– A exibição de Gala diante do Real Madrid e a experiência otomana –
“No final, o Raúl chorava, o Roberto Carlos, o Figo, o Casillas…”
BnR: Seguiu-se o Galatasaray e a loucura que é o ambiente do futebol turco. Descreve-nos a experiência de jogar um clássico naquele país.
MJ: A torcida passa-nos uma atmosfera que ficamos com sangue nos olhos. É diferenciado: coloco ao nível de um Grémio x Internacional ou de um Benfica x Porto. Mas a Turquia ganha!
BnR: Como se o cartão-de-visita que trazias do FC Porto não fosse suficiente, estreias-te com um poker pelos Leões de Istambul. Como foi a tua vida na Turquia a partir desse momento?
MJ: Até hoje não consigo andar na rua. Quando piso Istambul e vou ao Grande Bazar não tem explicação. O que levo de presentes… Eles chamam-me de “Mário, Mário, Super Mário!”. Não conseguimos ganhar o campeonato e fiquei a um golo do artilheiro [Okan Yilmaz], mas vencemos a Supertaça Europeia.
BnR: Acredito que os dois golos frente ao campeão europeu Real Madrid nesse jogo também tenham contribuído para o avolumar da lenda Jardel que se estava a criar juntos dos adeptos do Gala…
MJ: Claro! Penso que depois da Taça Uefa, a Supertaça Europeia foi o maior título do Galatasaray. Foi algo grandioso. Estou sempre a publicar esses golos no meu Instagram… É um jogo que vejo como se fosse hoje! No final, o Raúl chorava, o Roberto Carlos, o Figo, o Casillas… Todos no chão sem conseguir acreditar que tinham perdido.
BnR: Terminas a temporada com 33 golos apontados em 41 jogos – um bom registo para época de estreia -, mas não te sentes completamente adaptado e voltas ao futebol português. É o Sporting que assegura a tua contratação numa disputa a dois com o Benfica…
MJ: Tinha quatro anos de contrato milionário na Turquia. Recebi a proposta do Manuel Vilarinho [ex-Presidente do Benfica] e fui enganado. Infelizmente, se pudesse voltar atrás em muitas coisas, eu voltava. As coisas começaram a acontecer, recebi a ligação do Vilarinho, fui a Portugal e assinei contrato com o Benfica, mas o Presidente não cumpriu. São coisas do passado e quem perdeu foram eles, porque quem tinha Jardel, tinha golos.