Uma das atividades mais divertidas de se fazer com amigos antes de uma competição grande de seleções como o Euro é especular sobre possíveis surpresas (equipas, jogadores, treinadores, jogos).
Hoje, com o Campeonato da Europa já concluído, podemos transformar essa especulação de café numa lista.
E é isso mesmo que vamos fazer! Aqui estão as cinco maiores surpresas do Euro 2024, na Alemanha.
5.
Marc Cucurella – O lateral esquerdo espanhol não tem tido os melhores anos em Londres, ao serviço do Chelsea, mas a verdade é que a sua exibição neste Euro 2024 mudou a visão de muita gente sobre ele.
Depois de uma época histórica de Grimaldo em Leverkusen, esperava-se que o ex-Benfica assumisse o lugar de início, mas nunca foi bem assim. Cucurella mereceu a confiança do treinador pelos seus atributos defensivos e polivalência tática e retribuiu com consistência exibicional. Ah, já referi que entrou no melhor “11” da competição?
4.
Roménia 3-0 Ucrânia – Em quarto temos um jogo da primeira jornada do Euro que surpreendeu muita gente. A Ucrânia era apontada como uma possível “underdog”, sendo uma seleção jovem, mas repleta de pequenas estrelas individuais: Lunin, Zabarnyi, Matvienko, Zinchenko, Shaparenko, Tsyngakov, Sudakov, Mudryk e Dovbyk, só no onze inicial.
Já a Roménia, vinha de uma qualificação muito digna, mas não era perspetivada como uma grande ameaça. O jogo de Munique provou o contrário, com uma vitória romena esclarecedora por 3-0 com golos de Marin, Dragus e do capitão, Stanciu. O resultado desnivelado valeu o primeiro posto à Roménia e a “colher de pau” à Ucrânia.
3.
Giorgi Mamardashvili – Na história recente deste torneio, o melhor guarda-redes tinha vindo sempre do vencedor (Donnarumma, Patrício, Casillas), por isso escusado será dizer que pouco se esperava do guardião da única equipa estreante do Euro 2024.
Embora não tenha entrado para o “11” final oficial, Mamardashvili é visto como herói, por ter feito jogos inacreditáveis nos quatro encontros que a Geórgia disputou. Foi parte vital da qualificação para os oitavos de final e os jogos contra a Chéquia e Portugal, que valeram quatro pontos aos georgianos, ficarão na memória.
2.
Murat Yakin – A Suíça nunca é uma equipa muito badalada antes destes torneios, talvez por hábito de presenças ou pela falta de individualidades carismáticas. Mas neste ano, percebeu-se que a Suíça podia ser um caso sério.
Acabou a fase de grupos do Euro 2024 com sete pontos, sofrendo um golo alemão no último minuto, que lhe retirou o primeiro lugar, e eliminou a Itália, de forma convincente. Empatou com a eventual finalista vencida, Inglaterra, nos quartos, sendo eventualmente arrumada no derradeiro desempate das grandes penalidades.
Mas o destaque vai para o treinador, Murat Yakin, que mostrou bravura e inteligência tática, maximizando os seus melhores jogadores enquanto jogavam um estilo de jogo atrativo e progressivo. Bons sinais para o futuro helvético.
1.
Espanha – Na primeira posição tem de estar o vencedor. Não me levem a mal, a Espanha não era nenhuma renegada, mas poucos diriam que teríamos uma seleção tão imbatível e tão fantástica como a que tivemos neste último mês.
Bateu Croácia, Itália, Albânia, Geórgia, Alemanha, França e Inglaterra, numa série de jogos (e de vitórias consecutivas) que ficará para sempre na história do Euro. Luis de la Fuente entrou após o Mundial 2022 e já vai com dois troféus enquanto treinador do escalão sénior espanhol. Estaremos no início de uma era parecido aquela que houve entre 2008 e 2012? Só o tempo o dirá…