Luís Filipe Vieira concedeu uma entrevista ao Canal NOW. Candidato à presidência do Benfica falou sobre as Assembleias-Gerais.
Luís Filipe Vieira, candidato à presidência do Benfica, deu uma entrevista ao NOW. Um dia depois das Assembleias-Gerais, o ex-presidente das águias falou sobre os acontecimentos no Pavilhão da Luz e apontou o dedo às candidaturas de João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas:
«Já tinha experiência disso, aquela pequena maioria, que tem origem no Servir Benfica, está na génese das candidaturas de João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas. Foi um autêntico ataque terrorista aquilo que se passou ontem. As pessoas querem dominar o Benfica pelas AG’s. Estas Assembleias têm sido manobradas. Incentivaram um determinado candidato que, quando eu fosse falar, abandonassem a sala. Os radicais estão de um lado e outro. Querem passar para fora que uma minoria controla e são a opinião dos sócios, são uma minoria ruidosa que não conta. O voto eletrónico faz-me confusão. O Benfica fala em querer mais sócios (a votar) e depois não lhes dão opinião. O mais importante nas decisões do Benfica é a participação dos sócios do Benfica. Queremos caminhar para mais sócios e temos um projeto para chegarmos aos 800 mil sócios».
Luís Filipe Vieira foi questionado sobre se levou seguranças para as Assembleias-Gerais do Benfica e voltou a atacar João Noronha Lopes.
«Nunca tive seguranças na minha vida, mesmo quando estava no Benfica. As pessoas sabem. Para as pessoas estarem ali dentro têm de ser sócios do Benfica. Dizem que andavam atrás de mim, eu não ando para a frente a olhar para trás. Quem abriu porta para haver insegurança ali dentro foram essas duas candidaturas. João Noronha Lopes faz papel de cordeiro há muito tempo».
Luís Filipe Vieira falou sobre a atuação do presidente da mesa da Assembleia Geral e prosseguiu:
«O presidente da MAG dirigiu muito bem a AG. O barulho que havia naquela AG assustava mesmo, parecia uma ataque terrorista. Eu percebo que eles achavam que eu não me ia candidatar e que iam ter um passeio. Os benfiquistas têm de perceber que há um ato ao poder no Benfica. Foi confirmado também por dois candidatos (Martim Mayer e Cristóvão Carvalho). Lembro-me perfeitamente que quando concorri pela primeira vez contra Noronha Lopes que apareceu um Matamouros qualquer. A grande maioria dos que estavam ali eram pessoas das duas candidaturas. Há hoje um assalto ao poder. Há mesmo. E é organizado».
Luís Filipe Vieira recorda ataque à Academia do Sporting:
«Temos de ter bem presente o que aconteceu aqui ao lado. O que se passou seriamente foi com o Sporting, no assalto à Academia. Começa-se a preparar… O mais grave são estes mentores que correm contra treinadores quando as coisas não correm bem, que destroem os jogadores. Depois as pessoas vão por arrasto. Eles estão super bem organizados. Bruno Lage? Ajudaram à festa também».
Luís Filipe Vieira não esteve presente na segunda Assembleia Geral, depois do que aconteceu na primeira:
«Não fazia sentido estar lá. Desvalorizar? Não me compete a mim. Era o Dr. João Pinheiro que estava com isso desde o princípio. Foi sempre ele que falou com o Presidente da MAG. Não tinha que lá estar. Não era porque estava intimidado. Foi um caso gravíssimo. Recordo-me que isto se passou apenas no Vale e Azevedo. Mas sem dúvida nenhuma que esta gente não é para fiar. Estes senhores não reúnem condições nenhumas para serem presidentes do Benfica. Disseram que fui eu que fui desestabilizar a AG… eu estive calado sempre».
Luís Filipe volta a visar “Servir o Benfica”:
«Daquilo que eu sei, estão mesmo juntas [as duas candidaturas]. O movimento Servir o Benfica já surgiu no meu tempo. Eles chumbam tudo. Temos de perceber porque foram juntar pessoas que são extremistas».
