Destaques da CAN

Cabeçalho Futebol InternacionalTerminada a 31.ª edição do CAN, é tempo de fazer um balanço geral da competição disputada durante três semanas no Gabão, nomeadamente quais foram as figuras em destaque, as revelações do torneio e as desilusões. Em seguida, falarei do que mais importante ocorreu no principal torneio de futebol do continente africano.

Começando pelo vencedor da prova, os Camarões conseguiram confirmar o seu estatuto de favorito ao longo das partidas que disputaram, tendo demonstrado dentro de campo o porquê de serem sempre considerados como uma potencial seleção a conquistar a Taça das Nações Africanas. Com belíssimas exibições realizadas, os Leões Indomáveis mostraram que são um conjunto bastante difícil de ser ultrapassado, como é comprovado pelos escassos golos sofridos ao longo do torneio – apenas a Burquina Faso, Guiné-Bissau e o Egito se poderão gabar de terem feito o guarda-redes Fabrice Ondoa ir buscar a bola ao fundo das suas redes.

Apesar do herói dos camaroneses na Final ter sido o ponta-de-lança Vincent Aboubakar com um espectacular golo aos 88’, as atenções do público e dos olheiros dos mais importantes clubes europeus recaíram sobre um jogador que fez a sua estreia em torneios do CAN na edição deste ano: Christian Bassogog. O extremo direito de 21 anos do clube dinamarquês Aalborg BK revelou-se como a maior surpresa do torneio, através da sua boa capacidade de aceleração com a bola nos pés e ótima visão de jogo, tanto que foi eleito como o Melhor Jogador do torneio. Se Bassogog conseguir manter a forma que evidenciou ao serviço da sua seleção, creio que no mercado de transferências do Verão iremos assistir à sua mudança para campeonatos europeus mais reputados que o dinamarquês.

Paulo Duarte e o "seu" Burkina Faso surpreenderam nesta CAN Fonte: AFKinsider
Paulo Duarte e o “seu” Burkina Faso surpreenderam nesta CAN
Fonte: AFKinsider

As maiores surpresas do CAN´17, na minha opinião, podem ser atribuídas às seleções da Burquina Faso e República Democrática do Congo. A seleção treinada pelo português Paulo Duarte conseguiu terminar no 1.º lugar do seu grupo, onde tinha a companhia do anfitrião Gabão e da seleção vencedora do torneio. Sem jogadores de renome mas com um coletivo aguerrido, os Potros terminaram a prova num honroso 3.º lugar (no jogo de atribuição do 3.º  lugar, venceram o Gana por 1-0), tendo apenas perdido com o finalista vencido Egito e somente no desempate por grandes penalidades. Por outro lado, a seleção da Rep. Dem. do Congo teve um excelente percurso até aos Quartos-de-final, onde foi travada pelo Gana (derrota por 1-2), contudo venceu o seu grupo com 7 pontos no total, que continha a Costa do Marfim, Togo e Marrocos. Muito do êxito congolês na prova, ficou a dever-se à boa performance de Junior Kabananga, que conquistou o prémio de Melhor Marcador com 3 remates certeiros.

As grandes desilusões do CAN´17 foram a Costa do Marfim, Argélia e o Gabão, uma vez que nem mesmo com grandes nomes nos seus 23 convocados para o torneio, como por exemplo Pierre Aubameyang, Riyad Mahrez e Salomon Kalou, não comprovaram em campo o seu estatuto de favoritas à vitória final, tendo mesmo deixado a prova numa fase tão prematura da mesma. Os três conjuntos apenas conseguiram alcançar empates nas partidas que jogaram, o que pode ser explicado pela má preparação para a edição de 2017 do CAN ou pela forte pressão exercida pelos adeptos em ter de obter resultados positivos, o que por vezes prejudica o normal rendimento dos atletas.

Em conclusão, penso que quem teve a oportunidade de assistir aos 32 jogos disputados ao longo destas três semanas, de certeza absoluta, não ficou arrependido de poder ver grandes jogos entre seleções que não tiveram medo de arriscar todas as suas armas, com vista à conquista do troféu em disputa, e, também, à enorme festa feita pelos adeptos presentes nos estádios gaboneses. Uma coisa é certa: a edição deste ano foi mais uma excelente demonstração do porquê do CAN ser visto como a Magia do Futebol Africano!

Foto de capa: CAN

Guilherme Costa
Guilherme Costahttp://www.bolanarede.pt
O Guilherme é licenciado em Gestão. É um amante de qualquer modalidade desportiva, embora seja o futebol que o faz vibrar mais intensamente. Gosta bastante de rir e de fazer rir as pessoas que o rodeiam, daí acompanhar com bastante regularidade tudo o que envolve o humor.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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