Revista do Mundial’2014 – EUA

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    Normalmente, quando as pessoas pensam na seleção dos Estados Unidos da América não a associam a uma seleção com potencial e qualidade. Mas enganam-se.

    O Mundial que se inicia esta semana no Brasil será o 7º consecutivo em 10 em que a seleção americana já participou, o que prova claramente a sua evolução futebolística nos últimos anos. Na fase de qualificação, os americanos conquistaram o 1º lugar no Grupo 1 com alguma facilidade. Ganharam 4 jogos, empataram 1 e perderam 1, arrecadando um total de 13 pontos (mais 3 que o 2º classificado, a Jamaica).

    O povo americano está habituado a prestações razoáveis nos Mundiais, embora desta vez estejam esperançados por esta ser das melhores equipas que o país já teve. Os Estados-Unidos ocupam o 1º lugar no Ranking da FIFA relativamente à CONCACAF e o 13º lugar a nível mundial, estando à frente de seleções como Croácia, França ou Holanda. Estes números são muitíssimos motivadores e tenho a certeza de que esta seleção será um osso duro de roer.

    Até hoje disputou 5 jogos amigáveis de preparação para o Mundial – 4 vitórias e 1 derrota, estando há 3 jogos a vencer consecutivamente (2-0 ao Azerbaijão, 2-1 à Turquia e 2-1 à Nigéria).

    Sendo estes jogos amigáveis, os resultados não assumem extrema importância; contudo, vencer e criar hábitos e rotinas vencedoras é sempre melhor do que perder. A equipa encerrará as partidas amigáveis diante da Bélgica no dia 12 de Junho e no dia 16 estrear-se-á no Mundial frente ao Gana. Terá cerca de três dias de descanso, o que na minha opinião é pouco. Todavia, os responsáveis pela seleção e o seu treinador Jürgen Klinsmann discordam, visto que os jogos estão agendados há vários meses.

    OS CONVOCADOS

    Guarda-redes – Brad Guzan (Aston Villa), Tim Howard (Everton), Nick Rimando (Real Salt Lake)

    Defesas – DaMarcus Beasley (Puebla), Matt Besler (Sporting KC), John Brooks (Hertha de Berlim), Geoff Cameron (Stoke City), Timmy Chandler (Nurnberg), Omar Gonzalez (LA Galaxy), Fabian Johnson (Hoffenheim), DeAndre Yedlin (Seattle Sounders)

    Médios – Kyle Beckerman (Real Salt Lake), Alejandro Bedova (Nantes), Michael Bradley (Toronto FC), Brad Davis (Houston Dynamo), Mix Diskerud (Rosenborg), Julian Green (Bayern Munique), Jermaine Jones (Besiktas), Graham Zusi (Sporting KC)

    Avançados – Jozy Altidore (Sunderland), Clint Dempsey (Seattle Sounders), Aron Johannsson (AZ Alkmaar), Chris Wondolowski (San Jose Earthquakes)

    A ESTRELA

     Clint Dempsey Fonte: Andres Leighton /AP
    Clint Dempsey
    Fonte: Andres Leighton /AP

    Para mim, a estrela da equipa é Landon Donovan, mas tenho de eleger outra estrela devido ao facto de Donovan não ter sido convocado. Esta ausência de Donovan suscitou muitíssimas críticas por parte do povo americano e deixou-me extremamente surpreendido. Donovan é o melhor marcador da história dos EUA e é também o melhor marcador de sempre da MLS (liga norte-americana), por isso considero-o um jogador indispensável. Porém, Klinsmann e eu não partilhamos a mesma opinião.

    Michael Bradley, Jazy Altidore ou Clint Dempsey podem ser considerados os “substitutos” de Landon Donovan, mas o capitão Dempsey afirma-se mais como a estrela da comitiva americana face ao seu envolvimento em todo o jogo da equipa, rigor tático e capacidade técnica. Assume-se como uma peça vital tanto a defender como a atacar.

