Emerson Royal falou do momento vivido no AC Milan. Lateral contestou exigência e negatividade nas críticas e avaliações.
Emerson Royal concedeu uma entrevista à Gazzetta dello Sport. O lateral do Flamengo recordou tempos em Itália e contestou a forma como era julgado pela imprensa e opinião pública.
«Cheguei a Itália com uma sensação estranha desde o início. Desde o primeiro momento, sempre que eu dizia ou fazia alguma coisa, falava-se mais de mim do que do Cristiano Ronaldo, mas de forma negativa. Sentia que tinha de fazer sempre o dobro para ser aceite, e mesmo assim não o era. Sou uma pessoa que não se deixa abalar facilmente, porque conheço o meu valor. Mas não é agradável chegar e sentir aquela onda de ódio sem sequer ter entrado em campo ou jogado um único minuto. Tenho família e amigos, e são eles que mais sofrem. Não foi, de todo, uma situação agradável. Ninguém quer ouvir certas coisas enquanto tenta fazer o seu trabalho da melhor forma possível», começou Emeson Royal, que deixou elogios ao AC Milan.
«Sempre senti a confiança do clube e dos meus colegas, e, de facto, conquistei um lugar a titular no Milan. O problema era outro: em Itália, a imprensa tem um peso enorme, algo que desconhecia por completo. O que se diz cá fora tem muita força e influencia as opiniões à partida», destacou Emerson Royal.
O lateral, treinado por Paulo Fonseca e Sérgio Conceição, destacou qualidade dos treinadores portugueses. Emerson Royal explicou ainda saída para o Flamengo.
«Não notei qualquer diferença do Paulo Fonseca para o Sérgio Conceição. Com o Fonseca jogava, com o Conceição também. A lesão parou-me e, quando voltei, faltavam dois jogos para o fim. Falava muito com o Sérgio: ele dizia-me que eu seria importante e titular no seu Milan. E, enquanto estive disponível, foi assim», prosseguiu, antes de explicar o porquê da saída do Milan, no verão de 2025.
«A decisão partiu de mim, foi um pedido meu. Falei com a minha família, com o meu agente, e a ideia de sair já se tinha tornado uma prioridade. Não conseguiria continuar com aquela sensação. Sinceramente não tenho saudades de Itália. É um país lindíssimo, o AC Milan é um clube de topo, mas nunca terei essa nostalgia, porque não há motivo para sentir saudades. Sinto falta de Espanha, onde fui muito feliz no Betis e também de Inglaterra. De Itália, não», concluiu.

