeira e a respetiva Direção Executiva tomaram a decisão política de retirar um dia de descanso ao FC Porto antes de um jogo europeu. Apesar de só Reinaldo Teixeira poder esclarecer quais as motivações que o levaram a tomar esta decisão, talvez as preocupações expostas pelo FC Porto no período eleitoral da Liga ajudem a entender esta tomada de posição.
7. Depois de mais um triste episódio que envergonha o futebol português, aguardaremos pelos próximos artigos de opinião dos diretores executivos da Liga para voltarmos a mergulhar no mundo imaginário de uma Liga diferenciada, profissional, internacional e vendável.
8. Todas estas manobras e interesses de bastidores não desviarão o FC Porto e a sua equipa de futebol do caminho traçado».