    Altidore é um avançado nato que não tem tido muita sorte com os golos, embora seja uma peça importante graças à sua técnica, experiência e poderio físico. Michael Bradley é um médio centro de grande qualidade, é preponderante na construção do jogo da sua equipa e será certamente um elemento muito importante em todo o Mundial.

    O TREINADOR

    Jurgen Klinsmann Fonte: Carlos M. Saavedra/SI
    Jurgen Klinsmann
    Fonte: Carlos M. Saavedra/SI

    Jürgen Klinsmann está no cargo desde 2011 e já treinou a seleção alemã e o Bayern Munique. Desde que assumiu o cargo, os Estados-Unidos da América alcançaram 27 vitórias, 7 empates e 10 derrotas, resultados que são extremamente positivos. Antes de partir para o Brasil, renovou até 2018, realçando a confiança que a US Soccer (Federação Norte-Americana de Futebol) deposita no alemão.

    Assume-se como um treinador com bastante rigor táctico que gosta de apostar em jovens. Julian Green, John Brooks e DeAndre Yedlin são três jovens que Klinsmann pretende amadurecer e em que o selecionador confia bastante. Se hoje apresentam já muita qualidade, num futuro próximo deverão ser parte ativa na seleção. O “caso Donovan” mostra que é um treinador bastante corajoso porque não teve medo das críticas de que foi e continua a ser alvo, e ao mesmo tempo mostra que é algo reservado, já que ainda não deu uma explicação objetiva sobre a sua decisão.

    Será o seu primeiro Mundial à frente dos EUA e passar a fase de grupos será certamente o objetivo. Embora tenha uma tarefa muito complicada pela frente, acredito que esta seleção possa surpreender como já o fez no passado.

    O ESQUEMA TÁTICO

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    Ultimamente o seleccionador tem usado a tática 4x5x1 e o tradicional 4x4x2. O plantel americano conta com jogadores de oito ligas diferentes, incluindo a norte-americana, a inglesa, a alemã, a francesa, a holandesa, a mexicana, a norueguesa e a turca. Há 10 jogadores da MLS, mostrando a clara aposta do seu treinador em jogadores da “casa” e 4 da Budesliga e da Premier League, o que prova que os jogadores americanos têm qualidade suficiente para jogar nos melhores campeonatos do mundo.

    O PONTO FORTE

    Os Estados Unidos da América assumem-se como uma seleção bastante forte fisicamente, que se posiciona bem no terreno de jogo e que possui uma boa intensidade de jogo, com transições muito rápidas.

    Tim Howard, experiente jogador de 35 anos, é sem dúvida alguma o guarda-redes titular. É um jogador que transmite muita segurança às redes americanas e que se assume como um líder dentro das quatro linhas. Já fez mais de 400 jogos na Premier League e conta com mais de 80 internacionalizações, sendo um elemento chave para todo o grupo, ou seja, a baliza da seleção está salvaguardada.

    Mas o principal ponto forte é claramente a qualidade que a equipa possui do meio-campo para a frente, com jogadores como Michael Bradley, Jermaine Jones, Jozy Altidore ou Clint Dempsey. São jogadores que jogam muitíssimo bem entre si e que têm uma qualidade enorme, tendo a capacidade de resolver qualquer encontro.

    O PONTO FRACO

    Para mim, o ponto fraco desta seleção é a defesa, mais concretamente a dupla de centrais. A dupla de centrais atua na MLS e é mediana. O lateral-direito, Cameron, é um lateral de muitíssima qualidade, experiente e rápido. É sem dúvida, o elemento com mais qualidade nesta defesa. O lateral-esquerdo atua na equipa mexicana do Puebla mas já tem provas dadas na Europa (jogou no PSV Eindhoven e no Manchester City) e, com 32 anos, já tem muita experiência.

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    Duarte Sousa Vinagre
    Duarte Sousa Vinagre
    O Duarte tem 19 anos e estuda Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa. É um apaixonado pelo Sporting e, principalmente, no que toca ao Futsal, Andebol e Futebol.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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