
A primeira partida destas meias-finais desta edição da Liga dos Campeões terminou com o empate (2-2) entre Bayern de Munique e Real Madrid, após um duelo bastante equilibrado, onde houve vários destaques positivos, mas também negativos que influenciaram diretamente o resultado.
No começo do jogo, foi o Bayern a dar o cartão de visitas com o abono de família do Real Madrid, Lunin, a fazer uma defesa de grau elevado. Ação que aumentou os índices de motivação.
As intenções de Tuchel foram claras: apostar nas tabelas curtas com Harry Kane a servir de apoio. O inglês baixava entre os centrais e médios do Real e com facilidade, Musiala e Sane ficaram, por diversos momentos, em boa posição para cruzar ou rematar.
Viu-se muito mais Bayern como seria de perspetivar. Em casa e tendo apenas a Liga dos Campeões como objetivo os bávaros não queriam decidir a eliminatória em Madrid. E isso era visível na forma como se exibiam. Recuperavam rápido, sem deixar que o Real Madrid contra atacasse, algo que colocava os visitantes super à vontade.
No entanto, não é preciso muito para os madrilenos fazerem das deles. Num passe “à Toni Kroos” e um movimento “à Vinicius Júnior” aniquilaram uma bela entrada no jogo do Bayern. Parece simples, mas o nível de execução é para os predestinados.
A forma como Vini Jr. sai da posição entre os defesas e recua para receber na frente é de uma inteligência absurda. Caso o defesa (Kim Min-Jae) não acompanhe, ele recebe e roda, caso acompanhe, como aconteceu, aproveita o espaço deixado nas costas. Lê perfeitamente o que deve fazer.
Na segunda parte, os lados inverteram-se. Quando o Real Madrid parecia mais controlador, foi a equipa da casa que fez o empate e, posteriormente, a vantagem. Sané, numa jogada individual, resolveu o que o coletivo não estava a conseguir e na mesma “onda” Musiala, que não quis ficar atrás do compatriota, conquistou o penálti. Lucas Vázquez comete a falta num erro infantil, tendo em conta que tinha dois companheiros a cobri-lo e acaba por penalizar a sua equipa que estava numa fase decadente. Consequentemente, Harry Kane coloca o Bayern em vantagem.
O equilíbrio, a partir desse momento, foi o prato principal deste jantar tão apetitoso que viria a servir um balde de água fria vindo do Brasil com Vinicius Júnior e Rodrygo a serem os protagonistas do lance do golo da equipa do Real Madrid.
O bis do internacional brasileiro em Munique, fazendo relembrar os tempos de Cristiano Ronaldo, reabre uma janela que parecia estar difícil de abrir para os espanhóis. Uma vez mais, o “7” é decisivo numa fase adiantada da competição. Nas últimas três temporadas, na Liga dos Campeões, são 31 participações em golos.
Um duelo proativo com diversas alterações, tanto de Ancelotti como de Tuchel, e as ascensões de Sane, Laimer, Vinicius e Toni Kroos e as más exibições de Kim Min-jae, que está nos dois lances de golo do Real Madrid, e Lucas Vazquez reabrem o duelo para ser decidido, em Madrid. Num estádio em que os bávaros não têm boas memórias.
O favoritismo está do lado blanco que, em casa, tem a afición e a “aura Champions” para chegar, mais uma vez, à final da Liga dos Campeões.