Luís Filipe Vieira garantiu que não sentiu medo e fez revelação:
«Não, nunca senti esse medo. Se eu reagisse de outra forma talvez pudesse ter. No decorrer da AG disse-lhes que a culpa era deles os dois [Noronha Lopes e João Diogo Manteigas]. O João Diogo Manteigas é que foi o principal mentor. É isto que se diz um grande democrata. Diziam que eu não era democrata. A Benfica TV devia dar em direto a próxima AG para mostrar em direto aquilo que aqueles energúmenos vão para ali dizer».
«Aqueles sócios deviam ser expulsos? Isso não me compete a mim, compete ao presidente da MAG. Os benfiquistas podem e devem confiar nele. Presenciou um sócio a ser agredido. Emoção à flor da pele? Não é nada. Por acaso acho que não. Isso não foi organizado. Foram ofensas graciosas e gratuitas. Ainda ontem ouvi essa mesma pessoa a fazer insultos a Rui Costa. Que foi organizado, foi. Além de eu pensar que não têm reunidas as condições para serem presidentes do Benfica. A atitude que tomaram ontem é um ataque de terrorismo ao Benfica, à democracia do Benfica e até à vertente desportiva do Benfica», disse ainda.
Luís Filipe Vieira disse que João Diogo Manteigas quer imitar Bruno de Carvalho:
«Um quer imitar o Bruno de Carvalho. Quem? O Manteigas, mas é muito pequenino para o Bruno de Carvalho. Os benfiquistas também têm culpa porque têm de se mobilizar e estar nas AGs. Os novos estatutos vão tornar o Benfica ingovernável. Foi aprovado por uma minoria, cerca de 8 mil. Vou dar-lhe um exemplo. Qualquer relatório e contas do Benfica vai para ser aprovado, como ontem foi chumbado, passado 30 dias é votado novamente e se for chumbado a direção cai. Quem permitiu estes estatutos? Manteigas esteve muito interventivo no voto eletrónico. Benfica não pode estar nas mãos destes mentores. Eles querem fazer um ataque ao poder do Benfica».
Luís Filipe Vieira continuou a visar João Diogo Manteigas:
«O Benfica não tem claques. João Diogo Manteigas controla os adeptos benfiquistas mais radicais. Não têm interesses nenhuns, querem destruição completa. Podem ser alvos de processo? Quem dirigiu a AG foi o Dr. Pereira da Costa e dirigiu bem. Se achar que devem haver processos disciplinares… Eu acho que estamos todos a tempo de repensar um pouco. A ansiedade de chegar ao poder é terrível», prosseguiu, visando João Diogo Manteigas».
Luís Filipe Vieira falou sobre momento entre Rui Costa e Noronha Lopes:
«Já não estava lá. Por uma questão de educação, cumprimentei toda a direção do Benfica. Não ia ter com eles. É um problema deles. Não me interessa o que estariam a falar. Não me preocupo com isso. É para os benfiquistas».
Luís Filipe Vieira não acredita nas últimas sondagens:
«São controladas pelas duas listas [Noronha Lopes e João Diogo Manteigas]. Nenhum benfiquista acredita nisso. Eles conseguem mobilizar grupos de benfiquistas. É tudo fabricado. Vou ser mais explícito. Em 2020, quem fez estas sondagens eu tinha 30% e depois quem ganhou? Acho que foi a Intercampus, não me recordo. A única coisa que eu sei é que há grupos que vão logo todos mobilizados para votar. Isso não me diz nada. Não acredito nessas sondagens. Isso é para manipular a realidade, mas a realidade não é essa. Eu também tenho números. A melhor sondagem que eu tenho são os benfiquistas. Eu sei para onde ando e para onde vou».
