O Sporting vai enfrentar este domingo o Gil Vicente para a jornada 15 da Primeira Liga. João Pereira já falou aos jornalistas.
João Pereira já fez a antevisão ao Gil Vicente x Sporting para a jornada 15 da Primeira Liga, um encontro que vai realizar-se este domingo pelas 20h30 em Barcelos. O técnico dos leões começou por dizer o seguinte:
«O Gil Vicente é uma equipa com uma ideia bem clara de jogo, bem trabalhada. É muito forte na construção, utiliza muito o guarda-redes, o seu número 6, jogadores que conseguem jogar entre-linhas, dois alas bastante rápidos e é uma equipa bem trabalhada. Vem no seu melhor momento no campeonato. Vai jogar em casa e vai estar motivado. Vai ser um jogo difícil e vamos entrar para ganhar».
«Cansaço? É tudo mais fácil quando se ganha. Não há muito tempo para treinar, é mais recuperar jogadores, falar-lhes da alimentação, descanso, banhos, massagens, do “treino invisível” como costumamos falar no futebol. É a parte mais importante para estarem fresquinhos para amanhã».
João Pereira reconhece que a equipa não joga como jogava, mas afirma que isto é um processo e retira o positivo:
«Não gosto de sofrer tanto. Depois prefiro ganhar a jogar bom futebol, mas neste momento o importante era ganhar. Vínhamos de 4 derrotas consecutivas e agora vamos com duas vitórias seguidas. Ainda há um longo trabalho pela frente, todos conseguem ver que a equipa não joga da forma como jogava, não tem ainda tanta avalanche ofensiva, mas é um processo. Conseguimos duas vitórias sofridas, mas são duas vitórias e há coisas positivas a retirar. Os jogadores querem muito. Houve jogos que perdemos, mas que fomos superiores, não praticando um futebol excelente, mas acho que fomos sempre superiores».
João Pereira reagiu a declarações de Frederico Varandas, presidente do Sporting, a dizer que deu um “presente envenenado” ao atual técnico dos leões:
«Temos de ver o contexto. O presente envenenado é muito… Toda a gente sabe. Se entrasse e o Sporting continuasse a ganhar e a jogar bem, o que é que o João Pereira tinha feito? Nada, era jogar e pronto. O mérito não era do João, era dos jogadores e do treinador que cá estava. O João entrou, começaram a perder e a culpa é de quem? Do João Pereira. É muito por aí que o presidente referiu isso. Agora, era impossível dizer ‘não’ a treinar o Sporting».
João Pereira fala sobre como lida com a pressão:
«Não é fácil, mas tenho um apoio muito forte em casa, dá para me distrair quando chego. Depois, a partir do momento em que os miúdos vão para a cama, quem sofre é a minha mulher, a minha cabeça é futebol, futebol… Mas ela percebe que o foco é outro».
«Estou mais liberto porque isto é uma evolução, uma pessoa vai aprendendo, o departamento de comunicação do Sporting ajuda-me a melhorar dia após dia. É mais fácil estar aqui a falar depois de ganhar do que perder. Sempre tentei passar as minhas ideias, há coisas que temos de treinar, não tinha muita prática, mas tenho um trabalhar arduamente, é algo que também tenho de evoluir», disse também.
João Pereira falou sobre a gestão do plantel com as lesões e o calendário:
«Temos muitos jogadores lesionados, temos mais dois castigados, o que não ajuda. Mas é o jogo de domingo, é este que temos de ganhar para passarmos um Natal mais descansados. Depois vão ser 3 dias para estarmos com a família e tentar recuperar para os próximos jogos. Cansaço? Os jogadores de futebol são assim, há os que querem jogar sempre, mas o cansaço depois afeta o rendimento e aumenta o risco de lesão de fazer tantos jogos seguidos. Mas no pouco tempo que temos para treinar aproveitamos para recuperar».
João Pereira foi questionado sobre se o dérbi com o Benfica está na cabeça dos jogadores:
«O jogo com o Benfica ainda está longe, estão focados neste. No futebol, não adianta pensarmos mais à frente sem concretizarmos o que vai acontecer agora».
João Pereira foi questionado por Marcus Edwards e o porquê de não ter sido opção:
«É uma questão tática. O Trincão passou por uma fase difícil, agora passa por uma fase boa. O treinador tem de ser inteligente e aproveitar essa fase. É um dos jogadores que aguenta mais volume de jogo, mas quando eu perceber que ele não está bem… essa questão do “morto” [palavras de Frederico Varandas] é mais a entender que são muitos jogos seguidos, muitos minutos. A pressão psicológica também aumenta o cansaço. Foi bom ganharmos porque ajuda a recuperar».
João Pereira falou sobre a aposta de Quenda à esquerda:
«Muita gente aqui sabe que estive um ano com o Quenda nos sub-23 ele nunca foi um ala, um lateral, foi sempre um extremo, com qualidade e definição no último passe. Ele sempre gostou mais de jogar na frente, as responsabilidades defensivas não são tantas. É muito forte no último passe, comigo jogava no lugar no Trincão, mas tem tido rendimento e é uma opção válida para jogar aí».
Frederico Varandas abordou também o impacto emocional da saída de Ruben Amorim e João Pereira reagiu às suas palavras:
«O presidente constatou factos. Os jogadores lesionados, a questão da arbitragem – o árbitro foi para a jarra -, depois os jogadores vinha de quatro anos e meio com o mesmo treinador. Havia jogadores que tinham uma relação com esse treinador, que foram contratações do mister Ruben, é normal. Não é normal um treinador sair a meio da época por sucesso desportivo. Mas ainda bem, é sinal que o Sporting está bem. Eu não uso desculpas, estou aqui para encontrar soluções. Não são desculpas, são factos, acho que a confiança em mim mantém-se. A maior prova de confiança foi ele escolher-me para este lugar».
Ao receber o prémio de Futebolista do Ano do Sporting nos Prémios Stromp, Viktor Gyokeres disse que Quenda lhe podia passar mais vezes à bola (algo que criou gargalhadas na planteia).
«Foi na fase mais difícil por que passámos. Temos um grupo muito unido, que se entreajuda. A forma como recebem os jogadores mais jovens… o João Simões, por exemplo, tem o rendimento que tem pela forma como é recebido pelos jogadores mais velhos. Isso mostra que a ligação que têm uns com os outros é boa», disse João Pereira.
«Quereremos passar o Natal em primeiro lugar. Nunca vi nenhum campeonato resolvido em dezembro e o mais importante é o jogo em Barcelos, é nisso que estamos focados. Não vai haver qualquer recuperação para o jogo em Barcelos; para o Benfica logo se vê», conclui a conferência de imprensa.