Revista Mundial´2014 – Holanda

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Holanda, selecção com eterno futebol sedutor, selecção que normalmente apaixona os adeptos de futebol, selecção que é a actual vice-campeã mundial. De facto, é de esperar sempre, e neste Mundial 2014 não deverá ser excepção, uma equipa a produzir um futebol ofensivo e envolvente, em que o dinamismo ofensivo acaba por ser a grande arma da “laranja mecânica”. Contudo, do meio-campo para trás são notórias as lacunas no seio da formação, e sendo assim é complicado encarar a fase final deste Campeonato do Mundo com o optimismo doutros anos, até porque na memória dos adeptos holandeses ainda está o autêntico fiasco que foi a participação no Euro 2012, em que a selecção europeia se viu mergulhada num mar de equívocos, despedindo-se do Europeu sem honra nem glória na fase de grupos, após ser completamente abatida por Portugal.

De há dois anos para cá, porém, várias coisas mudaram. Desde logo, uma mudança de seleccionador. E que mudança! Louis Van Gaal, reputadíssimo técnico holandês, regressou ao comando técnico da selecção do seu país. E a verdade é que o laureado treinador (que a partir da próxima época estará ao serviço do Manchester United) colocou a “sua” Holanda a passear na fase de qualificação, com nove vitórias e um empate, em 10 jogos. Todavia, não devemos ter apenas como base a qualificação para o Mundial, visto que por norma a Holanda arrasa nos apuramentos para as fases finais.

Sonhar é sempre legítimo, e os holandeses sabem-no bem, mas algumas carências no grupo de trabalho, aliadas ao facto de a Holanda estar inserida num grupo bastante forte, em que terá pela frente uma toda-poderosa Espanha e um fortíssimo Chile (não será de esperar grande coisa da Austrália), fazem com que esta selecção esteja longe de entrar nas cogitações das casas de apostas quanto a um possível brilharete neste Campeonato do Mundo.

OS CONVOCADOS

Guarda-redes: Jasper Cillessen (Ajax), Tim Krul (Newcaste United/Inglaterra) e Michel Vorm (Swansea City/Inglaterra);

Defesas: Daley Blind (Ajax), Daryl Janmaat (Feyenoord), Terrence Kongolo (Feyenoord), Bruno Martins Indi (Feyenoord), Joël Veltman (Ajax), Paul Verhaegh (Augsburgo/Alemanha), Ron Vlaar (Aston Villa/Inglaterra) e Stefan De Vrij (Feyenoord);

Médios: Jordy Clasie (Feyenoord), Leroy Fer (Norwich City/Inglaterra), Jonathan De Guzman (Swansea City/Inglaterra), Nigel de Jong (AC Milan/Itália), Wesley Sneijder (Galatasaray/Turquia) e Georginio Wijnaldum (PSV Eindhoven);

Avançados: Memphis Depay (PSV Eindhoven), Klaas-Jan Huntelaar (Schalke 04/Alemanha), Dirk Kuyt (Fenerbahçe/Turquia), Jeremain Lens (Dinamo Kiev/Ucrânia), Robin van Persie (Manchester United/Inglaterra) e Arjen Robben (Bayern München/Alemanha).

A ESTRELA

Arjen Robben, autêntico craque Fonte: gazetaesportiva.net
Arjen Robben, autêntico craque
Fonte: gazetaesportiva.net

Arjen Robben é a grande figura desta selecção. Soberbo extremo, que voltou a realizar uma época de grande nível no Bayern de Munique, Robben é um desequilibrador nato, capaz de destroçar qualquer sector defensivo. É sobre este jogador de 30 anos que recaem grande parte das esperanças dos adeptos holandeses, visto que Robben carrila como poucos o jogo pelo flanco, sendo fortíssimo nas diagonais, e fazendo quase o que quer com o seu pé esquerdo, tanto a rematar como a cruzar.

Veremos como chegará este craque à fase final, depois de mais uma temporada desgastante e sabendo-se como as lesões, normalmente, o perseguem.

O TREINADOR

Louis Van Gaal Fonte: ESPN
Louis Van Gaal
Fonte: ESPN

Louis Van Gaal, técnico de grande nomeada com 62 anos de idade, que a partir da próxima temporada será o treinador do Manchester United, recolocou a Holanda no caminho das boas exibições, depois do calamitoso Euro 2012. Com uma campanha quase imaculada na fase de qualificação, Van Gaal voltou a reconciliar a nação holandesa com a sua selecção.

Muito metódico e organizado, sempre fiel aos seus princípios, Van Gaal já não tem nada a provar no futebol. Quer se goste ou não do estilo, a verdade é que o experiente treinador será sempre recordado pelo incrível trabalho no Ajax, em meados dos anos 90, e também pelos tempos de sucesso no Barcelona, com José Mourinho como adjunto.

O ESQUEMA TÁTICO

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Com a Holanda organizada num sistema táctico pouco vulgar, o 5-3-2 de Van Gaal surge como uma alternativa pensada em função das lesões de Strootman e Van der Vaart. Na frente, o repentismo de Robben, Sneijder e Van Persie é a grande arma desta selecção. Este esquema táctico requer laterais rápidos, com capacidade defensiva e atacante, mas tendo em conta os jogadores que Van Gaal tem ao seu dispor para essa posição, não é assim tão certo que a Holanda consiga a profundidade e consistência necessárias nos corredores laterais.

 O PONTO FORTE

O trio Robben-Snejder-Van Persie é do outro mundo e qualquer equipa que tenha este tridente ofensivo só pode dar-se por feliz. De facto, certamente que não será por estes homens que alguma coisa poderá correr mal à Holanda. Técnica admirável, grande cultura táctica, repentismo absoluto, entre outras qualidades, fazem com que estes três jogadores se tornem nos mais fantasistas e desequilibradores num conjunto holandês que tem algumas falhas.

O PONTO FRACO

Um reduto defensivo mediano, para não ir um pouco mais longe, pode ser o tendão de Aquiles desta selecção. Com o luso-holandês Bruno Indi como uma das opções de Van Gaal para a defensiva da equipa, a Holanda terá de se unir em termos de defesa da sua baliza, porque não existem dúvidas de que há muita inexperiência entre os defesas da Laranja Mecânica. Quase todos eles alinham no campeonato holandês, que manifestamente está longe de ser uma prova em que as defesas sejam propriamente de betão, e isso pode valer alguns dissabores a uma equipa que apresenta uma diferença enorme entre sectores, quando comparamos, essencialmente, a defesa com o ataque. Em suma, poucos duvidarão de que esta Holanda não tenha capacidade para marcar vários golos na fase final do Mundial, mas também são poucos aqueles que acreditam numa defesa imaculada, ainda para mais nos desafios frente à Espanha e ao Chile.

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João Rodrigues
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O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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