Luís Filipe Vieira quer ganhar à primeira volta e não pensa na segunda:
«Passar à segunda volta? Eu digo-lhe mais. Eu peço aos benfiquistas para votarem massivamente para ganharmos à primeira volta. Não há mais tempo a perder. No Benfica não há impossíveis. Se ganhei sempre com maioria absoluta. As eleições não eram manipuladas e manobradas como estas. Disse à minha mulher que ia porque acho que o Benfica precisa de mim, se não for eu também vou para casa. O que eu disse são factos. Ninguém pode desmentir o que eu disse [na entrevista à TVI/CNN]. O Rui Costa é agora candidato. Não quero falar de Rui Costa».
Luís Filipe Vieira reforça que sondagens são «fabricadas» e disse que não vai apoiar ninguém se falhar a segunda volta:
«Sondagens? São fabricadas. Daqui para a frente vai ser sempre assim [com apelos diretos para os adeptos]. Se não passar à segunda volta, volto para casa. Não vou interferir. Não vou apoiar ninguém. Vou para casa e voltar a fazer a minha vida. Deixo de me preocupar sobre isto. Daqui a dois anos voltam a telefonar-me a dizer que eu tinha razão. Nem o Noronha Lopes tem capacidade para liderar o Benfica. Vender produto feito toda a gente sabe fazer isso? Até eu punha o meu filho lá, nisso. Nunca teve um desafio igual ao Benfica. Eu conheci o Noronha Lopes no Benfica. Noronha Lopes não foi verdadeiro na entrevista que lhe deu [no NOW]».
«Noronha Lopes era um dos mentores que dizia, à boca cheia, que o Estádio ia falir o Benfica. Eles e outros chumbaram sempre. A Direção do Benfica chumbou o Estádio da Luz, depois foi um sr. chamado Luís Filipe Vieira e Mário Dias que foram numa segunda-feira falar com o Dr. Mário Soares. Depois trouxemos o Dr. Manuel Vilarinho, a dizer que ia fazer o estádio. Não venham contar histórias e lá, na primeira fila, estão muitos benfiquistas que diziam que aquilo ia falir o Benfica. A ata da aprovação do Estádio da Luz está toda rasurada», prosseguiu.
Luís Filipe Vieira aponta contratação de José Mourinho como um “ato eleitoral”:
«Mourinho? Tenho a minha opinião. [Rui Costa] Foi para a parte eleitoral. Está no direito dele de fazer isso. O Bruno Lage, na minha ótica, já, mais para trás, tinha o destino traçado. Ouvi num canal, que não é o vosso, um determinado comentador a dizer para o Bruno Lage ir embora. Mourinho? Foi um ato de muito boa gestão e um ato eleitoral. Se não tivéssemos em eleições, nunca contrataria Mourinho. Então por que não contratou antes? Também estava livre. Quando o Schmidt saiu também estava livre. Por que não contratou? É uma boa gestão? É. Agora os resultados é que vão ditar tudo. Mourinho não me ligou nem tinha de ligar».
Luís Filipe Vieira garante ser reconhecido positivamente pelo seu trabalho no Benfica e aponta incidentes na Assembleia-Geral devido a uma «minoria»:
«Já disse que aquilo é uma minoria, são pessoas que nunca fizeram nada pelo Benfica até hoje. Já vi o Benfica-Sporting e fui super bem recebido. Até fui para um camarote e juntaram-se todos para me cumprimentar. Acham que as pessoas não reconhecem o trabalho que eu fiz? Quem esteve estabilidade no Benfica? Nunca fui julgado pelos resultados desportivos no Benfica».
Luís Filipe Vieira olhou para lista de Noronha Lopes e falou bem de Nuno Gomes:
«Noronha Lopes diz que se tem de cortar com o passado, mas curiosamente o passado do Benfica são títulos, boas contas… Ele fala de Vieirismo, mas quantas pessoas tem ele de Vieirismo? Ele tem-nas lá também. Não quero falar deles porque são meus amigos também. Nuno Gomes foi um grande jogador e há coisas que não posso falar publicamente, mas teve um grande gesto para com o Benfica».
