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A Estrela que começa de novo a brilhar

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Como diz Pep Guardiola, “a derrota faz parte da competição” e um clube acabado de renascer não é exceção a este lema. O CF Estrela da Amadora, agora batizado como o Clube Desportivo Estrela vai regressar oficialmente ao futebol mais de oito anos depois. Mas antes de enfrentar o Operário para a primeira jornada da I Divisão do Campeonato Distrital da Associação Futebol de Lisboa, o tão ansiado regresso aconteceu no jogo de apresentação do Atlético Clube Cacém. A equipa da casa venceu por 4-1, o Estrela perdeu, mas isso pouco importa, por enquanto.

Estacionar perto do Complexo Desportivo Joaquim Vieira não foi difícil, mas provavelmente não se viu este local com tantos veículos ali guardados. Até porque ali ao lado há um cemitério, mais à frente um hipermercado e – para agrado de todos – já dentro das imediações do AC Cacém, um Rui dos Pregos, estabelecimento que patrocina as camisolas deste emblema. Logo à entrada das instalações, dezenas de pessoas curiosas para ver o Estrela, claro. A entrada era gratuita e não havia desculpas para quem sentia saudades do conjunto da Reboleira. A equipa da casa sabia bem que isto ia dar uma enchente pouco habitual e, de forma simpática, agradecia cada moeda que fosse colocada numa tacinha à entrada do campo.

A estreia do novo Estrela aconteceu no jogo de apresentação do AC Cacém, equipa que vai disputar a Divisão de Honra da AFL
Fonte: Bola na Rede

Pessoas de todas as idades estavam equipadas a rigor com uma combinação de cores que já não se via à 3053 dias. O verde, branco e vermelho do Estrela fazia-se ver novamente, bem como o antigo escudo do clube em várias camisolas, bonés, cachecóis e na tarja da claque Magia Tricolor que já parecia estar guardada há uns bons anos. Eram eles que iam encorajando o público. As equipas entravam em campo e ouviu-se uma parte do hino do Estrela cantado por uma senhora, que se ouviu também no apito final. Não era fácil de decorar, mas ficou no ouvido, especialmente nesta altura em que o clube procura reerguer. Recorremos ao YouTube: “De jornada em jornada / Na derrota ou goleada / O Estrela bem alto sabemos aplaudir / Para que possas ouvir e dê sempre mais um salto”. Também não faltou o bem entoado durante segundos a fio “Estreeeeeeeeelaaaaaa” e o “Eu sou do Estrela com muito orgulho, com muito amooor!”.

Momentos bons, mas algum silêncio dominou as bancadas neste jogo. Era mais curiosidade e simpatia pelo Estrela que outra coisa. A sério a sério só no final do mês e veremos quem fica ao lado do renascido clube durante o ano. Mas uma coisa de certo deixou muita gente impressionada: a quantidade de produtos do antigo CF Estrela da Amadora que saíram dos confins das gavetas lá de casa dos adeptos para apanhar o ar que veio bem forte no típico vento que se faz pelo concelho de Sintra. Para termos a fotografia dos cachecóis que vemos no topo deste texto, foi impossível não perguntar como ainda guardava, o do símbolo antigo, claro. “Eu acordo todos os dias a olhar para este cachecol lá no quarto”, disse um adepto.

A Magia Tricolor promete acompanhar o Estrela no regresso aos relvados
Fonte: Bola na Rede

No Cacém não parecia haver zonas para a imprensa [N.R.: apesar das mesmas existirem] e as dúvidas davam lugar ao acaso. Viu-se várias pessoas vestidas com as cores do Estrela, mas os jogadores em campo nem tanto. Todos tinham tshirt branca e calção bordeaux, cor característica que vestia por cima o guarda-redes na primeira parte. No segundo tempo, um dos jogadores de campo tinha calções negros e outro dos guardiões foi de colete vermelho para a baliza. As cores do equipamento já são bem conhecidas e o patrocínio da camisola será dos míticos rebuçados Dr. Bayard.

Em campo, cada boa jogada ou boa ação no ataque ou na defesa, o público fazia-se ouvir. “Boa”, “Vai, vai”, diziam. Quando um jogador não tomava a decisão correta, as pessoas também reprovavam e não queriam ver “brincas na areia”. Se algum dos futebolistas gritava em campo com os colegas, a audiência aplaudia e dizia “é bem, é bem. Garra!”. Viu-se futebol (amador) no estado mais puro em vários momentos, tanto em campo como nas bancadas, pouco seguras por sinal, do Cacém, especialmente quando há uma disputa de bola no relvado e há aquele choque de botas (ou até de ossos). “Sssshhhh”, até o público sentia a dor.

No final, os jogadores da equipa da Reboleira agradeceram o apoio dos adeptos, um por um
Fonte: Bola na Rede

O Estrela marcou só um golo, quando já perdia por 3-0. Um dos jogadores foi isolado para a baliza e no um para um com o guarda-redes mandou ao poste. O colega estava por perto e encostou. Golo tremendamente festejado, tal como todas iniciativas atacantes ao longo do jogo.

Para as primeiras impressões e em apenas uma semana de trabalho, os seguidores do renascido Estrela não resistiram em dar a sua veia de treinador de bancada. Gostaram de ver o que fez nas alas do adversário e de só sofrer um golo na segunda parte. Resultado final: derrota por 4-1, mas pouco importa para a força que tem vindo a chegar ao Clube Desportivo Estrela. A alegria e apoio parecem permanecer e os novos jogadores já agradecem. A febre pelo Estrela vai continuar.

Foto de Capa: Francisco Correia/Bola na Rede

Francisco Correia
Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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