La Roja de volta com Fabián Ruiz como protagonista     

    La Furia Roja está de volta. A Espanha ressurge como uma das principais candidatas à vitória final, relembrando a sua geração de ouro. Entre 2008 e 2012, a seleção espanhola tocou no céu tendo conquistado dois campeonatos da Europa e um Mundial.

    Um conjunto de jogadores com um ADN muito próprio e que impressionava pelo seu estilo de jogo de posse e de associação. Em 2012, a Espanha goleia a Itália na derradeira final, tendo atuado com seis centrocampistas e sem avançados. Uma equipa com uma dinâmica coletiva muito forte e com elevados argumentos técnicos que parece estar a renascer com um grupo de jogadores que combina experiência e juventude sob o comando de Luis De La Fuente.

    O técnico de 63 anos preserva a imagem do futebol espanhol. Uma equipa que demonstra coragem tanto no momento ofensivo como defensivo, uma enorme capacidade para ter a bola e uma grande imprevisibilidade, sustentada pelos perfis de Nico Williams, Lamine Yamal e Pedri. Rodri é exímio em tudo o que faz, sendo imprescindível para o treinador espanhol. Outro jogador que vai assumindo o carácter de indispensabilidade é Fabián Ruiz.

    O médio do Paris Saint Germain exibiu-se de forma excecional durante a fase de grupos e vai certamente continuar a desempenhar um papel de tremenda importância no resto da caminhada espanhola. 

    Fabián Ruiz: Elegante e incansável em todas as ações

    O centrocampista natural de Los Palacios y Villafranca não teve a temporada mais convincente no emblema parisiense. A pressão no emblema da capital francesa é enorme e as escolhas do ponto de vista tático por parte de Luis Enrique nem sempre favoreceram o antigo médio do Napoli. Vitinha assumia grande parte da construção da equipa francesa, ficando Fabián Ruiz geralmente encarregue de movimentos de rotura no flanco esquerdo algo que foi bem visível no jogo da segunda mão dos quartos de final da Champions em Barcelona.

    Em adição, o espanhol possuía demasiadas responsabilidades defensivas. Mbappé e Dembélé são pouco participativos no momento defensivo, acabando por sobrecarregar a sua linha média. Mesmo assim, o médio espanhol terminou a temporada a nível de clubes em grande plano, tendo sido fundamental na conquista da Taça de França. O PSG bateu o Lyon por duas bolas a uma, com Fabián Ruiz como protagonista, enchendo o campo e apontando um dos golos. 

    LÊ MAIS: A pergunta do Bola na Rede a Fabián Ruiz após o Espanha x Croácia do Euro 2024

    O nível exibicional que o médio apresentou na fase final da temporada do clube parisiense está a ser transmitido para o Euro, onde tem sido um dos pilares da La Roja. Luis De La Fuente tem potenciado as suas qualidades ao máximo. No embate com a Croácia, participou diretamente em dois dos três golos apontados pela seleção espanhola. 

    Primeiramente, assistiu Morata com um passe magistral. É um jogador extremamente inteligente que facilmente identificou o espaço existente entre os dois centrais croatas. Além disso, demonstrou toda a sua qualidade no capítulo do passe. Uma assistência cheia de precisão, apenas ao nível dos melhores jogadores. É importante realçar também a movimentação de Nico Williams, que obrigou Sutalo a se desposicionar por breves segundos, permitindo a Fabián Ruiz efetuar o passe. 

    Fabian Ruiz Espanha Croácia
    Fabia Ruiz isola Morata que marca o 1.º golo espanhol Fonte: SportTV

    Passados apenas três minutos desta magnífica assistência, o médio do PSG apontou um golo maradoniano. Recebeu a bola à entrada da área, ultrapassou Modric e Brozovic, e atirou para o fundo das redes. Este golo que foi uma autêntica obra de arte traduz bem a sua capacidade para driblar em espaços curtos. O espanhol é dotado de um controlo de bola anormal.

    Fabián Ruiz
    Fabián Ruiz com um dos melhores golos da fase de grupos Fonte: SportTV

    No confronto com a Itália, a superioridade espanhola foi gritante e a influência de Fabián Ruiz voltou a ser por demais evidente. Em muitos momentos, funcionou como um construtor mais recuado perto de Rodri. É um jogador que quebra linhas com muita facilidade. A sua ligação com Pedri foi recorrente ao longo da partida, com o médio do Barça a ter liberdade para vaguear pelo espaço existente entre a linha defensiva e a linha média dos Azzurri. Bastoni ou Calafiori ficaram encarregues de pressionar Pedri nos momentos em que este recebeu a bola na zona referida anteriormente, abrindo obviamente espaços para a frente de ataque espanhola. 

    Fabián Ruiz
    Fabián Ruiz descobre Pedri entre linhas

    A forma como manipula os seus oponentes, através da sua orientação corporal também é uma das suas grandes valências. Nesse aspeto, faz lembrar Busquets, já que se torna bastante imprevisível quando tem a bola, atrasando a reação por parte dos seus adversários. 

    Uma das boas oportunidades da Espanha no primeiro tempo foi oriunda de uma ótima ação de Fabián Ruiz. O centrocampista do PSG recebeu um passe de Lamine Yamal e, pela forma como orientou o seu corpo, deu a sensação de que ia mudar o sentido do jogo. Com esta pequena ação, manipulou vários jogadores italianos e, de forma inteligente, encontrou Carvajal com espaço no flanco direito.

    Fabián Ruiz liberta Carvajal no corredor direito

    A exibição de Fabián Ruiz foi imensamente completa. No ataque, um ditador dos ritmos de jogo, calmo em todas as suas ações, a quebrar linhas e a tomar sempre a decisão mais correta no último terço.

    É um jogador ímpar na forma como pensa o jogo e, mesmo quando foi pressionado de forma agressiva, encontrou a melhor solução. No momento defensivo, a sua importância também foi gigante. A La Roja pressionou em zonas bem adiantadas do terreno de jogo, anulando por completo uma seleção italiana que possui muitos argumentos na primeira fase de construção.

    Os centrais, Bastoni e Calafiori, e os médios, Jorginho e Barella, oferecem inúmeras soluções neste momento do jogo. Contudo, a estratégia dos espanhóis funcionou perfeitamente.

    Além disso, Donnarumma é um guarda-redes com muitas deficiências ao nível da construção. É indeciso com bola e apresenta uma fraca qualidade de passe, seja este curto ou longo. Isto facilitou ainda mais o trabalho da equipa comandada por Luis De La Fuente. 

    Adicionalmente, a inteligência e a leitura de jogo de Fabián Ruiz permitem-lhe estar quase sempre bem posicionado para ganhar a segunda bola.

    Pressão espanhola que anulou os italianos

    Agora é a doer            

    Nos oitavos de final, a Espanha vai defrontar a competitiva seleção georgiana. A equipa liderada por Willy Sagnol é organizada e agressiva durante o processo defensivo. É extremamente perigosa no momento de transição ofensiva, com Mikautadze e Kvaratskhelia como principais ameaças. 

    A La Roja irá precisar do melhor Fabián Ruiz para ultrapassar a Geórgia. A sua capacidade para quebrar linhas é altamente importante para que a Espanha possa penetrar no coeso bloco georgiano.

    O seu posicionamento defensivo, que muitas vezes impede transições, será crucial de modo a travar os contra-ataques da Geórgia.  

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