O Girabola e a sua falta de visibilidade

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O Girabola, campeonato nacional de Angola que já decorre há mais de 37 anos, a sua 1.ª edição realizou-se no ano de 1979, tem sido vítima do menosprezo dos vários entendidos em assuntos relacionados com o Desporto Rei espalhados pelo Mundo, ao longo dos anos, uma vez que, na minha opinião, raramente é falado e discutido pelos mesmos nos meios de informação, como televisão, sites desportivos ou redes sociais, sendo essa uma situação que acaba por comprometer o desenvolvimento sustentado e contínuo do futebol angolano.

Um dos motivos que podem explicar esse desprezo pode ser o facto de ser um campeonato de pouca nomeada, isto é de não ter uma grande importância para o progresso futebolístico global, o que acaba por fazer com que os jogadores e treinadores mais reputados no futebol não queiram aventurar-se pelo campeonato angolano. Outro possível motivo para o desconhecimento do Girabola por parte das pessoas deve-se, sobretudo, à pouca divulgação e fraca promoção feita ao campeonato pelos canais televisivos angolanos, embora estes façam uma cobertura extensiva dos jogos de cada jornada que decorrem durante os fins-de-semana.

Um último mas não menos importante motivo que poderá estar na origem do fraco conhecimento é a pouca aposta na abertura de academias de formação de jogadores, devido à falta de boas condições para proporcionar aos jovens a possibilidade de seguirem as pisadas de importantes jogadores angolanos como Mantorras, Manucho, Djalma, entre outros que brilharam e continuam a brilhar ao mais alto nível nos campeonatos europeus. Tendo em especial atenção este último aspeto, acaba por se tornar inviável o aparecimentos de novos “craques” e, consequentemente, os olheiros dos grandes clubes europeus não irão certamente ter em conta o Girabola como um campeonato onde surgem novas mais-valias para as suas respetivas equipas.

Há muito qualidade por explorar no Girabola Fonte: Girabola ZAP
Há muito qualidade por explorar no Girabola
Fonte: Girabola ZAP

Com vista a uma rápida solução deste problema, penso que a F.A.F. (Federação Angolana de Futebol), enquanto principal responsável pela organização da prova, deveria ter um papel mais ativo no sentido de conseguir identificar formas e meios de retornar esta situação, através de um diálogo constante com os clubes, numa tentativa de fazer com que estes criem academias de futebol com ótimas condições para o desenvolvimento das capacidades técnico-táticas dos seus jovens atletas, tendo em especial referência exemplos passados, mas também recentes, como os casos de Gerson Dala e Ary Papel, dois jovens que, após uma ótima época desportiva ao serviço do 1.º de Agosto, foram contratados pelo Sporting Clube de Portugal. Uma outra forma de contornar este conjuntura negativa, talvez passasse pela Federação, em conjunto com os canais televisivos angolanos, empenhar-se em conseguir realizar contratos de cedência de direitos de imagem com cadeias televisivas internacionais, com o principal objetivo de fazer chegar os jogos do Girabola a um público externo que vibra bastante com jogos de futebol.

Em suma, sinto que se a F.A.F., os clubes angolanos e os canais televisivos cooperarem conjuntamente na resolução deste dilema, creio que tudo o que rodeia este magnífico desporto poderá a ficar a ganhar: na ótica do jogador, este sentir-se-á mais motivado para dar o seu contributo à sua equipa, pois sabe que os olheiros de grandes clubes poderão estar a observá-lo, com vista a uma futura aquisição; na ótica do clube, seria bastante benéfico dado que as transmissões dos jogos do campeonato poderão acarretar proveitosas receitas para as finanças dos clubes; e, por último, na ótica do adepto, que passará a poder vivenciar de perto verdadeiros espetáculos futebolísticos ao fim-de-semana, tanto nos estádios como no conforto do seu lar.

Foto de capa: Girabola ZAP

Guilherme Costa
Guilherme Costahttp://www.bolanarede.pt
O Guilherme é licenciado em Gestão. É um amante de qualquer modalidade desportiva, embora seja o futebol que o faz vibrar mais intensamente. Gosta bastante de rir e de fazer rir as pessoas que o rodeiam, daí acompanhar com bastante regularidade tudo o que envolve o humor.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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