Borussia Dortmund 2-3 AS Monaco: E depois do terror…

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Um dia depois do previsto, por conta da explosão de uma bomba perto do autocarro da equipa do Borussia que no dia de ontem ocorreu em Dortmund, e que colocou fora do jogo o central espanhol Bartra, reuniram-se todas as condições para ser realizado o jogo a contar para os quartos-de-final da Liga dos Campeões entre o Borussia Dortmund e o AS Mónaco, naquele que foi o primeiro encontro de sempre entre estas duas formações. Frente a frente neste jogo estiveram duas equipas que não são consideradas favoritas à conquista da competição mas que podem ser vistas como possíveis outsiders na luta pela conquista da maior competição europeia de clubes, depois de terem eliminado equipas como Benfica e Manchester City.

A entrada em campo dos jogadores foi, como é hábito no Signal Iduna, fantástica, a demonstrar a verdadeira força do futebol, e fazia prever mais um grande jogo do desporto-rei.

A equipa do Dortmund apresentou-se de início com algumas alterações no esquema tático, principalmente a nível defensivo, alterações explicadas pela ausência de Bartra na equipa, que fez Thomas Tuchel optar por um sistema de três defesas com os laterais ofensivos sempre bastante abertos. Já o Mónaco não apresentou nenhuma grande surpresa no seu onze inicial, apostando num 4-4-2 que, no entanto, nunca foi bem definido, e foi-se desdobrando várias vezes num 4-3-3 ou 4-2-4, com as funções de ataque entregues essencialmente a Falcao, Bernardo Silva, Mbappé e Lemar.

Os primeiros minutos do jogo não viram neles ser estabelecida uma hierarquia bem definida no que toca ao domínio do jogo, visto que os ataques se iam frequentemente alternando entre as duas equipas. No entanto, a forma como o Mónaco atacava ia sendo mais perigosa, dada a velocidade dos executantes mais ofensivos da equipa, que deu frutos ao 16.º minuto, quando foi assinalada aos franceses uma grande penalidade por falta de Sokratis sobre o velocíssimo Mbappé, mas que Fabinho não conseguiu converter, enviando a bola para o lado da baliza, na tentativa de colocar a bola o mais próxima do poste possível.

Apesar dessa oportunidade desperdiçada, os monegascos nunca alteraram a sua mentalidade no jogo e continuaram a explorar as fragilidades defensivas que o Borussia ia apresentando depois de perder a bola no ataque, e foi através de uma dessas explorações que o Mónaco chegou ao golo. Bernardo Silva conduz a bola pelo meio-campo defensivo do Dortmund e liberta para Lemar, na esquerda, que entrega com qualidade a Mbappé, que, sem precisar sequer de rematar, encosta para a baliza de Bürki, num lance em que, no entanto, o avançado francês se encontra em posição irregular.

O golo sofrido pouco serviu para despertar os germânicos. Os seus ataques continuavam a não ter grandes consequências e nunca colocaram o Mónaco numa situação de desconforto, excetuando um lance em que Kagawa não finalizou uma boa jogada de Ginter. Antes pelo contrário, os franceses estavam confortáveis no jogo e ainda mais ficaram quando, aos 35 minutos, após mais um cruzamento da esquerda, desta vez por parte de Raggi, o defesa do Borussia Bender enviou de cabeça a bola para a sua própria baliza, aumentando a vantagem do Mónaco para 2-0. Mais uma vez o lance parece irregular, visto que há uma alegada calcadela de Falcao em Bender antes de este cabecear para o auto-golo.

Momento do segundo golo do AS Monaco Fonte: Mirror
Momento do segundo golo do AS Monaco
Fonte: Mirror

A partir daí tudo continuou praticamente igual e sem grandes sinais de reação dos alemães, que com naturalidade foram para o intervalo a perder por dois golos e a precisar de mais frescura no ataque, o que fica provado pela entrada de Pulisic e Sahin após troca com Bender e Schmelzer logo no início do segundo tempo.

O Borussia entrou na segunda parte com uma postura completamente diferente daquela com que disputou toda a primeira parte. Entrou mais intenso, mais vertical e com muito mais naturalidade na combinação dos ataques, o que permitiu que em pouco mais de dez minutos de segunda parte criasse mais oportunidades de golo do que em toda a primeira. Tal refletiu-se, aos 57 minutos, no primeiro golo do Dortmund.

A bola foi enviada para a área do Mónaco, que Aubameyang com um toque de classe coloca em Kagawa, que, isolado perante Subasic, passa para o lado onde está Dembélé para finalizar em frente à baliza deserta. O jogo estava lançado novamente, e era agora o Dortmund a dominá-lo e a encostar o Mónaco à sua baliza. E como se notava por esta altura a entrada de Pulisic na formação alemã! Esta mostrava-se agora capaz de explorar as fragilidades da equipa monegasca e a ausência que cada vez se ia notando mais da habitual âncora do meio-campo da equipa do Mónaco – Bakayoko.

Apesar do domínio que era agora dos alemães, uma distração na defesa da mesma fez com que acontecesse o que menos se esperava – um golo do Mónaco. Mbappé aproveita um mau passe na defensiva adversária para, isolado, com todo o tempo necessário, atirar a contar novamente para a baliza de Bürki e voltar a estabelecer a vantagem monegasca em dois golos, isto aos 79 minutos.

Depois do golo, o jogo manteve a toada que até aí tinha apresentado, com o Dortmund mais ofensivo e perigoso e com o Mónaco a jogar na expetativa, à procura de uma nova distração adversária. Tal não voltou a acontecer e foram mesmo os amarelos a marcar e a diminuir a sua desvantagem no marcador, aos 83 minutos. O 3-2 final resultou de uma grande jogada individual de Kagawa no interior da área da baliza de Subasic, depois de sentar no chão um defesa.

Foi mais um grande jogo da liga milionária, com a dose certa de entusiasmo e de emoção, que prova que este Mónaco não deve ser menosprezado em nenhuma eliminatória do que resta da prova. Conseguirão os comandados de Leonardo Jardim garantir a passagem às meias-finais? Está nas suas mãos. Será o Dortmund capaz de virar o resultado em França? Num bom dia esta equipa faz qualquer coisa… Por isso, garantida para a segunda mão fica mais uma grande partida, onde serão os alemães a ter de correr atrás do prejuízo.

 Foto de Capa: Mirror

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Nuno Couto
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Nascido no seio de uma família portista, o Nuno não podia deixar de seguir o legado e faz questão de ser um membro ativo na ação de apoiar o seu clube, sendo presença habitual no Estádio do Dragão, inserido na claque Super Dragões. Para ele, o futebol é quase uma terapia, visto que quando está a assistir a algum jogo se esquece de todos as preocupações. Foi futebolista federado, mas acabou por entender que o seu papel era fora das quatro linhas, e também para seguir os estudos em Novas Tecnologias da Comunicação.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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