Nuno Silva foi o mais recente entrevistado pelo Bola na Rede. O treinador falou da época 2023/24 no Rio Ave como a melhor da carreira.
Nuno Silva foi adjunto de Luís Freire durante 14 anos e o mais recente treinador a ser entrevistado pelo Bola na Rede. O treinador abordou a dificuldade em trabalhar num Rio Ave com transfer bans e proibições de contratar.
«Existe uma vantagem, que é termos um grupo fechado e connosco há vários anos. Conseguiam entender o que queríamos muito mais cedo porque já havia uma habituação. Isso era mais fácil, mas do ponto de vista do treinador exige uma resiliência brutal. Sabíamos que a exigência tinha de ser máxima, mas que não podíamos perder ninguém no processo. Se não podíamos ir buscar ninguém, também não podíamos perder ninguém. O nosso melhor trabalho foi há duas épocas [2023/24]. Já vínhamos de uma época completa de transfer bans e só podíamos contratar no inverno. Tínhamos perdido uma série de jogadores no verão e tínhamos de tentar aguentar toda a gente até janeiro para atacar o mercado e reforçar o plantel. Contra o FC Porto, estivemos a vencer por 1-0 e sofremos aos 92 e aos 95, contra o Braga estávamos a vencer 1-0 e sofremos aos 92 e 96 porque faltava profundidade no plantel. Lançámos miúdos dos sub-23 e fizemos um esforço muito grande para dar resposta a todos os problemas. Sabíamos que uma lesão num jogador importante criava problemas. O Guga esteve lesionado um mês e meio e foi uma altura sensível para nós porque era um dos jogadores mais importantes. O Boateng esteve lesionado e só tínhamos o Leo Ruiz para ponta de lança. Foi um período conturbado. Esse trabalho foi feito até janeiro e, na segunda volta, independentemente de termos tido muitos empates, só perdemos um jogo, tirámos pontos a todos os grandes e garantimos a manutenção a três jornadas do fim. No início do ano todos davam o Rio Ave como uma equipa certa para descer. Este trabalho foi o melhor que fizemos e ganhámos duas vezes a Segunda Liga, o Campeonato de Portugal e uma série de divisões distritais. Em 14 anos, foi o melhor trabalho que fizemos. Tivemos a resiliência mental para aguentar as derrotas, demos sempre resposta, nunca baixámos os braços e fizemos uma segunda volta assinalável. Só perdemos um jogo em Famalicão, no qual falhámos um penálti aos 90 minutos, e a qualidade de jogo foi crescendo. Não foi um processo fácil, mas tivemos de introduzir 10 reforços com o campeonato a andar e chegados em dias diferentes».
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