📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Óliver Torres: o asterisco na era Conceição

- Advertisement -

De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento; não convém colocar em dúvida a sabedoria popular, certamente, contudo não é necessário seguir o provérbio à letra, Sérgio. Falo não só em meu nome, como também dou voz àquelas que apontam o “Caso Óliver” como o principal asterisco no percurso de Sérgio Conceição enquanto treinador do FC Porto.

É algo que, desde o primeiro segundo, me deixou com a pulga atrás da orelha: uma visão de jogo (muito) acima da média, qualidade no passe, com destaque para as longas distâncias, comprometido com o grupo, enfim, tudo indicava que era um dos jogadores que cairia no gosto do homem. Tal não aconteceu. E, aparentemente, não acontece até hoje.

No início desta época, mais do mesmo. Óliver era, indiscutivelmente, dos jogadores menos aproveitados do plantel; contudo, tudo parecia chegar a um fim quando, após a derrota na Luz, o espanhol começou cada vez mais a merecer a confiança do treinador. Confiança essa que era retribuída com assistências, com passes teleguiados, com muita classe. O seu momento tinha chegado. Era altura de vanglória, no meu caso; no meu e no dos restantes defensores fervorosos do nosso número 10.

Mas, pegando noutro ditado popular, alegria de pobre dura pouco (e considere-se pobre aquele que, assim como eu, via algo a mais no médio espanhol). Desde o jogo do Bessa, Óliver em nenhuma ocasião teve a oportunidade de estar no interior das quatro linhas durante os 90 minutos: desde substituições, quer ao intervalo (ou até antes disso) frente a Portimonense e Santa Clara, quer à hora de jogo, frente ao Boavista, passando também pelo banco, de onde não saiu frente ao Galatasaray, e pela bancada (frente ao Moreirense no último jogo no Dragão). Um verdadeiro déjà vu.

Óliver obteve uma sequência de excelentes exibições, de entre as quais frente ao Marítimo, no Funchal
Fonte: FC Porto

Após este discurso apaixonado, permitam-me que recupere os meus traços imparciais. Sejamos objetivos: a qualidade das exibições de Óliver Torres, ao longo do tempo, haviam se deteriorado. Já não era o mesmo jogador faminto por bola que, a todo custo, queria agarrar com unhas e dentes a oportunidade que o treinador lhe concedeu; pelo contrário, aliás. Não era notória a sua presença em campo, pouca interferência no jogo, menor acerto nos passes, menor lucidez.

E os resultados refletiam esses factos: nas três últimas partidas a contar para a Liga NOS, o FC Porto saiu sempre para o intervalo num cenário de empate. Talvez não haja nada de novo nessa informação e, tendo em conta que uma existem onze jogadores no terreno de jogo, não era intelectualmente honesto “culpar” o espanhol por esses resultados. Contudo, como já referi anteriormente, nessas três ocasiões Óliver foi substituído relativamente cedo no jogo; e o interessante vem agora: após a sua substituição, os dragões conseguiram dar a volta ao resultado em todos esses jogos. Definitivamente, algo que não pode ser ignorado, até porque um raio não cai duas vezes no mesmo sítio.

Conclusão? Bom, apesar de considerar-me suspeito neste assunto, julgo que Óliver consegue ser verdadeiramente uma mais valia, na medida em que as suas características não conseguem ser replicadas por nenhum dos nossos outros homens de meio campo. Entrou bem na equipa, mudou as exibições do FC Porto para melhor; todavia, baixou o seu rendimento e acaba sempre por ser o sacrificado: sacrificado visto que dificilmente outro elemento do meio campo será substituído no seu lugar (Danilo e Herrera acabam por ser intocáveis). Portanto, há que pensar no seguinte: é rentável ter um jogador com o perfil, classe, talento e valor de Óliver no banco?

Foto de Capa: FC Porto

artigo revisto por: Ana Ferreira

José Mário Fernandes
José Mário Fernandeshttp://www.bolanarede.pt
Um jovem com o sonho de jogar futebol profissionalmente. Porém, como até não tinha jeito para a coisa, limita-se a gritar para uma televisão quando o FC Porto joga.                                                                                                                                                 O José escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Richard Ríos atento ao universo Benfica: médio no pavilhão para ver o futsal

Richard Ríos continua atento aos jogos do Benfica. Médio presente no pavilhão para assistir ao Benfica x Braga da Primeira Liga de Futsal.

Rui Borges promoveu 1 estreia na Champions League na derrota do Sporting em casa do Bayern Munique

Ricardo Mangas estreou-se na Champions League na carreira. Estreia do lateral na derrota do Sporting contra o Bayern Munique.

Vincent Kompany e saída de Raphael Guerreiro para o Benfica: «Não presto atenção aos rumores. É uma parte importante da nossa equipa»

Vincent Kompany analisou o duelo entre o Sporting e o Bayern Munique. Jogo marcou a sexta jornada da fase de liga da Champions League.

Matheus Reis iguala Rui Patrício em registo importante pelo Sporting na Champions League

Matheus Reis atingiu os 26 jogos na Champions League, tornando-se o jogador do Sporting com mais presenças na competição, ao lado de Rui Patrício.

PUB

Mais Artigos Populares

Luis Suárez triste com o resultado: «Despistámo-nos nalguns detalhes na bola parada e isso custou-nos o jogo»

Luis Suárez analisou o duelo entre o Sporting e o Bayern Munique. Jogo marcou a sexta jornada da fase de liga da Champions League.

Luis Enrique revela que Nuno Mendes falhou treino do PSG: «Vamos fazer o que fazemos sempre quando há um lesionado»

Luis Enrique já fez a antevisão ao Athletic Club x PSG para a Champions League. Técnico abordou situação de Nuno Mendes.

Rui Borges analisa derrota do Sporting e atira: «Às vezes, queixamo-nos tanto dos nossos árbitros em Portugal e se calhar somos melhores»

Rui Borges analisou o duelo entre o Sporting e o Bayern Munique. Leões perderam por 3-1 na sexta jornada da Champions League.