Itália 1-1 Espanha (4-2 GP): Final antecipada sorri aos italianos

A CRÓNICA: AO TERCEIRO PROLONGAMENTO… A ESPANHA CAIU

Meias-finais do Campeonato da Europa 2020, realizado em 2021, com duas seleções que estão a atravessar uma fase de renovação progressiva dos seus jogadores-chave. Pedri, Ferran Torres, Olmo e Eric Garcia, contra Barella, Chiesa ou Donnarumma (se bem que este último, apesar de ser muito jovem, já tem alguns anos disto).

Os primeiros minutos foram pautados por uma ligeira superioridade de Espanha, o que me surpreendeu. Apesar de ter no onze jogadores mais experientes, notei algum nervosismo, com alguns passes falhados e tentativas de jogadas individuais em excesso. Ainda assim, era mais o que as unia, do que o que as separava no relvado de Wembley.

O jogo acabaria por estabilizar, embora bastante intenso. A melhor ocasião para a Espanha nasce de um ressalto ganho por Dani Olmo, que vê o golo negado por Donnarumma, e para a Itália, por parte de Emerson, que fez um excelente remate à trave, já em cima do intervalo. Apitou para o descanso Felix Brych, tudo para as cabines com 0-0 no marcador.

O segundo tempo começou mais mexido, com a mesma intensidade, mas com ambas as equipas a conseguirem chegar com mais facilidade às balizas. Esta tendência manteve-se e, num contra-ataque bem conduzido por Insigne, a bola acaba por sobrar para Chiesa que coloca, com classe, no poste mais distante de Unai. Itália inaugurava o marcador, um pouco contra a corrente do jogo, mas o que interessa são os golos, não é quem faz mais passes no terço contrário.

A Espanha assumiu ainda mais o controlo do jogo e, aos 80 minutos, a sua ideia de jogo acabou por ser recompensada. Grande tabela entre Olmo e Morata, e o avançado da Juventus FC com uma excelente finalização a empatar a partida. Até aos 93 minutos, ninguém conseguiu desfeitear o empate e seguimos para prolongamento. A Espanha estava claramente por cima, mas o prolongamento é também uma batalha de resistência, que os espanhóis têm jogado sempre.

Um prolongamento onde se notou sobretudo o cansaço, com muitas faltas e pouco tempo útil de jogo. Ainda assim, foi a selecção espanhola a ter as melhores oportunidades. Para mim, este foi o seu melhor jogo na competição até ao momento, porque contrariar esta Itália não é nada fácil e eles foram quase sempre superiores. Por isso mesmo, e devido aos ajustes táticos de ambos, a partida ficou amarrada, com ninguém a arriscar. Grandes penalidades para decidir o primeiro finalista do EURO 2020.

Neste capítulo, os italianos foram mais competentes, com Jorginho a marcar um extraordinário penálti no momento decisivo, depois de uma boa defesa de Donnarumma. Espanha, melhor nos 120 minutos, mas uma Itália preparada para tudo chega a uma tão desejada final.

 

A FIGURA

Dani Olmo – Sobretudo, pelo que fez na segunda parte. Andou durante muito tempo perdido na Croácia, mas agora, com a visibilidade do RB Leipzig, demonstra que é um jogador fantástico. Hoje foi sempre um excelente elo de ligação com o ataque, até mesmo quando estava sozinho na frente.

Cresceu com a entrada de Moreno e Morata, e, mais do que uma excelente assistência, teve mais uma série de oportunidades e grandes pormenores. Tudo, sempre munido de um incrível rigor tático, recuperando a posição quando assim era exigido.

O FORA DE JOGO

Unai Simon – Difícil escolher alguém que tenha estado mal hoje, foi um jogo muito bem conseguido. A Itália não esteve tão bem, mas eu gostei ainda menos do guardião espanhol. Não deu seguimento à boa exibição nos penalties contra a Suíça. Muito limitado a jogar com os pés – o que para uma equipa de Luis Enrique é um enorme ponto fraco – e demonstrou sempre uma grande falta de harmonia com os seus centrais.

 

ANÁLISE TÁTICA – ITÁLIA

A principal favorita a vencer este Euro 2020, na minha opinião, entra em campo fiel à sua tática mais utilizada durante esta competição, mais concretamente, um 4-3-3. Chiesa assume a titularidade em vez de Berardi, algo que surge naturalmente, e Chiellini regressa ao onze depois de superar alguns problemas físicos.

Nota ainda para a titularidade de Emerson, que entra para o lugar do lesionado Spinazzola, que estava a fazer um grande Campeonato da Europa. Penso que em termos de qualidade técnica e, sobretudo, a defender, pode funcionar igualmente bem, tendo algumas limitações ao nível da decisão, mas também as tinha Spinazzola.

Depois de inaugurar o marcador, parece-me que Mancini ia tirar Chiesa, mas o golo que marcou, fez com que se ajustasse ao que se passava e tirou Immobile, que fez um jogo pobre. Insigne assumia o “falso nove”, numa mudança tática que eu não estava à espera de ver.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Donnarumma (6)

Di Lorenzo (5)

Bonucci (6)

Chiellini (6)

Emerson (7)

Jorginho (6)

Verratti (5)

Barella (5)

Insigne (6)

Immobile (5)

Chiesa (6)

SUBS UTILIZADOS

Berardi (5)

Toloi (5)

Pessina (5)

Locatelli (5)

Belotti (5)

Bernardeschi (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

Já a Espanha, que para mim chega aqui como uma surpresa – via selecções com mais qualidade nos escolhidos do que “nuestros hermanos” –, mas, ainda assim, com muito mérito: souberam-se reerguer depois de um começo de Campeonato da Europa muito tremido. Luis Enrique opta também por um 4-3-3, mas com uma diferença: não há um ponta-de-lança “puro”, o “nove” de área. Em vez disso, está Dani Olmo a fazer uma posição que não lhe é estranha, mas para a qual, creio, terá algumas dificuldades.

Eric Garcia ganhou definitivamente o lugar ao lado de Laporte no eixo defensivo e Oyarzabal assume o lugar que, na partida dos quartos-de-final, foi do “azarado” Sarabia, que se lesionou. Os homens da “polémica” falta de pontaria, Morata e Moreno, ficaram no banco. Iago Aspas ficou em casa, mas com certeza a apoiar a sua seleção!

Depois do golo de Itália, Luis Enrique abandonou o “falso nove”, colocando em campo Álvaro Morata. O contrário do que fez Mancini, vendo que necessitava de uma presença mais assídua na área adversária.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Unai Simon (4)

Azpilicueta (6)

Eric Garcia (6)

Laporte (6)

Jordi Alba (6)

Busquets (6)

Koke (6)

Pedri (7)

Oyarzabal (5)

Olmo (8)

Ferran Torres (6)

SUBS UTILIZADOS

Morata (7)

Moreno (6)

Rodri (6)

Marcos Llorente (6)

Thiago (-)

Pau Torres (-)

Artigo revisto por Joana Mendes

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Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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