Luís Filipe Vieira acredita que vai estar entre o primeiro e o segundo lugar nas eleições:
«Escreva o que lhe vou dizer: entre o primeiro e o segundo lugar eu estarei lá. Eu sei para onde vou. Eu não levo pessoas atrás de mim. Há quem leve pessoas numa camioneta. Esses dois candidatos. Eu não levo ninguém. Se a Casa do Benfica encher, encheu, se não encher, não encheu. Agora vou a Barcelos, é verdade que levo pessoas comigo, mas aquilo já está esgotado».
«Não lhe posso dizer [se estará entre os 20-30%]. Vai ter uma surpresa. Vai ser a maioria silenciosa que vai ganhar as eleições. Esses estão gratos por quem levou o Benfica à grandeza, quem trouxe a BTV, quem deu resultados. Eles sabem quem trabalhou para o Benfica. Se não ganhar, deixo-lhe uma carta escrita e vai dizer ‘afinal, o homem tinha razão», completou.
Luís Filipe Vieira comentou o salário de José Mourinho:
«Para o número que se diz que o Mourinho ganha… eu acredito nos valores que ele está a dizer, não faz sentido estar a mentir aos benfiquistas. O negócio se é bom ou não só no fim é que se sabe. Normalmente, os benfiquistas reagem em termos emocionais. Vamos imaginar que o Benfica ganha ao Chelsea, ao FC Porto e ao Newcastle. O Rui Costa ganha as eleições. Tenho essa convicção. Os benfiquistas reagem assim. Se for para a parte racional, ele não pode ganhar as eleições porque vai afundar o Benfica, mas é algo que os sócios têm de decidir, não sou eu».
Luís Filipe Vieira falou sobre o recente comunicado do Benfica sobre as arbitragens:
«Quem fez esse comunicado? O Benfica não tem de fazer comunicados. O presidente é que tem de falar. O presidente do Benfica não pode estar calado. Ele, ainda por cima, tem o dom da palavra, tem de falar para os benfiquistas. Então que continue assim que vai ganhar muitos jogos. Tem de aparecer publicamente. Ontem não podia porque estava na AG, mas aparecia hoje a denunciar esta brincadeira toda».
Luís Filipe Vieira reage a declarações de Rui Costa em entrevista:
«Tudo o que eu disse são factos que podem ser provados. Não ando a lavar roupa suja. Caráter tem a ver com algo que se passou quando eu saí. Mais nada. Não disse nenhuma mentira. Disse factos e até hoje Rui Costa não desmentiu nenhum. Dei 21 anos àquela casa para colocar o Benfica cá em cima. Ele devia estar agradecido porque sabe que eu muitas vezes o protegi. Do que protegi? Não interessa. Situações que aconteceram no Benfica. Atos ilícitos de Rui Costa? Atenção, nunca pus em causa a honestidade do Rui Costa. Falam que eu sou ressabiado, mas eu sei como funcionava. Assumi sempre os meus compromissos frente a frente com toda a gente. Nunca tentei proteger a minha imagem, nunca quis esconder-me de ninguém. Era o primeiro a proteger o Benfica em todo o lado. O Benfica era perseguido, sacaneado… tal como agora está a ser. Enquanto discutíamos na AG, mais um golo fora de jogo no Estoril-Sporting, mais um penálti perdoado. De onde é que isto vem?».
Luís Filipe Vieira abordou palavras de Rui Costa sobre a justiça:
«Até agora ganhámos todos os processos que o Benfica teve e que eu tive. Não é o Sr. Rui Costa que me vai julgar, nem ninguém. Eu sei o que fiz e confio na justiça. Não corro, não fujo e a justiça tem o seu tempo para me julgar. Há-de chegar o dia em que vão julgar-me e quando me julgarem os benfiquistas vão ter a resposta e se calhar vão perceber o quê que me sucedeu. É que hoje se calhar o Rui Costa não vítima de tantas denúncias anónimas como eu fui. Já nem sei se vinham de dentro ou de fora. Se é tão afirmativo sobre estas afirmações, ele devia dizer publicamente às pessoas se alguma vez me viu a fazer algo de ilícito. Não devia mandar para o ar. É um slogan eleitoral».
